YOU: Me Mudou Para Melhor

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                                 Andressa Lewis

Assim que acabamos de comer e Ander com suas piadinhas de como seria sua cara no sexo, de quanto é bom de cama, homens. Ander Miller. Enquanto procuro algo no guarda-roupa perdida em meus pensamentos direcionado a ele, sou tirada do transe sentindo sua presença bem atrás de mim.

— Espera, você não disse que a festa seria a noite? Por que estamos se arrumando agora?.— Me viro e deparo com seu grande peitoral, forte e definido, mas muito definido .— Droga, Ander. Dá pra colocar uma camisa?.— Desvio o olhar rapidamente e desajeitadamente para parede. Sério? Parede Lewis?

— Ah Lewis, aqui não tem nada que não tenha visto ontem a noite e você.— O corto correndo para sua direção e tampo sua boca com a minha pequena mão. Ele arregala os olhos por um instante e sinto seu lábio se esticar naquele bendito sorriso. Tira minha mão e me puxa pelo pulso fazendo com que meu corpo caia e sinto seu peitoral coberto de tatuagens. — Deixa pra colocar essa sua mão em outro lugar pra fazer... Coisas.— Limpo a garganta e me afasto imediatamente dele.

— Por que tudo seu é no mundo do sexo?.— Bufo impacientemente e ela ri como se aquilo fosse a coisa mais engraçada.— Quer saber? Deixa pra lá, só me diz pra onde está me levando dessa vez, por que se for alguma coisa daquele tipo de novo, eu juro que...— Dessa vez quem calou a minha boca foi ele, mas não com a mão, e sim com um beijo. Nossas línguas dançam em um ritmo, no mesmo ritmo. Tudo se encaixa, o calor, a textura de cada uma. Suas mãos percorrem loucamente por minha bunda, ele aperta ela com toda força e desejo que há no seu corpo, por cada parte dele que pede por mais assim como o meu.

— Confia em mim? Eu só quero te levar um lugar antes da festa, jamais faria algo do tipo com você. Não com você, Lewis.— Pega minha mão acariciando sem tirar os olhos de mim. Não digo nada, apenas o observo atenciosamente.— Me dá outra chance, eu sei que sou um filho da puta fodido e babaca como você diz, mas não com você como sempre pensa.

— Ander, não é só eu que penso que é um babaca. O campus inteiro, mas todas aquelas meninas não se importam, e sabe por que? Porque elas só querem ter o rótulo de "Transei com Ander Miller" ou algo do tipo.— Tiro minha mão da sua e ela faz uma careta respirando fundo, bem fundo. 

— Só dessa vez, eu não vou fazer nada e não vou deixar nada de ruim acontecer com você.

— Se acontecer, quero deixar bem claro que eu não olho mais na sua cara e nem adianta vir como ontem, dizendo mil coisas e...— Paro. E seu olhar que estava vidrado no piso de madeira claro, rapidamente volta para mim e ela sorri maliciosamente.

— Te fazer gozar pela primeira vez? É, não vai me dizer que não gostaria disso de novo.— Coloca as duas mãos em cada bolso que se encontra na sua calça de moletom.

— Cala a boca, e tá. Eu aceito, mas que fique bem claro a parte anterior senhor, Ander Miller. E só teve um "sim" porque to cansada de você me enchendo, você é um saco.— Pego minha roupa e corro para o banheiro sem ao menos esperar qualquer tipo de pronunciamento da sua parte.

Idiota.
                                              [...]

   
    Depois de se arrumar, tivemos que lidar com um climão, Esther e Ander. Eu não procurei em nenhum momento tentar saber ou pelo menos entender o que aconteceu entre eles, porque claramente tudo isso, toda essa tensão, desconfiança e rancor assombra ele, faz com o que o seu melhor lado que deixou transparecer para mim, esse lado some, desaparece como poeira em questões de segundos e aquele Ander, volta ser o Ander fechado e foda-se para tudo e todos.

    No trajeto todo não se falamos muito, talvez o silêncio para ele é a forma que usa para lidar com essas situações, talvez para pessoas como ele não gostam de perguntas clichês como; "Está tudo bem?", "Quer conversar?" ou "O que foi aquilo?" quando se acaba sendo uma pergunta bem idiota, porque tudo ali naquele momento se encontra uma tremenda droga. A verdade é que ainda estou aprendendo lidar com fases que se habitam nele, uma hora está disposto fazer tudo e ser ele mesmo, um Ander que nunca aparece e o outro, aquele que é arrogante, insensível, sombrio e fechado.

— Sabe Lewis, eu gosto da forma que se comporta. Mesmo vendo toda essa situação e droga de clima, você não pergunta, mas sei que muitas coisas estão passando nessa sua cabecinha.— Fala sem tirar os olhos da estrada, olho para ele por um momento e depois para a janela.

— Talvez eu não esteja tão interessada em tudo que envolve você, já pensou nisso? Nem tudo é voltado pra você.— Dou de ombros e sinto seus olhos fitando meu corpo, acho que mexi com o extra GG ego de Ander Miller.

— Impossível, todos querem saber algo sobre mim, andar comigo ,transar comigo ou ser eu. Por que com você seria diferente?

— Porque eu não sou todo mundo e já falaram que seu ego é intensamente arrogante? Chega ser insuportável.— O encaro de volta e ficamos se olhando por uns segundos, não desvio o olhar até ele desviar. Por fim ele quem desvia e eu sorrio contente.

    Se passaram em cerca de 20 minutos e chegamos no lugar, quando desço percebo que já estive aqui em algum momento. O lugar não é estranho, mas não tanto familiar. Fica no meio da "floresta", há muitas árvores grandes e um tanto verdes bem fortes, grandes troncos e cheiro de lago entra pelas minhas narinas misturado com terra do chão. Quando paro analisar cautelosamente o lugar ao meu redor, avisto a montanha que fomos e olho feio para ele que se encontra de braços cruzados encostado no seu carro me olhando.

     Sabe aquela cara feia que expressava raiva e indignidade? Não existe mais. Sabe toda aquela raiva dentro de mim? Não existe mais. Não quando ele me olha assim. O que se passa nessa cabeça? Seria algo do tipo "Gosto de estar perto dela" ou "Pouco me importo com ela, é só mais uma na minha enorme e infinita lista"? Eu não sei, como disse, com ele não eu nunca sei de nada, não há certeza.

— Por que estamos aqui?.— Cruzo os braços assim ele, ou pelo menos, tentando.

— Sabe aquela casa que vimos da montanha?.— Aceno com a cabeça sem mostrar o meu louco interesse de saber, de curtir o momento. — Então, ela é minha e eu queria te mostrar uma coisa, eu nunca mostrei isso ou comentei com alguém. Mas se quiser, posso te enfiar nesse carro e te levar embora.— Abaixa a cabeça.

— Não!— Falho miseravelmente daquele plano de me conter, sabe, aquele plano.— Me mostra, não viemos até aqui pra voltar.— Logo um sorriso aparece no seu rosto e ele faz um sinal para chegar perto dele, caminho lentamente até ele. O barulho do meu tênis na terra ecoa todo o meu caminhar. Paro bem na sua frente e ele segura minha cabeça com as duas mãos, o melhor não foi isso, mas sim o beijo que dá na minha testa.

Droga.

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