Uma Chance

Capítulo 8

Chloe pegou seu laptop e se deitou na cama, ela precisaria entender o que aconteceu com Lucifer, e o Google poderia ajudar.

Pesquisando seu nome, ela encontrou infinitas páginas sobre satanismo, mas optou pela primeira busca.

Ela leu sobre o porquê Deus criaria um anjo 'ruim' e descobriu que Lucifer era o favorito de seu pai, lendo isso ela bufou ironia, se ele era o favorito, o que Deus faria com os humanos então?

Ela leu sobre sua escolha de tentar Eva, isso era uma atitude que ela definitivamente sabia que ele faria, tudo bem, uma informação que se encaixava com o homem que ela conhecia.

Ela leu que ele queria tomar o trono do seu pai. Essa ideia não se encaixava no Lucifer que ela conhecia, tudo bem, ele adorava ser o centro das atenções, mas sempre deixou claro como abominava o trabalho de seu pai.

Buscando mais, ela leu que ele está na terra juntando um exército de humanos para derrubar seu pai do trono, o que foi a coisa mais absurda que ela já leu, ele fazia favores, e às vezes os cobrava, isso era o negócio dele, ela não acreditava em nada disso que havia lido.

Buscando mais sites ela viu imagens dele como um ser vermelho com chifres e calda, o principe da mentira, o mau encarnado, Samael.

Samael era como Deus o chamou antes da queda, mas esse nome tinha um significado triste, ele não era um veneno, ele era um antídoto, ela sentiu sua luz, seu amor, ele era Lucifer, seu Lucifer e ele não era um veneno.

Deus o chamou de veneno desde que o criou, por que ele faria algo assim? E Deus o criou, isso significa que ele o fez exatamente assim, mas que porra, ele fez milênios ou sabe-se lá quanto tempo de trauma em Lucifer, se ele é onisciente por que ele fez seu próprio filho passar por toda essa dor? Isso é extremamente problemático.

Seu coração doeu por ele, ela queria abraça-lo e dizer que o amava, seu amigo, ela amava seu amigo, mas se ela o amava, isso significa que ela o amava completamente.

Ela congelou com a informação por um minuto ou dois, mas se viu sorrindo logo depois de admitir que sempre o amou, desde que eram bons amigos.

Voltando para a pesquisa ela leu sobre a rebelião, seu ar saiu dos pulmões e ela ofegou quando descobriu que essa dor toda aconteceu por orgulho?

Deus resolveu expulsa-lo para o inferno por ele ser mal criado? Por ele não aceitar suas ordens? Ah qual é! Ela não acreditava nisso, não poderia ser uma coisa tão idiota assim.

Mas e se fosse? Ele causou essa dor em Lucifer por uma coisa tão banal? Esse era Deus?

Ela não conseguia respirar, ela pensou em Trixie, ela nunca faria isso com sua filha.

Manda-la para a tortura eterna porque ela não quis obedecer, ela sentiu pavor e aflição, sua respiração começou a falhar e ela fechou o laptop desviando o olhar para o teto, contando até 50, ela conseguiu se acalmar, mas com isso veio a dor, ela não podia imaginar por tudo que ele passou. Ele caiu, sua pele era como carne derretida, ele se queimou lentamente?

Ela se virou abraçando o travesseiro e chorou, ela imaginou sua dor, tanto física quando emocionalmente, ela imaginou a primeira vez que ele se viu no espelho, ela sentiu o cheiro podre de carne queimada e seu estômago revirou fazendo-a correr para o banheiro.

Ela abaixou a cabeça no vazo sanitário e colocou todas as suas refeições para fora, quando ela estava suada e cansada ela se sentou no chão e pensou nele, ele não queria exército de humanos, ele era bom, ele prendia humanos ruins, ele não os convertia, ele os colocava no caminho certo, porra, ele até fez amizade com um padre, ele a protegeu, ele protegeu Delilah, ele cuidou da garota má no colégio de Trixie, ele não deixava injustiças acontecerem perto dele, tudo que ela leu de ruim simplesmente não se encaixava no homem que ela conhece.