Vermelho. Vermelho foi tudo o que viu.
Olhou em volta, sendo encarado pela escuridão que cercava sua pele pálida e o corpo sem vida abaixo de seu próprio. Por que? Simplesmente aconteceu, de repente. Esfaqueou o corpo várias e várias vezes procurando um alívio para a dormência que sentiu por anos sem fim. E funcionou. Lágrimas de pura insanidade escorrendo por seu rosto, misturando-se com a poça de vermelho, marcaram a noite onde Minseok encontrou paz.
Anos e anos de sorrisos falsos sendo jogados por aí, noites sem dormir pensando no que fazer com sua vida, inúmeras ataduras para esconder inúmeras tentativas contra si mesmo. Não há mais necessidade de se esconder. Parecia bom, parecia certo. Minseok chorava enquanto puxava o corpo para mais perto e o abraçava com toda a força que tinha, não se importando em manchar suas roupas, essa era a menor de suas preocupações.
No entanto, havia um problema.
Não poderia simplesmente sair andando, deixando um cadáver com pegadas para trás. O que as pessoas pensariam disso? O que seus 'amigos' pensariam disso? O que seus vizinhos idosos pensariam disso? Tinha que esconder. Tinha que encontrar uma maneira de se livrar de tudo, montar uma fachada. Parar ali também não era uma opção, Hyuck finalmente encontrou algo que o fez se sentir vivo e ele não estava disposto a desistir.
Em desespero cego, ele agarrou o corpo e saiu correndo. Para onde? Ele não tinha certeza, mas pela manhã o corpo já tinha sumido completamente. Queimou as roupas, livrou-se da faca do outro lado da cidade, fez questão de perfurar os pulmões antes de amarrar um bloco de concreto que encontrou caído e jogá-la no lago. Ele limpou o carro, queimando os retalhos de pano onde estava o corpo, e se livrou de cada gota de vermelho que encontrou.
Tudo o que Minseok tinha que fazer agora era respirar fundo e relaxar. Fechou todas as janelas, todas as cortinas e trancou a porta, paranóico de que alguém tivesse visto algo e estivesse tentando encontrá-lo. A adrenalina havia desaparecido, e com ela foi a explosão repentina de serotonina, tudo o que ele tinha agora era uma casa absurdamente limpa e suas vozes.
"Eles vão te encontrar."
"Você a matou."
"Eles estão vindo atrás de você."
Isso não significa que Minseok se arrependeu do que fez. Nem uma gota de arrependimento poderia ser encontrada dentro de seu coração. Ele estava com medo de que alguém descobrisse, pensando no que aconteceria. Só parou quando seu telefone tocou, alto o suficiente para silenciar as vozes e tirar Minseok de seu episódio de psicose.
ㅡ ... Alô?
"Ei, cara! O que aconteceu? Achei que você fosse abrir a loja hoje... Aconteceu alguma coisa?"
ㅡ Jongdae... Foi mal. Tô aí em dez minutos.
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ENG.
Red. Red was all he saw.
He looked around, being stared back by the dark surrounding his pale skin and the lifeless body beneath him. Why? It just happened, suddenly. He stabbed the body again and again looking for a relief on the numbness he felt for years to no end. And it worked. Tears of pure insanity rippling down his face, mixing with the pool of red, marked the night where Minseok found peace.
Years and years of fake smiles being thrown around, sleepless nights thinking on what do to with his life, countless bandages to conceal innumerous tries against himself. There's no need to hide anymore. It felt good, it felt right. Minseok cried as he pulled the body closer and hugged it with all the strength he had, not caring about staining his clothes, that was the least of his worries.
However, there was a problem.
Minseok couldn't simply walk away from that, leaving a dead body with prints behind. What would people think of that? What would his 'friends' think of that? What would his elderly neighbors think of that? He had to hide it. He had to find a way to get rid of everything, put up a fassade. Stopping there wasn't an option either, Hyuck finally found something that made him feel alive and he wasn't about to give it up.
In blind desperation he grabbed the body and made a run for it. To where? He wasn't sure, but by morning the body was nowhere to be found. He burned his clothes, got rid of the knife on the other side of town, made sure to puncture the lungs before tying a concrete block he found laying around and throwing her down the lake. He cleaned the car, burning the cloth scraps where the body was, and got rid of every single drop of red he found.
All Minseok had to do now was take a deep breath and relax. He closed all the windows, all the curtains and locked the door, paranoid that someone had seen something and were trying to find him. The adrenaline had faded away, and with her went the sudden burst of serotonin, all he had now was an absurdly clean house and his voices.
"They're going to find you."
"You killed her."
"They're coming for you."
Those didn't mean Minseok regretted what he did. Not a drop of regret could be found within him. He was scared someone would find out about it, thinking of what would happen if someone did. It only stopped when his phone ringed, loud enough to silence the voices and pull Minseok out of his psychosis episode.
ㅡ ... Hello?
"Ey, man! What happened? I thought you were supposed to open the shop today... Did something happen?"
ㅡ Jongdae... I'm sorry. Be there in ten.
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Smiles. (precisando de capa)
Mystery / ThrillerMinseok, uma criança traumatizada, adolescente deprimido e agora um jovem adulto com uma vida sem sentido, encontrou uma maneira de se sentir vivo novamente, mas precisava desesperadamente fugir e esconder seu lado psicótico de Jongdae, que só queri...