Meu sol de verão!

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Sem ter controle sobre os meus pensamentos. Passei o resto da semana refletindo e analisando os acontecimentos da última aula. Eu não queria pensar em Jungkook, porém era inevitável. Eu lembrava sempre dos seus olhos intensos, dos seus lábios entreabertos e do seu cabelo sedoso, ao qual eu desejava passar as mãos, mas que nunca faria tal coisa. Eu estava em péssimas condições.

Abri a porta do meu apartamento e caminhei direto para o banheiro, deixando as roupas por onde passava. Eu precisava de um banho e precisava controlar os meus sentimentos. Abri o chuveiro e deixei a água cair sobre o meu corpo, onde lavou toda a minha ansiedade a agonia. Mas quando enrolei na toalha e caminhei para o quarto, me peguei pensando novamente em Jungkook.
Suspirei alto.

Vesti meu pijama e peguei o celular entre as roupas sujas antes de me jogar na cama. Eu tinha que buscar resposta sobre meu antigo amor, ou caso contrário, eu não conseguiria dormir direito.

No automático, destravei o celular e fui direto para os contatos. Procurei pelo número que Namjoon me passara naquele dia e mordi os lábios, decidindo iniciar a chamada. Com os dedos trêmulos, apertei na tela e levei o aparelho até a orelha, ouvindo a ligação completar. Mas a chamada foi atendida no segundo toque, me assustando. Prendi o ar involuntariamente e abri a boca para falar, mas nada saiu — "Merda."

Desliguei rapidamente, joguei o celular no colchão e puxei o travesseiro sobre a minha direção, colocando-o no meu rosto. Eu era um covarde, disso agora eu tinha certeza. Nem iniciar uma conversa com Jungkook eu tinha força, eu estava em uma situação deplorável. Mas para o meu nervosismo, meu celular tocou de volta, fazendo meu coração acelerar. Busquei o aparelho rapidamente e olhei o identificador. Era Jungkook.

O que eu iria fazer agora? Não tinha uma conversa planejada. Atendi mesmo assim.

— Quem é? — Jungkook perguntou com a voz abafada e eu engoli seco.

— É o Jimin! — eu disse com dificuldade, mas como estava nervoso, continuei a falar compulsivamente. — Eu liguei só para bater um papo, nada demais. Queria dizer que estou feliz por ter reencontrado você depois de anos, nunca imaginei. Também estou muito surpreso com a profissão que você escolheu. Tipo, você manda muito bem.

O que eu estava falando? Forcei-me para calar a boca enquanto passava os meus olhos pelo teto e mordia os lábios. Tinha que me controlar.

A linha ficou muda por longos segundos. Pensei até que a ligação tinha caído, mas Jungkook respondeu:
— Oh! Obrigado — ele pigarreou constrangido. — Nem sei como reagir a isso!

Soltei uma risada nervosa e busquei um assunto legal para não deixar o silêncio constrangedor parar no ar.

— Como você está?

— Estou bem. Acabei de chegar à minha casa. E você? Como está? — perguntou.

— Estou bem também. Só um pouco entediado.

Houve um silêncio, aquele mesmo que eu estava evitando. Talvez ele soubesse que eu liguei para algo a mais. Estava na hora de ir direto ao ponto.

— Na verdade, eu passei as últimas semanas pensando em você. Por isso liguei, mas não tive muita coragem de ir além. — Fui sincero. — Realmente não se lembra de mim? É muito chato ver você ignorando nossa história quando combinamos que conversaria sobre tudo quando nos encontrássemos no futuro.

Ouvi a respiração dele através da ligação.

— Como me esqueceria de tudo o que aconteceu entre nós?  — A voz de Jungkook estava baixa e tímida. — Eu só estava inseguro e com receio. Não sabia como seria recebido se levasse o assunto para esse caminho.

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