07 | Poção do Amor

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#CaçandoVagalumes

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#CaçandoVagalumes

No primeiro mês da primavera, eu estava exausto.

Conforme o esperado para a estação das flores, as nuvens cinzentas que cobriam o céu de Seul cederam espaço para dias ensolarados, mudando gradativamente a paisagem melancólica para um cenário de filmes românticos cheio de brotos coloridos e racemos perfumados. Entretanto, decorrente das permanentes baixas temperaturas nos inícios das manhãs, o moletom vermelho com a gravura de uma comic do homem de ferro tornava-se um ponto de referência em meu corpo, atraindo olhares e comentários interessados na alcofa presa em meu braço esquerdo. Todavia, mantinha o olhar concentrado no corredor excessivamente cheio, desejando não tropeçar nos próprios pés, seguindo meu caminho.

Após a conversa com Junghyun e o apoio imediato dos meus amigos, ponderei acerca da possibilidade de comercializar os doces artesanais e me convenci das experiências que viriam a calhar no futuro, sobretudo nos aspectos sociais. Meu pai encarregou-se de pesquisar sobre vendas de alimentos nas dependências escolares, contatando um colega advogado cujo assegurou não haver empecilhos por tratar-se de uma instituição privada e não-estatal, dependendo somente da decisão da reitora do colégio.

Por terem sido colegas no ensino médio, Jeon acompanhou-me para resolver a questão com a diretora In. Dentro do escritório da mulher, o doutor apresentou todas as pautas discutidas com o advogado, convencendo-a acerca da hipótese ser uma inspiração para futuros projetos curriculares, incentivando os acadêmicos a integrarem o empreendedorismo, aumentando o grau e a imagem de Haggyo perante as demais instituições.

No entanto, em consideração ao clima exaustivamente constrangedor durante a reunião, presumi que o discurso fosse apenas uma justificativa teórica para possibilidades pósteras, visto que a senhora In aceitaria qualquer proposta do Jeon se o homem ditasse com o tom rouco e mantivesse a troca de olhares. A mera recordação dos flertes abstrusos causava o franzir da minha face e náuseas.

Para meu profundo alívio - não tão surpreendente -, entramos em consenso com a coordenadora e precisei assinar um termo de responsabilidade, qual garantia o negócio como avulso das atividades escolares, portanto, qualquer problema deveria ser resolvido por um tutor legal não ausentando as consequências para mim, além do desempenho escolar que deveria manter-se impecável.

Trilhando de forma satisfatória, os intervalos dos meus dias foram preenchidos pela produção de bolos, cupcakes, mini-tortas, mousses e biscoitos amanteigados; todos sem o mínimo resquício de magia. Assim como a supervisão do trabalho dos meus amigos, que criaram redes sociais para a divulgação dos doces e mandavam milhões de mensagens com prints de conversas depois de Yoongi responder com má-educação um garoto do fundamental.

Faltando dois dias para o final de semana, a lista de afazeres era interminável, precipuamente devido a competição de Namjoon, Yoongi e Seokjin, os quais apostaram uma prenda em dinheiro, em relação a quem seria o melhor funcionário, preenchendo listas de pedidos. Todos os finais de manhã, aguardava ansiosamente pelo trio, recebendo dezenas de papéis amassados cheios de nomes e descrições borradas, precisando passá-los a limpo em folhas novas.

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