Capítulo 3

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— Ele não vem. — Noah se lamentou.

Parado na esquina do consultório da obstetra, ele, Linsey e seus pais esperavam Josh ansiosamente. Noah tinha esperanças que Josh resolvesse aparecer, mesmo que quando ele tivesse feito o convite ele conseguisse ver a hesitação brilhando nos olhos azuis. A rua estava pouco movimentada, o que era raro considerando que o consultório ficava no centro da cidade.

— Deveríamos entrar, filho. — Disse Marco, colocando a mão no ombro dele tentando passar algum conforto. Marco sabia o quão importante era para Noah que Josh aparecesse, e, apesar de adorar o ex genro, ele percebeu o quão magoado Josh estava quando Noah voltou; e o quão transtornado ele ficou durante os últimos meses. Noah o encarou com os olhos marejados e um biquinho manhoso nos lábios, ouvindo um suspiro dos pai.

— Vamos esperar mais um pouco, por favor! — Ele implorou, olhando nervosamente para os dois lados da rua na esperança de ver o carro do loiro se aproximando.

— Querido, — foi a vez de Wendy se aproximar, tomando o lugar do outro lado do filho, a voz doce e carinhosa envolvendo-o como um manto quentinho — sabe que se alguém postar uma foto sua, em cinco segundos aqui estará cheio de gente, não é? — Noah suspirou derrotado e puxou a barra do moletom mais para baixo, embora o tecido já estivesse quase passando do meio de suas coxas. Ele queria esconder aquela gravidez até onde desse, sabia que, assim que descobrisse, a mídia cairia matando em cima dele e Josh; fofocas e rumores começariam a surgir e ele não estava pronto para lidar com àquilo. Não enquanto ainda tentava lidar com as consequências do seu próprio "desaparecimento", e de sua gravidez inesperada. Apesar disto, ele ainda queria esperar. Alguma coisa lhe dizia que Josh iria aparecer. Talvez fosse tanto tempo de convívio com o outro, ou talvez fosse só a esperança de não ter que passar por aquilo sozinho. Noah sabia que, por mais que Beauchamp estivesse decepcionado com ele, Josh não perderia aquilo. Não mesmo. 

Então, ele mandou um olhar suplicante a Linsey que concordou levemente com a cabeça, como se dissesse que compartilhava do mesmo pensamento que ele. Eles deveriam esperar mais.

— Vamos esperar mais um pouco. - Disse Linsey, por fim. Noah sorriu para ela em agradecimento e ouviu os pais concordarem em murmúrios. 

Urrea olhou para o relógio de pulso, torcendo para que Josh se apressasse caso contrário eles perderiam o horário. Ele olhou de um lado para o outro, mas nem sinal do Beauchamp. Eles esperaram por mais dez minutos, até que avistaram um fotógrafo. Linsey foi a primeira a empurrar o irmão de leve de modo que ele se pusesse a andar. 

Apesar da pouca distância de onde eles estavam até o prédio onde estava o consultório, foi mais do que tempo suficiente para que mais fotógrafos se juntassem ao homem. Eles se puseram a andar rapidamente enquanto os flashes das câmeras os seguiam. Noah segurou a vontade de xingar, porque, aparentemente, paparazzis andavam em bando já que não demorou muito para estarem rodeados de pessoas com câmeras nas mãos lhe fazendo perguntas e mais perguntas. Ele já estava acostumado, não podia mentir, mas não deixava de ser insuportável.

Eles apressaram os passos, a distância parecia cada vez maior até estarem na porta do consultório onde os seguranças tentavam afastar os paparazzis para que eles pudessem entrar. Noah virou o rosto para trás, surpreso ao sentir uma mão tocando suas costas gentilmente. Ele sorriu levemente ao encontrar Josh com seus óculos escuros, parando de andar por um momento para encarar o loiro.

— Você veio. 

— Pelo nosso filho, não por você. — As palavras saíram de forma tão seca e indiferente que Noah abriu a boca surpreso. Seus olhos ardiam com os flashes das câmeras e ele teve um choque de realidade ao lembrar que estavam sendo observados. Ele assentiu brevemente com a expressão dura e virou as costas, andando até o pai a passos apressados sentindo o coração bater forte e um buraco se formar no estômago. Ele queria chorar. Josh já tinha deixado claro o quão magoado estava, e Noah não o culpava por isso. Mas ouvir aquela frase tinha doído demais.

Behind The Camera FlashesOnde histórias criam vida. Descubra agora