Capítulo 19

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Vinicius

Sei que ela já não está comigo mas ainda assim é como se eu a tivesse traído. O sentimento de culpa permanecia em meu peito mas ouvir o tom de desapontamento em sua voz quando ela me chamou de Lucas e ver ela me dando as costas e indo embora, foi muito pior.

Dirigi até o meu apartamento totalmente no automático.

Não tem mais como negar a atração que sentimos um pelo outro, mas a incerteza e a culpa me travam.

Maitê

Eu estava sentada no sofá pensando na noite de ontem e em como vai ser rever o Vinicius, sei que antes de ir embora o chamei pelo seu nome falso, mas é porquê eu estava com raiva e bem decepcionada.

Eu sei que não sei nada da vida dele, mas isso não da o direito dele me beijar e fingir que nada aconteceu.

Era sábado a tarde e eu já tinha limpado o apartamento e assistido uns três episódios da minha novela turca preferida. AI o que eu não faria para ter um Serkan na minha vida, mandaria todo mundo pro espaço só pra ter ele só pra mim.

Mas... como encontrar um Serkan não é uma opção eu simplesmente assisto repetidas vezes os mesmos episódios. Cá estou eu sentada com um balde de pipoca no colo e de pijama.

Meu celular começa a tocar mas ele está bem longe de mim, provavelmente no meu quarto, então por pura preguiça deixo a ligação cair na caixa postal.

Não se passaram nem um minuto e ele já estava tocando de novo, deve ser alguma coisa importante. Me levanto e vou atrás dele, a ligação é de um número desconhecido.

— Alô? – atendo meia receosa.

— MAITÊ VENTURA, ONDE A SENHORITA ESTÁ?

Olho para o relógio que tinha sobre a cômoda e me assusto! 

— Droga – sussurro, mas parece que ela escutou, perdi a noção do tempo, não sabia que já era tão tarde.

— Eu não acredito! Você esqueceu?

— Não, eu juro que eu não esqueci, só perdi um pouco a noção do tempo.

— Eu quero você nesse estádio em meia hora e nada mais, acho bom você virar o flash!

— Eu não prometo... – afasto o celular da orelha – não acredito que ela desligou na minha cara.

Eu realmente estava atrasada, corri até a sala, desliguei a TV e levei o balde de pipoca já quase vazio para cozinha. Corri para o banheiro e escovei os dentes, já aproveitei que estava lá e fiz uma make bem leve.

Voltei para o quarto para me trocar, pego a calça que havia comprado no shopping e coloco, quando estou indo até o guarda-roupa para encontrar uma blusa, passo pelo meu espelho e encaro o meu reflexo.

A blusa que eu usava como pijama não era bem uma blusa de pijama, mas sim uma que eu tenho a um bom tempo e sou apaixonada. Ela combinou muito bem com a calça, além dela ser super confortável.

Resolvo ir com ela mesmo, calço meu tênis branco e pego meus documentos, dinheiro, celular e a chave do carro.

Quando estou para fechar a porta a Marcia me liga de volta:

— Onde você tá? – direta.

— Fechando a porta e indo pegar o carro.

— Quer um concelho... vem a pé!

Paro de fechar a porta na mesma hora.

— Por que?

— São seis quarteirões e nem lugar pra estacionar tem, o negócio ta lotado.

Era Uma Vez...Onde histórias criam vida. Descubra agora