"Tudo bem, vamos começar do começo" ele disse se sentando ao lado dela que colocou a mão sobre a sua como forma de apoio.
"Meu pai... bem, meu pai era fascinante, ele gostava de criar novos projetos e se orgulhava disso, ele nos mostrava cada um, nos ensinava e nos contava todos os detalhes, mas nem tudo era paz, houve os fracassos, e ele se chateava tanto quando algo não se saía como ele queria" ele fez uma pausa e a olhou nos olhos "mas enfim, também houve aqueles que foram um sucesso absoluto, um exemplo? Esse mundo.
Bem, na verdade, também há nós, anjos, ele nos criou, nós nunca fomos crianças, não somos como vocês, que amadurecem com a vida e tempo, sempre fomos assim, já criados nesta forma, éramos jovens de idade, éramos todos sem opniões, tolos, não tínhamos o poder de nos expressar ou sentir. Na verdade, nós nem sabíamos o que era isso, todos nós o venerávamos, mas com os milênios se passando eu o vi, eu vi realmente quem era meu pai.
Um homem que não gostava de ser questionado sobre suas escolhas, não aceitava opiniões além das suas próprias, não demonstrava carinho por seus filhos, e sabe o que mais?! Mesmo assim cada um dos meus irmãos o venerava. Eu tinha respeito absoluto por ele claro, eu o seguia, ele era meu maior exemplo, eu queria seguir seus passos, queria criar projetos e o deixar orgulhoso além de tudo, mas observando ele de longe, fui vendo o que eu não gostaria de ser, autoritário, governante e sozinho" ele fechou os olhos "você não está sozinho, estou com você" ela disse sorrindo "eu sei" ele murmurou com um sorriso casto nos lábios "mas meus irmãos sempre colocavam o pai em um pedestal, e para ser honesto eu nunca o vi como um ser superior a mim, ele claro é Deus, mas acima de tudo ele é nosso pai, devemos respeito a ele, não reverência. A mãe... são tantas coisas..." ele disse pensando "bem, a mãe também tinha seus próprios projetos, não eram tão grandiosos quanto os do pai, mas também eram incríveis, ela tinha seu próprio mundo de luz, ela era presente com suas criações ao contrário do pai que sempre fez as coisas com suas formas misteriosas, isso é insignificante, isso é egoísta e a mãe provou, mas não haviam brigas ou discursões, ele era misterioso somente com seus projetos, ele ainda tinha tempo para ela, para nós.
Eles eram felizes, nos éramos felizes, eles cantavam com todos nós, nos ouviam, nos ensinavam, e nos moldavam, mas eles nos moldavam com uma finalidade... e bem, nenhum de nós foi capaz de prever o que se seguiria com isso" ele disse e fez uma longa pausa "tudo bem se você quiser parar" ela murmurou o acariciando "eu não quero" ele disse sorrindo "então ele começou a trabalhar no projeto mais conhecido como Big Bang e nos deu tarefas para ajuda-lo, eles nos autorrealizou com poderes, uh de certa forma, sim, eu chamaria de poderes, eu fui o lightbringer, ele me deu o dom de criar luz, Amenadiel era o maior guerreiro, Uriel previa padrões, Gabriel era o anjo mensageiro, Azrael o anjo da morte, Michael era... um torto" ele acrescentou rindo, Chloe o olhou confusa "não importa, esses trabalhos foram atribuídos a nós.
Passamos milênios treinando e aprendendo com nossas novas funções, o primeiro anjo a ser convocado para o trabalho em si foi eu, ele me deu meu primeiro trabalho importante, eu era responsável por dar a luz ao seu novo projeto chamado humanidade, ele me deu carta branca, eu poderia usar minha imaginação para criar como eu quisesse, então depois de muitas tentativas, eu fiz pequenas rochas brilhantes, que vocês chamam carinhosamente de estrelas eu amo o som na língua, eu também fiz o sol, dei calor a esse mundo que era de gelo, era frio e escuro, iluminei esse pequeno universo" ele sorriu para a lembrança e a olhou nos olhos, sua expressão para ele era de pura adoração, então ele continuou "ele veio até mim, me parabenizar, ele estava tão orgulhoso, eu estava tão feliz, ganhei o respeito de todos os meus irmãos, e com o tempo eu passei a ser o braço direito do pai, ele sempre vinha a mim quando tinha dúvidas sobre qual caminho seguir, e ele nunca tinha dúvidas, eu me senti especial de certa forma, estávamos tão próximos e eu só pensava no projeto, ele só pensava no projeto, nós dois só pensávamos naquilo, deixamos tudo de lado, nossa família, nosso lar, foi tudo negligenciado.
A mãe começou a ficar furiosa, ela e o pai começaram a brigar, a mãe dizia que ele só dava atenção ao 'projeto inútil' dele e que estava neglicenciando ela e todos os seus filhos, ele não a ouviu, ele nunca ouvia ninguém, então ele voltou a trabalhar, mas eu escutei a mãe, não abandonei o pai de repente, mas observei mais, vi que realmente não havia tempo e nem espaço para mais nada além da humanidade, eu passei a me afastar mais dele, mas ele não notou, como de se esperar, logo ele passou a trabalhar sozinho e eu me aproximei dos meus irmãos novamente, brincavamos, cantavamos e contávamos histórias, era o que você chamaria de paz, mas como você bem sabe, não durou para sempre, o pai criou o primeiro ser humano, ele criou Adão, era uma experiência, mas ele lhe deu livre arbítrio, lhe deu o poder de escolha, e nenhum de nós nunca tivemos isso, eu o procurei porque queria ser como aquela criatura estranha, livre para minhas próprias decisões. Meus irmãos se viraram contra mim por argumentar com o pai, ele era o ser supremo ninguém deveria o desobedecer, então comecei a me afastar novamente, mas dessa vez foi de toda a minha família, e novamente eu vi o pai criar a Eva e fiquei tão bravo, porque eu sabia que tinha sido Adão a escolher isso, eu fui ao pai novamemte e tivemos nossa primeira briga, ele me bateu e me castigou me mandando para meu quarto por eras" ele se aconchegou no colo dela e ela acariciou sua bochecha com o polegar "fiquei sozinho durante esse tempo, mas dei um jeito de sair sem que ele percebesse, e bem, fui para o jardim, e você sabe, aquela velha história, eu tentei a Eva e nos divertimos um pouco, mas a maçã era na verdade meu pau" Chloe bufou "Adão muito tempo depois descobriu, ele ficou tão bravo e como uma criança mimada foi falar com o pai.
O pai veio a mim para me repreender e eu o questionei sobre o livre arbítrio mais uma vez. Ele estava tão bravo com minhas perguntas e eu só queria isso, ser meu próprio ser. Brigamos por milênios, a mãe não se opunha ao pai, ninguém almejava o que eu queria, fui chamado de traidor, mentiroso, orgulhoso e tudo que você possa imaginar, eu nunca menti é uma questão de honra e eu nunca fui nada que me acusaram ser. Muito tempo depois pai criou o inferno, a humanidade havia se quadruplicado, Azarel já havia feito seu primeiro trabalho e a Gabriel já deixava as mensagens, o que você conhece como os dez mandamentos, pai concluiu que as almas boas se juntariam a ele e as ruins iriam para o inferno, para uma tortura eterna.
No inferno sempre foram loops, pai administrou o céu e o inferno durante muito tempo, mas sempre houve um trono vago, ele nunca destinou ninguém a descer, mas todos sabíamos que chegaria a hora, a reprodução dos humanos era rápida, ele ainda não havia falado quem tomaria o trono do inferno ainda, então quando tudo começou a uma velocidade medonha ele convocou uma reunião com todos nós, ele disse que decidiria quem tomaria o trono no inferno. Eu não queria isso, eu nunca quis, então eu disse, mas meus irmãos não falaram nada, eles desceriam para honrar o pai, eu me opus claramente, e bem, ele definiu que eu seria responsável pelo trono pelo fato de não seguir suas ordens.
Então eu lutei, com meus irmãos, com meu pai, eu fiz essa maldita rebelião, eu não queria isso, eu não queria brigar, eu nunca quis nada disso, e foi aí que ele me jogou céu abaixo, me fazendo queimar lentamente, e então eu cai" ele disse soando destruído, mas com aquele sorriso que partia o coração no rosto.
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Uma Chance
FanfictionChloe Decker e Lucifer Morningstar precisam se passar por um casal em um bairro de luxo para investigar sobre alguns sequestros que estavam acontecendo em LA com meninas menores, elas eram transformadas em escravas sexuais em festas luxuosas para co...