Diga o meu nome

O ginásio vira um caos

Uma sirene ressoa.

Continuo encarando o garoto por uma fração de segundos, o que parece ser uma eternidade.

Ele é moreno, alto e com músculos bem definidos. Está vestindo uma calça jeans preta com uma blusa e jaqueta pretas também. Tem a barba por fazer, mas não é possível ver direito os detalhes do seu rosto porque ele está longe demais pra isso. Ele me encara fixamente, e não consigo saber se ele está rindo internamente do vexame que acabei de passar ou se pensa algo a mais. Espera, que algo a mais? Estou maluca.

Ele rompe o contato visual e olha pro lado, falando seriamente e com semblante preocupado com um professor que estava próximo dele. É quando me dou conta do que está acontecendo.

- Chloe, vamos, precisamos sair daqui agora - Emilly grita ao meu lado.

Está barulhento demais pra conseguir ouvir alguma coisa direito. A sirene ecoa agora em meus ouvidos, parecendo mais alta do que segundos atrás. Alunos correm desesperadamente de um lado para o outro, esbarrando em si mesmos e gritando em desespero.

O que diabos está acontecendo?

Uma voz fala ao microfone: O ginásio está pegando fogo. Precisamos que todos vocês mantenham a calma e andem devagar em direção às saídas de emergência. Se vocês entrarem em pânico, vai ser pior e um acidente pode acontecer...

A voz continua falando, mas ninguém parece dar ouvidos. Ao meu redor, o caos se instaura cada vez mais. Me lembro do garoto e olho na sua direção. Mas, assim que me viro, ele não está mais lá. Há fumaça em todo canto e é impossível enxergar alguma coisa. Começo a tossir sem parar e sinto Emilly tocar o meu braço.

- Você tá bem? - minha amiga pergunta.

Faço que não com a cabeça e espero que ela tenha conseguindo enxergar o meu gesto. Graças a Deus, ela coloca um pano no meu rosto e diz que devemos sair dali o quanto antes.Caminhamos apressadamente no meio de centenas de pessoas, empurrando uns aos outros em direção à saída de emergência na esperança de salvar as nossas vidas. Estamos perto da saída quando sinto minha visão embaçar aos poucos. De repente, tudo ao meu redor começa a girar. 

- Emilly, tem algo de errado comigo - digo - Eu não consigo... n-não consigo... - É tudo o que falo antes de sentir meu corpo ir em direção ao chão.

Ela grita por socorro.