CAP-42 Amar... É Assim

209 11 0
                                    

Josh Pov

Medo... Emoção... Esperança... Mais medo... Por que ninguém nunca me avisou que amar trazia junto esse mundo de sentimentos e mais alguns que no momento não conseguia me lembrar? Já foi um choque quando me descobri completamente louco de amor por S/N.

Logo em seguida... Meus filhos. E agora Joseph. Desde o primeiro momento em que o vi eu senti algo diferente. A fragilidade do garoto abalou minhas estruturas, meu muro tão fortemente erguido para derrotar Don Matteo.

A partir desse dia eu não tive mais outro pensamento a não ser trazê-lo para junto de mim. E foi aí que comecei a sentir medo novamente. Medo que experimentei quando pensei que iria partir e não ver S/N nunca mais.

Medo que senti quando vi meus filhos nascerem pelas minhas mãos. E com Joseph... Medo pela sua não aceitação. Além disso tinha todo o processo para a adoção.

Sei que S/N ria de mim pelas costas. Mas eu falava sério quando dizia que tinha medo de ser reprovado no exame psicológico. Eu não sou normal.

Até eu tento entender minhas mudanças repentinas de humor, mas não consigo. Felizmente alguém parecia gostar muito de mim... Alguém lá em cima: Deus. Consegui adotar o menino e levá-lo para nossa casa.

Tenho quase certeza que S/N foi um fator fundamental para que ele se sentisse tranqüilo. Percebia muito bem a forma carinhosa como ele a olhava.

Eu estava apreensivo naquele dia... Há tempos não via minhas mãos tremerem tanto.

Mas me lembro claramente, como se fosse hoje das palavras dele:–Senhor Beauchamp... Hum... Josh... Eu juro que serei um bom filho.

Porra... Aquilo era um complô contra mim. Uma forma que encontraram de me dizer o quanto eu era fraco até mesmo bobo quando o assunto era família... A minha família.

A partir do dia em que chegou à nossa casa Joseph foi conquistando a todos. Ele e a anã viraram unha e carne. Mas nada se comparava ao relacionamento que nós dois estávamos construindo.

Fazíamos tudo juntos... Ou quase tudo. Não era raro ver nós dois batendo bola no campo de futebol que tínhamos em casa ou jogando tênis.

Além disso ele se tornou também a sombra de S/N quando eu não estava por perto. Sempre disposto a ajudar a tomar conta dos irmãos.

Cecília passou a agir com ele da mesma forma como fazia comigo. Bastava colocá-la no colo para que parasse o berreiro.

Contratei uma professora pra ele, afinal já tínhamos passado da metade do ano e não foi possível colocá-lo numa escola. Mas no próximo ano com certeza ele estaria lá.

Entretanto eu ainda me preocupava com ele. Um garoto que passou por tudo aquilo não poderia levar tudo tão tranquilamente. Ele deveria guardar muita coisa dentro de si.

Pensei em levá-lo a um psicólogo, mas depois pensei melhor. A melhor opção sempre seria conversar, procurar entender seu ponto de vista e não simplesmente impor o que eu queria.

Por isso espantei meus medos e num sábado ensolarado em que estávamos nós dois sentados no gramado eu resolvi entrar no assunto. Ele estava feliz... Eu podia perceber isso.

–Joseph... Você está gostando de estar aqui conosco?

–Estou adorando. Vocês são tão bons pra mim... Até a anã de jardim.

Eu ri alto, jogando minha cabeça para trás e baguncei os cabelos dele.

–Esse é um assunto controverso, mas deixa pra lá. Fico feliz que esteja gostando. Sabe que morri de medo de você não querer vir conosco?

θ PθDΣΓθSθ BΣΛЦCΉΛMPOnde histórias criam vida. Descubra agora