Capitulo 2

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Percebi que ele continuava me encarando, então resolvi encarar também e foi só aí que eu percebi o quanto o seu olhar é desmantelador, eu quis quebra o contato visual que estávamos tendo, mas sabia que o tipo de cara igual ele não poderia ganhar por vencido um contato visual, ele parecia ser aquele tipo que sempre tinha tudo o que ele queria, e a cara de convencido que ele tinha? Me irritava levemente, então para não fazer desfeita para o meu ego, arrumei minha postura e me mostrei ser alguém séria, algo que não sei como mas consegui ver nos seus olhos que isso o surpreendeu, continuei com o olhar que estávamos tendo.
Com 3 minutos mais ou menos, de contato visual e um grande silêncio entre nós dois, ele cedeu, quando o vi cedendo eu levantei uma sombrancelha em forma de um deboche irônico, o vi dando outro sorrisinho de canto, e só foi aí que percebi que eu fiquei derretida internamente com esse sorriso, percebendo isso, soltei um sorrisinho de canto discreto também, vi sua expressão de alegria com aquela ação minha, e simplesmente consegui arrancar um sorriso que mostrava os seus dentes, (e uau que sorriso, nunca pensei que me sentiria atraída pelo o sorriso de alguém, até conhecer o dele.) percebendo o silêncio que ainda nos circulava ele resolveu falar: “Você parece ser alguém extremamente anti social”.
Quando ouvi sua voz me derreti internamente, era rouca, grossa, séria e cativante mas voltei rapidamente ao que estava acontecendo ali.
Então perguntei em um tom de sem conseguir entender muito o porquê dele ter dito isso
“Por que??”
“Você veio para uma festa para se isolar em uma parte da casa e ouvir música no fone?”
“Não fazia parte dos meus planos vim para essa festa”
“Então por quê ainda está aqui?’
Percebi a sua frieza ao falar isso pra mim, então respondi no mesmo tom.
“Porque estou de carona.”
Vi a sua risadinha debochada de canto, e foi aí que eu percebi que estava pegando uma leve raiva desse sorrisinho irritante.
“Existe táxi, sabia?”
“Não vim com dinheiro.”
“Se quiser eu te empresto.” E vi sua sombrancelha ficar levemente arquiada.
“Tá tão incomodado com a minha presença pra me fazer ir embora a todo o custo?”
- Risos – “Mas eu não estou incomodado.”
“Então por que tá fazendo tanta questão?”
Vi o seu olhar ficar mais sério depois que disse isso
“Vem comigo.”
“Qual é, vai me expulsar da casa?”
“Eu não vou te expulsar.”
“ Então vai me levar pra onde? "
E joguei levemente a minha cabeça pro lado quando fiz essa pergunta, e vi o seu olhar ficar mais penetrante.
“Só para de perguntar e vem.”
Falou com uma voz autoritária que parecia ser levemente disfarçada.
“Não. Me fala aonde vamos e talvez eu pense no caso.”
“ Quero te levar pra conhecer a fraternidade, e aí você escolhe o lugar menos barulhento pra você continuar ouvindo a sua música.”
Em tom de surpresa interna disse:
“ Hmm. Tá.”
Ele saiu da sala e eu o segui, a gente passou pela a sala maior onde inclusive estava a caixa de som da festa, e claro estava bem mais barulhento, falando nisso eu não tinha reparado antes em como as pessoas em festas assim costumam falar alto, alguns estavam até gritando, e nisso que eu parei para analisar a casa toda em si, reparei que tinha uma brincadeira que um grupo deles estavam jogando que era, pelo o que vi acertar a bolinha branca em um copo de bebida, caso acertasse não bebia, se errasse a sua dupla bebia, já tinha ouvido falar que esse jogo costumava ser bem comum em festas de fraternidade, e acabei lembrando disso e perguntei pra ele:
“ Como é o nome dessa fraternidade? “
“ O quê? “
Cheguei mais perto, e nisso eu percebi o seu corpo se sentir levemente estremecido e surpreso, meu corpo estava atraído para chegar perto do dele desde daquela salinha, ficando quase nas pontas dos pés pra chegar bem perto do seu pescoço, senti o seu corpo se abaixar levemente para poder alcança-lo e sussurrei em seu ouvido: “Qual é o nome dessa fraternidade?”. Senti que essa aproximação do meu corpo para com o seu, foi totalmente involuntário, eu jamais sussurraria no ouvido de nenhum desconhecido que conheci em uma festa, da forma como fiz, mas fiz e tentei fingir pra mim mesma que não havia feito isso.
Depois de ter perguntado, senti o seu rosto se movendo em direção ao meu pescoço, senti sua respiração quente na minha pele, seu hálito estava chamando tanto a atenção da minha boca, do meu corpo, da minha mente... Eu não estava mais no controle dos sentidos do meu próprio corpo. E então o ouvi sussurrar no meu ouvido: “Alpha”
Os nossos corpos estavam um pouco mais juntos, não o suficiente, mas mais próximos que os minutos anteriores, e tava tão bom sentir o calor do seu hálito no meu pescoço, que não havia nem reparado no sentido do nome da fraternidade.
Mas isso durou pouco tempo, eu logo me recompondo me afastei dele e respondi:
“Aahh”.
E voltando a andar pela a casa me lembrei de que quando fiz a pergunta no seu ouvido o seu pescoço se arrepiou, e sinceramente quando ele fez a mesma coisa no meu ouvido, eu também me arrepiei, o fato de eu lembrar isso me fez perceber que o meu corpo estava querendo estar levemente vulnerável a ele, sabendo disso restabeleci meus pensamentos e o direcionei a escada que subíamos, quando chegamos no segundo andar da casa, ele logo em seguida falou,
“ Essa aqui é a parte dos quartos, e ali no final do corredor tem uma salinha, que tudo indica estar sem ninguém. Se você quiser ficar lá, eu tô lá embaixo..”
“Espera.” – Disse quase o pedindo para parar –
Ele se virou e ficou esperando eu falar o porquê de te-lo pedido para esperar.
“Pelo o que vejo você mora aqui, certo?”
“ É.”
“Você tem um quarto aqui?”
- Ele riu em tom de ironia e falou – “Claro que eu tenho, Por que? Você quer ir pra lá?”
“Quero..”
” Olha, eu só te conheço a pouco menos de 30 minutos...”
“ Não, não, não, o que eu disse que queria não era transar com você, eu não sou as meninas que você leva para a cama, - senti na hora o seu rosto mudar – eu quero ir para o seu quarto, porque é um ambiente mais fechado, e que provavelmente eu vá me sentir mais confortável, eu sei também que lá é mais fácil para eu me livrar de gente bêbada derramando bebida em mim.”
- Ele se surpreendeu com a minha resposta e perguntou – “Você não bebe?”
“Não.”
“ Hmm”
Ficamos em um silêncio de pouco menos de 3 segundos até que eu falei
“Então, eu posso ficar lá no seu quarto?”
Me olhou por um instante com um olhar exitante, mas logo cedeu falando:
“Vem.”
E andando pelo o que parecia até o antepenúltimo quarto do corredor parou abrindo a porta e mostrando...



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