Gestos Da Harmonia | Jjk • Pjm

[⏳] Entre o Imprevisível e o Esperado

Oi, bem-vindas/os de volta.

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[⏳]

Jimin sentou-se na cama, seu quarto estava sendo pouco iluminado pelo sol fraco que ainda nascia dentre as cortinas. Seu coração batia rápido; sentimento que teve desde que aceitara ir a consulta. Não havia dormido direito.

Apoiou superficialmente suas mãos na cama, encarando suas coxas nuas, cobertas apenas pelo fino shorts do pijama. Tinha medo. Medo de que nada desse certo e, caso ocorresse, Jeongguk não o quisesse mais. Tinha medo de perdê-lo.

Sentia-se inseguro a todo instante, matutando se era certo fazer aquilo ou, pior, se iria conseguir bancar com as despesas. Porque Jimin sabia; sabia que um simples aparelho auditivo não lhe ajudaria.

Sua surdez era desde criança, embora tenha piorado com a fase adulta. Lembrava-se de todas as vezes que odiou não poder escutar, odiou não poder viver uma vida normal. Odiou ser ele mesmo. Tanto que quando lhe chamavam para uma entrevista de emprego, pedia para que fosse por mensagens ou que o entrevistador pudesse escrever.

Jimin sentia vergonha quando as pessoas descobriam que ele não escutava.

Afinal, sempre que lhe ocorria, elas faziam uma expressão de "Pobre coitado! Deve sofrer tanto, que dó!". Isso o machucava.

Fechou os olhos, conseguindo lembrar exatamente do dia o qual chegou em casa, após um dia humilhante no trabalho, chorando, socando as suas coisas, puxando seus próprios fios, querendo gritar. Querendo colocar algo, que não sabia exatamente o que era, para fora.

Aquilo era ódio.

Se perguntava o que diabos havia feito para nascer daquele jeito. O que, de fato, alguém tem que fazer para passar pelo que ele passou?

Naquele dia, apenas pôde chorar no banheiro de seu quarto, enquanto Solar fazia a tarefa da escola, alheia ao que ocorria. Desejava o pior para si, apenas para não ter que prolongar aquela vida.

Deu um leve sobressalto quando sentiu os dedos do namorado tocarem a sua mão, num carinho silencioso. Jeon sabia ser uma boa companhia sempre.

Olhou-o, abrindo um casto sorriso, perguntando-se, pela segunda vez em sua vida, o que havia feito para receber aquilo.

Aquele amor, aquele carinho, aquela atenção. Seu anjo da guarda queria se redimir por tê-lo feito sofrer por tanto tempo?

"O que faz acordado a essa hora?" Jeon levantou as mãos, lhe questionando devagar. Fazia os sinais preguiçosamente, ainda sonolento.

"Pensando" moveu uma de suas mãos, ainda encarando o universitário.

"Pensando às cinco da manhã? O que é tão interessante para te fazer acordar assim?" sorriu preguiçoso de olhos fechados após mover as mãos. Seus cabelinhos escuros estavam desgrenhados, alguns deitadinhos em sua testa, os outros deitavam na cama ou em sua bochecha.

Nenhum céu estrelado ou pôr-do-sol poderia se comparar com a beleza de Jeon Jungkook. Era única.

Jimin sorriu, voltando a se deitar ao lado do outro, entrando debaixo do cobertor grosso. Manteu seu rosto próximo ao de Jeon, apenas observando os detalhes que sondavam sua face.

Podia ver uma pequena pintinha abaixo de seu lábio inferior, uma imperceptível cicatriz na bochecha; o nariz grandinho, os dentinhos de Coelho. Tudo fazia parte de uma sinfonia que o formava.

Balançou a cabeça devagar, em negação, fazendo Jeon cessar o assunto. Continuou sorrindo para ele, levantando, em seguida, sua destra, num rápido sinal de eu te amo.