Liam on:
O vazio era o que definia o meu entorno, eu não conseguia ver ou ouvir nada, era como se eu tivesse sido jogado no lugar mais profundo do oceano, sem a esperança de um dia voltar à superfície, sem a chance de ver a luz do sol mais uma vez. Até que sinto um puxão e em um abrir e fechar de olhos eu estou de pé em um prado verdejante e a minha frente tem uma árvore e embaixo dela posso ver um pano estendido com uma cesta fazendo peso na mesma para que ela não voasse.
Fico tão distraído observando essa paisagem que nem percebo a aproximação de alguém por trás de mim antes que seja tarde demais.
— RAAH — Ele grita no meu ouvido e me agarra por trás.
— AAAH — Grito e fico me debatendo em seus braços enquanto o mesmo ri — Idiota — falo me virando e vendo o rosto sorridente deste idiota.
— Um idiota que você ama — Ele diz, ampliando ainda mais o sorriso e me puxa para sentar junto com ele embaixo da árvore — Você se lembra da primeira vez que a gente veio aqui? — Ele pergunta olhando para cima e eu acinto seguindo o olhar do mesmo e achando o que ele estava olhando. Em um dos galhos mais baixos da árvore havia uma fita amarrada de cor azul e dourada. — Eu gostaria de poder voltar a essa época — Ele fala.
E como se algo tivesse estalado em minha mente, as imagens um pouco confusas do que aconteceu voltam em pequenos flashes e eu me levanto e olho para todos os lados procurando os outros.
— Onde eles estão? Onde a gente tá exatamente? — Pergunto preocupado, ele volta a me abraçar tentando me acalmar.
— Calma pequeno, todos estão bem, eles conseguiram atravessar o portal — Ele fala calmamente, quando o último flash de memória volta e eu me desfaço do abraço sentindo as lágrimas aos poucos inundaram meus olhos.
— Você...-v-você... — Não consigo completar a frase, pois minha cabeça começa a doer.
— Ei, calma — Ele fala tentando se aproximar, porém eu me afasto novamente — Eu não tive escolha — Ele fala me olhando com uma cara triste.
— Você não tinha escolha? — Repito sua fala, a tristeza aos poucos se transformando em raiva — Você poderia ter me deixado ficar e ajudar.
— Se você ficasse lá nós dois teríamos morrido — Ele fala.
— Você não tinha como saber disso. — falo.
— Eu não podia fazer isso com o Natanael e os outros. — Ele responde.
— E a minha opinião não importa? — Falo quase gritando.
— É diferente e você sabe — Ele responde.
— Diferente? Diferente como? — pergunto.
— Você é a única família do Natanael — ele tenta se justificar. — E eu não tinha mais ninguém.
— E eu não sou sua família — falo o empurrando — a Cristal ou o Owen, nós não somos sua família. — Falo o empurrando novamente.
— Não faz isso — ele fala.
— E como você quer que eu haja? — Pergunto já chorando — Quer que eu fique feliz que eu pule de felicidade.
Ele apenas me olha com ternura e com seus dedos enxugam as minhas lágrimas e me beija suavemente. Ele encosta a sua testa na minha e sussurra para mim.
— Vai ficar tudo bem — sussurra.
— Você não tem como saber disso — falou — a menos que... você não falou com a Cristal, falou? — pergunto o olhando e o mesmo desvia o olhar — o meu Deus você pediu para ela dar uma olhada no futuro — confirmou minhas suspeitas. — o que ela te falou?
— Ela disse que não era meu destino ficar com você — ele fala.
— As previsões dela podem mudar o tempo todo — falo — o futuro é muito incerto— completa e ele me olha como se estivesse me escondendo alguma coisa— O que você não tá me contando.
— Isso não é importante agora — ele fala — estamos ficando sem tempo, para o que eu realmente te trouxe aqui.
— E pra que exatamente você me trouxe aqui? — pergunto.
— Pra me despedir — ele fala e eu fico meio confuso.
— Como assim? — Pergunto e ele me olha com ternura.
— Nós não vamos mais nos encontrar — fala — este tipo de coisa — ele fala abrindo os braços e mostrando todo o lugar — não vai acontecer de novo. — completa. Ele se aproxima novamente e volta a me abraçar.
— Eu não quero que isso acabe — falou retribuindo o abraço.
— Eu também — ele fala e a sua voz vai ficando distante— O nosso tempo acabou. — Olho ao nosso redor e percebo as coisas desaparecendo aos poucos.
— Eu não quero que você se vá — falo o olhando e ele segura o meu rosto, aproximando o rosto dele do meu.
— Isso não é algo que nós podemos resolver — ele fala se aproximando mais me dando um beijo demorado, enquanto ele me beija sinto ele sumindo aos poucos também me afasto do beijo e vejo ele se desfazer aos poucos na minha frente — Adeus — ele terminando de desaparecer.
Fico paralisado por um tempo sentindo um vazio no meu peito até que sinto o chão embaixo de mim, desaparecer e volto para o vazio.
================================================================================Desculpem a demora para postar, é que eu tinha perdido as anotações desse capitulo e não tava conseguindo achar, por isso a demora.
E mais uma vez me desculpo pela demora e pelos erros de português. Bjs e ate o próximo capitulo.
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Save me froom the darkness
FantasyO que você diria se eu não fosse humano? E ainda assim pudesse morrer como um. Se eu não pertencesse a esse mundo? E ainda assim tenta-se protege-lo? E se eu te falasse que o meu mundo foi destruído? E se eu disse-se que a mesma coisa que destruiu...