Cap 13

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Eu queria experimentar algo diferente do caos da minha mente. Algo mais do que estar preso, do que ser um peso, um problema.

E eu tinha feito isso.
A noite passada estava impregnada em minha memória, e eu podia dizer que via o mundo de maneira mais ampla do que antes. Não diferente, mas com mais opções.

E até mesmo eu, poderia aproveitar delas.

Eu não estava dizendo que era uma pessoa transformada. Eu sabia que não. Eu tinha matado mais pessoas do que eu gostaria de lembrar, mas aquilo iria mudar. Poderia mudar.
Com Daisy do meu lado, eu sentia que poderia melhorar.
Embora meu plano para melhorar fosse me esconder em algum lugar remoto de civilização, já era um começo.

Sim, eu podia visualizar aquilo.

Agora eu tinha que pensar em um plano do que fazer quando saísse dali.
Não somente escapar e me vingar dele, e não me havia me esquecido do tio dela, eu queria certeza do que iria fazer e onde ficaria com Daisy, quando tudo aquilo acabasse.

Eu queria viver...Da minha maneira.
Mais do que aquilo, eu queria mais experiências normais. Coisas que eu não pensei em fazer quando estava sozinho.
Ter uma casa própria, para começar.
Talvez até como aquela casa em que eu estava.
Com mais janelas, com certeza.
Eu colocaria uma janela no teto.
Sim, assim veríamos as estrelas toda noite. Nunca mais ficar presos, nunca mais viver na escuridão.

Seríamos livres, o máximo possível.
E eu seria cuidadoso. Eu não podia me dar o luxo de cometer os velhos erros.
Eu não iria ser preso novamente, nem deixar Daisy para trás. Ela estaria comigo.

Aquilo soava bem.
Daisy e eu, longe de todo o mundo.

Eu poderia ser alguém.
Eu poderia ser alguma coisa.
De alguma maneira.

Eu não conseguia deixar de lembrar uma e outra vez, como ela parecia saber me trazer de volta do vermelho, com tanta facilidade.

Quando eu a beijava, era como se tudo desaparecesse.

Bem, menos quando eu estava dentro dela.
Eu temi de verdade, naquele momento.
Quando tudo estava mais incrível do que jamais foi, quando o corpo dela estava me segurando tão apertado que eu pensei que iria perder a cabeça, e eu por um momento perdi.

Eu não estava com raiva, para minha confusão e pânico.

Eu só parecia que iria explodir. Que iria me perder nela. E tudo começou a ficar vermelho de novo, mas daquela vez eu não sentia ódio, ou desejo de vingança.

Era simplesmente descontrole, cru e sem sentido.
Foi por apenas alguns segundos, mas a visão dela em vermelho cada vez mais, trouxeram um alarme para minha cabeça, o que fez com que eu temesse perder o controle, o que por consequência me fez ficar ainda mais descontrolado. Eu não consegui falar, tamanho o medo. Sim, medo, por que se eu me mexesse, se eu sequer piscasse, poderia ser tarde demais.
Da maneira que estávamos, entrelaçados, eu ainda dentro dela, o corpo dela tão próximo, apenas um estalar de pescoço e eu a teria matado como as outras.

Eu quase esquecia que existiram outras, antes dela.
Mas a existências delas foram tão curtas e insignificante que eu não dava um segundo pensamento, desde que Daisy chegou.

Naquela época, Meu foco era dar o fora daquele lugar que estava me matando lentamente.
As pobres almas nem tiveram uma chance.
Nenhuma delas tiveram o menor senso de perigo, ou de autopreservação. O que era de se esperar de alguém que nunca precisou pisar em ovos na presença de outro alguém. Alguém que foi protegido a vida toda, sem entender que cada pessoa poderia ser uma ameaça.

O filho de Jeff the killerOnde histórias criam vida. Descubra agora