Me encolhi com o tom áspero da sua voz. Eu não sabia o que responder, e eu podia ter ultrapassado uma linha que não era da minha conta com o Jonah, mas eu não podia ficar parada e ouvir ele dizer que queria se arriscar para tentar matar o pai dele, quando a ideia dele se machucar me fazia embrulhar o estômago.
O que eu esperava? Que ele desistisse da sede de vingança pelo pai dele e apenas fugisse comigo?
Eu tinha que me lembrar que não nos conhecíamos. Não de verdade. Estávamos em uma situação de perigo juntos, confinados contra nossa vontade, e nem mesmo nossas ações eram as naturais. Com certeza eu nunca teria conversado com ele se o tivesse visto fora dessas paredes, eu não teria coragem para isso, e ele também não me notaria.Um pensamento cruzou minha mente, um que eu não tinha tido antes.
Como será quando escapar-mos?
Ficariamos mesmo juntos?
Engoli em seco, com os pensamentos sombrios me deixando cada vez mais para baixo.
Eu não podia pensar naquilo. Não naquele momento. Eu tinha que bloquear essas divagações, como eu sempre fazia. Negar que elas existiam, eram a única maneira de seguir em frente. Por que eu não queria enfrentar a possibilidade de estar sozinha de novo.Um barulho alto de correntes chacoalhando interrompe os meus pensamentos e eu arregalo os olhos. Momentos depois o que eu temia se tornou realidade. O pai dele aparece pela porta da frente, e ele entra, deixando ela aberta. Nossa liberdade, ali tão perto. A luz do sol se infiltrou pela abertura, tão convidativa.
Algo me diz que estava tão longe como sempre...
— Bom dia crianças- a voz dele era friamente divertida.
Jonah enrijeceu ao meu lado, e o ar se tornou tenso como toda vez que eles interagiam. Eu olho para ele, por que é uma distração melhor que olhar para o pai dele. Também era ligeiramente melhor que ele estivesse irritado com ele, e não comigo. Corei com o pensamento idiota, mas eu odiava que ele estivesse bravo comigo.
— Isso vai ser algo regular agora? Todos os dias você vai aparecer, sem nem mesmo nos deixar em paz? - Jonah cuspiu, com os braços cruzados sobre o peito.
Recuo um pouco com a audácia das suas palavras. Não gostava de estar no fogo cruzado entre eles por que eu não acho que poderia lutar contra o pai dele, como ele já deixou claro algumas vezes, mas Jonah não parecia se importar nenhuma das vezes, sempre desafiando com suas palavras cortantes e irritadas.
—Não sabia que você estava gostando tanto de ficar aqui,Jonah. Quer que eu suma para você brincar de casinha com a Daisy para sempre? — Ele respondeu, não parecendo se irritar com as palavras dele.
Ele caminhou em nossa direção, de maneira devagar e despreocupada. Seus olhos pararam em mim e ele levantou as sobrancelhas, a expressão ainda calma.
O olhar dele me intimidou como sempre, mas eu tentei não mostrar, deixando meu rosto neutro. Instintivamente me aproximei de Jonah, procurando proteção. Fiquei o mais perto possível, nossos ombros quase se batendo, mas ainda não parecia o suficiente. Com o pai dele lá, a lembrança constante do que ele era capaz, eu queria nada mais que me esconder atrás de Jonah e me fazer invisível. Mas eu não era uma covarde, não mais.
— Você veio nos libertar? — Jonah resmungou.
— Temo que não. Mas eu vim para outra coisa.
Algo divertido— ele respondeu.Minha pele se arrepia. Não seria nada divertido para nós.
— Vim para tirar vocês daqui por um tempo. O dia está bonito, achei que vocês iriam gostar de um passeio pelo lago— Ele continuou.
Olho pra ele como se ele fosse louco. Bem, talvez ele
esteja. Talvez todos sejam loucos.— Acho que a última vez foi o bastante- Jonah respondeu com a voz gelada.
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O filho de Jeff the killer
رعبA maçã podre não cai longe da árvore duas vezes... Jonah, o segundo filho de Jeff the killer e Sarah, não é o que eles esperavam. Quando seu filho assassino se recusa a obedecer, o que mais um pai pode fazer? Trancafia-lo em um porão, óbvio. Jona...