Parte II

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"Você não pode fazer isso parecer certo
Quando você está errado
Começou com o beijo perfeito, então
Podíamos sentir o veneno se instalar
Eu não queria que nos consumíssemos, eu
Eu não vim aqui para te machucar, agora eu não consigo parar"

"Você não pode fazer isso parecer certoQuando você está erradoComeçou com o beijo perfeito, entãoPodíamos sentir o veneno se instalarEu não queria que nos consumíssemos, euEu não vim aqui para te machucar, agora eu não consigo parar"

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  A primeira vez que Thomas e eu estivemos juntos fora da escola foi por acaso. Nós ainda vivíamos em mundos diferentes, até Paxton adoecer e ficar internado. Nós dois fomos visitá-lo no mesmo dia, e sua mãe aproveitou para nos pedir para pegar algumas coisas na casa deles que ela tinha esquecido. Topamos a contragosto, claro, e nesse dia descobri que Pax e Thomas eram vizinhos. Depois que terminamos, Thomas teve de passar em sua casa também e foi a primeira vez que pisei lá. Não éramos nem amigos direito.

  Conhecer a casa e a família de Thomas foi o que quebrou todo o estereótipo de garoto-popular-irritante-sem-cérebro que eu tinha dele. A família Finnick era composta por, basicamente, Thomas, sua irmã e seu pai. Os três na época não viviam em condições muito boas e tinham acabado de perder a senhora Finnick.

  Naquele dia aprendi uma lição muito importante: todos os caras engraçados demais escondem um passado trágico por trás.

  Thomas era muito mais do que parecia. Vi pela primeira vez por trás da fachada que ele carregava, o garoto forte e frágil ao mesmo tempo e fiquei fascinada. Baixei a guarda, ele também, e ficamos até anoitecer sentados conversando no gramado de sua casa. Até esquecemos de Paxton.

  Pisar novamente na casa dos Finnick pela milésima vez com essa lembrança fez meu coração se aquecer de uma forma dolorosa. Éramos tão ingênuos, tão cheio de certezas... Segurar o mundo na mão parece uma tarefa muito fácil quando se tem 15 anos. Eu quase podia rir de mim mesma ao lembrar o quanto eu acreditava que ter boas intenções era a certeza de que tudo ficaria bem.

  — Vou ser rápido, prometo.

  Thomas estacionou a picape na garagem. Ele havia pedido para passarmos lá antes de ir. Alguma coisa sobre esquecer a carteira ou algo do tipo, não prestei muita atenção até porque não era uma ideia ruim pra mim. Ainda não tinha me preparado mentalmente para odiar aquela noite e toda a interação com seres humanos.

  — Mila está aí? — perguntei quando o vi descer do carro.

  — Não. Foi nadar na piscina de uma amiga por influência de alguém. — censurou-me com o olhar enquanto abria a porta lateral da casa.

  Não pude evitar um sorriso culpado. Mila me amava e sonhava em ser nadadora como eu. Thomas ficava muito irritado por ela não ter o mínimo interesse em basquete. "Que graça tem ficar brincando na água?" dizia. Treinei Mila para responder "Melhor do que ainda brincar de bola" mostrando a língua. Nós éramos uma boa dupla.

  Thomas sumiu pela porta e só então desci do carro. Não quis me apressar. Ao invés de entrar, passei para os fundos onde havia uma quadra de basquete improvisada. Nós tínhamos tido muitos encontros ali, quando ele ainda tentava me converter ao basquete.

Already GoneOnde histórias criam vida. Descubra agora