Cap 8

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Sim
Eu vou pegar de 25 anos a prisão perpétua
Se isso me tornar um rei
Uma estrela em seus olhos— All for us, Labrinth

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Escutem a música do YouTube com o cap ~~
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— O que você quer dizer? Fingir... que... — Ela se atrapalhou com as palavras, com o rosto em branco.

— Eu sei que não tem nenhuma lógica.
Mas ele... — cuspi a palavra— ele não age pela lógica. Ele é mais louco do que eu.

Ela parecia confusa com a testa enrugada daquele jeito, e a sua pequena boca abria e fechava sem nenhum som. Eu com certeza não era a melhor pessoa a explicar alguma coisa.

— Eu estou aqui a mais de duas semanas, ok? — expliquei, tentando fazer sentido—Ele colocou você aqui. Está nos dando comida, roupas... ele quer nos manter aqui.

Ela refletiu sobre aquilo e falou de novo— Mas, por que ele faria isso? Eu sei, eu sei que ele obviamente não é normal... mas, ainda sim— ela deixou a pergunta no ar, parecendo derrotada.

— Ele acredita que assim vai me manter na linha.

— Manter voce na linha? — ela perguntou e olhou para mim duvidosamente.

Não tinha pra que esconder por mais tempo.— Ele quer me controlar. Ele acha que se eu me apaixonar, e tendo a gente em suas mãos, presos, eu farei de tudo pra provar a ele que sou diferente e não serei um perigo para ele.— contei minha tese pra ela, sentindo a raiva querer subir a superfície com o insulto daquilo.
Ele achava que podia ditar minha vida, e meu destino. Há!

— Mas você é — ela deduziu.

— Eu não era. Mas agora eu sou.

— Eu não entendo.

— Eu fiz coisas que não deveria — mudei de assunto propositalmente deixando de lado a última declaração — E ele queria me manter numa coleira, como um cachorrinho treinado.

Ela parecia cautelosa.

— Você fez coisas — ela repetiu, seu tom de voz parecia querer mais informações, mas o receio a impedia de prosseguir. Eu podia compreender as razões.

— Eu não quero que você me tema Daisy — falei sinceramente — Mas eu não vou poupar seus sentimentos. Se você quiser saber, pergunte.

Dei de ombros, e percebi que era verdade.
Eu contaria a ela o que ela perguntasse. Seria a primeira pessoa fora o meu pai a saber o que eu era. Eu estava estranhamente em paz com aquilo. Parecia certo que ela soubesse, estando comigo e participando do plano de fuga.
Quanto antes ela soubesse melhor.

— Você matou pessoas? — ela corajosamente perguntou. Ela devia estar segurando aquilo a um bom tempo.

— Não por vontade própria.

Eu podia ver a confusão em seu rosto enquanto ela  processava o que eu havia dito.

— Por favor, explique. — ela pediu, a voz baixa e paciente.

Eu esperava algo parecido a aquela reação, já a conhecendo como uma pessoa racional e principalmente inteligente, mas não deixava de perceber o quão livre eu me sentia quando estava com ela. Como se fosse realmente ouvido, pela primeira vez em minha vida.
Não havia julgamento em seus olhos castanhos. Era revigorante e ao mesmo tempo desafiador. O quanto eu poderia dizer até que ela finalmente quebrasse? Eu me perguntava.

O filho de Jeff the killerOnde histórias criam vida. Descubra agora