Son Chaeyoung
Agosto de 2018.
No corredor, no horário do intervalo, como de costume, abrigava um grande número de alunos. Mal conseguia me mexer por ter vários adolescentes ali, mas mesmo esbarrando nas pessoas, consegui chegar ao meu destino.Peguei o almoço e me juntei a Any e Noah que estavam conversando sobre algum assunto que até agora não tomei ciência.
— A professora Smith passou um trabalho para vocês, Chae? — Perguntou Nayeon, assim que percebeu minha presença. Me sentei, desocupando minhas mãos.
— Ainda não...
— Pois se prepare. Aquela velha acha que...
— Tzu! Também não é para tanto. Pelo menos o trabalho é em grupo.
— Em grupo?! Odeio trabalho em grupo! — Exclamei. — O que quer que seja esse trabalho já não quero fazer.
Passamos o intervalo todo conversando, jogando conversa fora como fazemos todos os dias.
Quando o sino soou indicando que já estava na hora de ir embora, me despedi de minhas amigas e fui em direção a sorveteria. Eu adorava ir para lá, o lugar se tornou o meu local favorito da cidade. Ia para lá, geralmente para concluir algum trabalho, ou até mesmo ler, passar o tempo já que ficaria sozinha em casa.
Naquele dia, notei uma pessoa diferente. Ela estava sentada, encolhida, e mantinha o olhar no sorvete, mas parecia estar com os pensamentos longe. Usava calça Jeans escura, uma jaqueta de mesma cor e o cabelo preso em forma de "rabo de cavalo"
No outro dia — Terça-feira —, ela estava lá também, sentada no mesmo lugar do dia anterior. Porém, na quarta-feira, ela não compareceu.
Talvez seja turista. — Pensei.
Mas, na quinta-feira ela apareceu. Dessa vez, com o cabelo solto. Agora pude ver um pouco o seu rosto, já que nas outras vezes, era tampado pelos seus braços. E na sexta também, ela se sentou no mesmo lugar. Não parecia olhar para um lugar em específico, embora parecia estar vidrada na mesa. Aquela menina era misteriosa.
Na outra semana, aquela mesma menina estava naquela mesma mesa. E naquele dia, a sorveteria estava movimentada, bem mais do que o normal.
O dono da sorveteria era um senhor muito educado, às vezes vinha conversar comigo sobre diversos assuntos, até mesmo da sua juventude. Estava limpando a bancada, e sorriu ao me ver ali. Observei-o indo em direção a menina.
Voltei a minha atenção ao sorvete, que estava derretendo. Não era surpresa, já que o clima estava bem quente.
— Hey, Chae! — Ouvi a voz do senhor.
— Hey!
— Bom, hoje aqui está bem movimentado. — Olhei em volta e realmente estava. — Se não for muito incomodo, será que você pode se sentar com aquela mocinha ali? —Se referiu aquela mesma menina.
— Já conversei com ela, disse que tudo bem. Ela é gentil, mas um pouco reservada. Tem a mesma idade que você, quem sabe vocês não se dão bem? — Disse sugestivo.
Concordei e andei em passos lentos até a mesa da garota. Eu estava com vergonha?
Não vergonha de estar com ela, mas sim timidez.Respirei fundo antes de chegar até lá. Ela ainda estava com o olhar baixo, até perceber a minha presença.
Dei um sorriso tímido e ela o retribuiu.
— P-posso me sentar aqui? — Espero que ela não tenha percebido o meu nervosismo na hora de me dirigir a palavra até ela.
— Claro! — Se ajeitou um pouco.
Ela hoje estava com uma camiseta branca sem estampa, calça jeans clara e um sapato da mesma cor que a camiseta, também com uma jaqueta jeans do mesmo tom que a calça. Hoje havia amarrado o cabelo, deixando duas mexas soltas.
Ela era ainda mais bonita de perto.
Parecia que algo a incomodava, não a minha presença, mas sim outra coisa.
Me sentei ficando em frente a ela. Olhei em volta pensando em como puxar assunto, não queria deixá-la desconfortável.
— É nova na cidade? Nunca a vi por aqui. — Comecei. Temendo ter sido invasiva, lembrando do que o homem havia me dito sobre ela ser reservada.
— Não, moro aqui desde quando nasci, só não saio tanto de casa. E você? Estuda aqui perto? Notei o uniforme.
— A duas quadras daqui. Sempre venho aqui para não me sentir sozinha em casa.
— Entendo. Nunca me importei de ficar sozinha, na verdade sempre gostei.
— Aqui me lembra uma música... — Falei depois de um breve silencio se formar.
— Qual? — Me olhou em curiosidade. Ali pude ver seu rosto com mais clareza, os olhos castanhos, os lábios avermelhados assim como as bochechas, que também ganharam um tom avermelhado.
— Ice Cream, BLACKPINK e Selena Gomez. Conhece?
— Você não vale nada! — Riu e podia jurar que minhas bochechas se ruborizaram.
— Antes eu realmente achava que elas estavam falando sobre sorvete, mas é por causa do título que me lembro dessa música. Aliás, aqui tem os melhores sorvetes da cidade.
— Propaganda de graça. — Riu — Não posso discordar.
— Viu? Sempre tenho razão. — Me gabei.
— Será? — Desafiou.
— Ei — A olhei incrédula.
— Tudo bem, acredito em você.
Jogamos bastante conversa fora, sobre diversos assuntos. Ela era uma leitora voraz de histórias clichês, embora não parecesse. Alguns eu já tinha lido, às vezes tínhamos opiniões diferentes sobre o mesmo livro, mas não deixou de ser um assunto bom. Ela era realmente da minha idade.
Myoi Mina, esse é o nome dela.
Disse-me antes de ir embora, não fiquei muito tempo por lá também.
No outro dia, ela estava lá. Na mesma mesa de sempre, sorriu ao me ver.
Na quarta, olhei em volta e nada dela. Aquele lugar que é sempre ocupado por ela, hoje estava vazio.
Na quinta-feira também não, estranho.
E na sexta, ela já estava presente novamente, ocupando o mesmo lugar de sempre, dando-me o mesmo sorriso de sempre quando me via.
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Ps: Ice Cream foi postada em agosto de 2020, a história nesse capítulo se passa em 2019, então relevem a data.
Opaaa!
BodiaaPeço encarecidamente que se atentem as datas, elas são muito importantes.
Byeeeee🏃🏻♀️
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Soulmates | Michaeng
Fiksi Penggemar𝘚𝘰𝘶𝘭𝘮𝘢𝘵𝘦𝘴 - Almas gêmeas. Alma gêmea ou Alma gémea está ligada a uma conexão entre pessoas onde há sobretudo afinidade. Isto pode ser relacionado com a similaridade, o amor, romance, intimidade, sexualidade e confiança. - Isso, segundo o W...