Entre Hokages e Uchihas +18

Gaara

Ali estava Gaara, parado em minha frente. Seus olhos vidrados aos meus. Meu corpo estava totalmente paralisado. Depois de tantos anos... tantos anos que só me dei conta de que quanto tempo tinha passado quando vi Gaara ali, em minha frente. Um homem. Um homem usando o chapéu de Kazekage. Um homem...

Gaara- Você... você... puta que pariu,S/n, eu posso te dar um abraço?

Não o respondi. Eu apenas corri em sua direção e lhe abracei. Forte. Um abraço com anos de saudade. Um abraço reconfortante, que a anos não sentia.

Gaara acaricia meus cabelos enquanto me abraçava. Enquanto tocava em mim. Ele parecia tão surpreso quanto eu. Não posso dizer por ele, mas meu coração resplandecia felicidade.

Gaara- Você cresceu... -- ele desfez nosso abraço, mas ainda estava com o corpo perto do meu, me olhando fixamente. -- Você... mas é claro que cresceu, quantos anos fazem? Cinco?

S/n- Mais o menos isso -- disse, com a voz falhando. -- E você... você puta que pariu, você virou Kazekage!

Gaara- O destino foi generoso comigo. Mas, e você, e seu irmão? Tenho tanta coisa para perguntar que não sei por onde começar -- rimos. E juntos nos sentamos em umas cadeiras que dispunham na sala, juntas a uma mesa.

S/n- Eu fiquei muito feliz quando soube que tinha virado Kazekage. Eu quis muito te encontrar para te parabenizar por isso.

Gaara- Eu me lembrava de você sempre. Sempre. Mesmo quando estava sendo consagrado Kazekage, queria que você estivesse la comigo. Afinal, foi a única amiga que tive na minha infância. Queria que estivesse lá para ver.

S/n- Nós éramos dois derrotados -- disse, introspectiva, e rindo. Gaara soltou uma gargalhada em resposta também.

Gaara- Seu irmão... onde está ele?

S/n- Morto -- menti. Menti descaradamente. Não me sentia bem fazendo aquilo. Não sentia bem em ter que mentir para Gaara assim, logo de cara, mas.. As circunstâncias exigiam.

Gaara- E-eu... eu sinto muito. Muito mesmo.

S/n- Tá tudo bem -- sorri, aliviando a tenção que ele agora sentia.

Gaara- Por que não voltou? Por que não foi para Sunagakure?

S/n- Eu não me sentia bem em voltar -- por um lado era verdade. Sunagakure me trazia muitas lembranças boas, mas também muitas ruins. Eu tinha decidido que não voltaria mais para lá, que iria zerar minha vida, que não levaria mais nenhuma lembrança de lá.

Gaara- Mas se sentiu bem em vir para Konoha?

S/n- Eu queria recomeçar minha vida, só isso. Queria me afastar do meu passado, apenas. E aqui, eu não conheço ninguém.

Gaara- Entendo... mas... bom eu... queria sair, para a gente comer alguma coisa, conversar melhor...

S/n- Por mim, tudo bem. Acho que você tem muito a me contar -- sorri, apontando para o chapéu de kage em sua cabeça.

Gaara- É, claro -- ele sorriu, e retirou o chapéu logo em seguida. -- Mas antes tenho que te perguntar uma coisa, e quero que me responda não como Kazekage, mas como seu amigo de infância...

S/n- Acho que já sei do que se trata -- suspirei.

Gaara- Você estava presa. Naruto me contou das desconfianças de Tobirama... eu acredito que não, mas tenho que perguntar: você tem alguma relação com Itachi Uchiha?

S/n- Não. Nenhuma. Eu juro.

Gaara- Que bom. -- Gaara sorriu para mim, se levantado logo em seguida. -- Ainda gosta de lamen?

S/n- Eu tenho vivido a base disso, meu amigo.

Gaara- Então, conheço o lugar perfeito para irmos.

¤¤¤

E lá estávamos nós no Ichiraku Lamen. Nós nos sentamos e pedimos cada um, uma porção grande de lamen. Contei a ele que tinha sido ali que Tobirama me repreendeu e me prendeu em seguida. Ele, descaradamente, riu de mim.

Aproveitamos o momento para colocarmos as conversar em dia. Gaara me contou sobre como se tornou Kage. Como sua vida tinha mudado da água para o vinho. Como sua relação com seus irmãos havia melhorado. Como ele estava feliz agora. E, ele disse também o quanto sentia a minha falta. O quando pensava em mim e desejava que eu estivesse com ele para ver ele brilhar.

Eu, juro, estava quase chorando de emoção. De felicidade por saber que a vida de Gaara estava tão bem. Por um momento passou por minha cabeça como teria sido se ao invés de ter ido para a Akatsuki, eu tivesse pedido a ajuda médica de Sunagakure, voltado para a aldeia e pedido a ajuda de Gaara...

Mas porra, eu não podia me culpar, eu não fazia a menor ideia que ele era Kazekage, e ninguém ali, fora ele, me ajudaria em nada. Talvez, no fim, eu tivesse feito a escolha certa. Talvez.

Naruto- Com licença -- Naruto apareceu atrás de nós, sorrindo. -- Posso me juntar a vocês?

Gaara- É claro. Senta aí -- Gaara apontou para o único banco livre, ao meu lado.

Naruto- Eu... queria pedir desculpas, S/n, por desconfiar de você. Eu sinto muito.

S/n- Tudo bem. Você só estava fazendo seu trabalho.

Naruto- Eu não fazia ideia que vocês se conheciam...

Gaara- Sorte da S/n que você pediu para fazermos a nossa reunião aqui, senão Tobirama iria implicar com ela e a manteria presa até os últimos da vida dele.

Naruto- Talvez até depois da morte dele...

Rimos. Naruto logo em seguida também pediu um lamen e nos fez companhia. Por mais que fizesse anos que via Gaara e que eu acabará de conhecer Naruto, eu me senti extremamente confortável com eles. Conversamos e rimos por horas. E, nessa brincadeira, deveríamos ter comido umas 10 porções de lamen cada um.

Naruto- Bom, eu tenho umas coisas para resolver, mas, queria convidá-los para jantar em casa esta noite. Principalmente você, S/n. Acho que preciso me redmir pelo que fiz.

Gaara- Por mim, eu estou dentro. E você, S/n?

S/n- Tá. Tudo bem. Eu vou sim.

Naruto se despediu logo após. Eu e Gaara ainda ficamos para conversar mais um pouco. Mas, quando estava quase escurecendo, decidimos ir embora, para nos aprontarmos. Eu teria a honra de comer na casa do Hokage.

Gaara me acompanhou até meu barraco... casa. Me deixando na porta.

Gaara- Posso passar pra te buscar, se quiser.

S/n- Acho que seria conveniente, já que não faço a menor ideia de onde ele mora.

Gaara- Tudo bem -- Gaara sorriu para mim. -- Te vejo mais tarde, então.

Ele aproximou seu rosto do meu e me deu um beijo na bochecha, saindo depois.

Quando ele me deu as costas, me obriguei a levar a mão ao meu rosto, onde ele tinha me beijado. Não que aquilo fosse ruim, ou que insinuasse algo, mas é que fora tão inesperado que fiquei sem reação. E quando entrei no banheiro e me olhei no espelho, minhas bochechas tinham corado.