Capítulo 1: Vida pacata

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Ohio 1995

- Cuidado S/N, ou você vai cair daí - Natasha diz ajudando a irmãzinha a subir no escorregador.

- Eu não vou cair maninha - diz S/N enquanto se sentava para escorregar o brinquedo.

- Mas Yelena vai, ela está correndo no meio dos galhos - Natasha diz observando a irmã com preocupação enquanto a loira corre por entre os galhos e logo o que ela havia dito se concretiza, Yelena cai e começa a chorar.

Enquanto as duas correm para ajudar a criança, elas escutam alguém vindo atrás, que imaginaram ser Melina, a mãe delas.

Tá tudo bem meu amor - diz Melina tentando acalmar a criança que chorava por ter arranhado o seu joelho - Lembra do que eu digo, sua dor te torna mais forte. - Fala limpando o local do machucado com a manga de sua blusa e dando um beijinho após isso para "sarar".

- Olha Yelena luzinhas da floresta - S/N fala em uma tentativa de distrair a irmã de seu machucado, o que acaba funcionando já que Yelena para de chorar e presta atenção nas luzes.

- Não são luzes - diz Melina segurando na mão das filhas - São insetos da família Lamparydae, eles tem essa luz devido à uma reação química chamada bioluminescência.

- Biologiminosência? - pergunta Yelena.

- Bioluminescência - corrigi Melina simples - Acho melhor entrarmos para jantar, já está escurecendo.

Ao dizer isso as quatro se dirigem até a casa para jantar como já era habitual da família fazer naquele horário, a vida deles em Ohio era o mais tradicional possível aos olhos dos vizinhos, eram só uma família que havia se mudado para lá há três anos em busca de mais conforto com o nascimento da filha menor (S/N) que quando chegou lá mal se dava conta de que tudo aquilo era uma missão e de que aquela não era sua família. Yelena também não imaginava o sistema por trás da doce família de Ohio, mas Natasha por já ser maior já tinha uma noção do que aquilo era.

Enquanto andavam para dentro da casa relativamente grande S/N pergunta para Natasha e Yelena:

- Será que vão ter batatas no jantar?

- Acho que sim - Respondeu Natasha

Assim elas seguiram entrando para a casa, o jantar daquela noite estava muito estranho aos olhos de S/N, ela podia se dar conta de que algo estava errado, mas não conseguia entender o porquê, principalmente porque ninguém se manifestou até o momento que Alexei finalmente se pronuncia.

- Meninas se lembram de quando eu contei à vocês que um dia teríamos uma grande aventura, pois bem esse dia é hoje - Alexei fala dando algumas pausas - Pois bem esse dia é hoje, podem ir ao carro.

S/N soltou alguns gritinhos de felicidade, ela não sabia do que se tratava aquela aventura mas estava feliz porque a corajosa garota adorava aventuras e desafios, desde apostar corridas com as irmãs ou ver quem arrumava as camas primeiro. Então ao ver que seria uma aventura com toda a sua família ela não pode segurar a emoção enquanto se dirigia ao carro.

- Onde é que estamos indo mamãe? - Yelena foi a primeira a se pronunciar enquanto eles saiam de casa às pressas

- Vamos para casa - Melina disse visivelmente desconfortável, o que aparentemente só Natasha reparou, já que as duas caçulas estavam animadas para a aventura.

- Mas acabamos de sair de casa. - Yelena diz em tom indignado sem receber nenhuma resposta dos outros membros da família

- Você pode colocar uma música papai? - S/N se dirigiu a Alexei que não falou nada, apenas colocou a música. - Obrigada.

O caminho se arrastou com Yelena e S/N cantando a música que Alexei tinha colocado, enquanto os outros membros da família que entendiam o que estava acontecendo ficavam visivelmente desconfortáveis com a empolgação das duas, mas mesmo com pena da inocência das crianças, ninguém conseguia contar a elas o que realmente aconteceria dali para frente. Então quando chegaram a um lugar que parecia abandonado Alexei rapidamente puxou uma lona revelando um pequeno avião que Melina rapidamente entrou e colocou as crianças correndo com ele por uma pista, enquanto o pai atirava em alguns carros que S/N não conseguiu identificar na hora o que eram, Yelena parecia muito assustada com a situação, mas S/N ficava empolgada porque pensava que eles estavam indo a algum lugar tão divertido que aquelas pessoas nos carros estavam com inveja e queriam atrapalhar a ida ao destino da família. Toda aquela empolgação acabou quando ela vê cacos de vidro virem em sua direção e quase que instantâneamente ela escuta sua mãe dar um gemido de dor a garota sem saber o que fazer apenas se abaixa no chão atrás da poltrona que Natasha se acomodava agora e tenta não prestar atenção no que acontecia ao redor dela, após alguns minutos com uma gritaria que ela se forçou a ignorar a família consegue decolar o avião. Após algumas horas S/N consegue dormir sentada no banco de trás.

Cuba 1995

Após algumas horas no avião a família finalmente chegou ao seu destino, S/N não entendia o que estava acontecendo com a sua tão sonhada aventura, mas ela não tinha se quer coragem suficiente para perguntar, pois sua mãe estava baleada e seu pai estava preocupado demais para sanar a dúvida da criança, então quando ela desceu do avião ela só seguiu o pai sem questionar nada, ele se encontrou com um homem enquanto Melina ia para uma espécie de ambulância, Natasha e Yelena estavam um pouco afastadas se comparadas a S/N que tentava se juntar ao seu pai.

S/N começou a correr até Alexei porém um dos militares segurou-a, S/N começou a gritar com dor, já que ele estava puxando ela pelo pulso, então viu Natasha correr até ela e afastar o homem de perto delas, S/N não conseguia parar de chorar, não conseguia ver direito o que estava acontecendo, pois seus olhos lacrimejavam deixando sua visão embaçada, tudo que ela viu foi Natasha se aproximar de Alexei com as duas nos braços.

- Por favor não faz isso com elas, elas são só crianças - disse Natasha chorando.

- Você era pouco menor que ela - disse Alexei apontando para Yelena - Elas vão ficar bem, porque as minhas garotas são as mais duronas de todas.

Foi a última coisa que S/N ouviu antes de simplesmente desacordar.

Sala Vermelha 1995

S/N acorda em uma espécie de caminhão, ela não estava entendendo o que acontecia, ela percebeu Natasha ao lado dela fazendo fazendo carinho na tentativa de deixá-la mais calma, assim como em Yelena que aparentemente já tinha acordado também, S/N mais de uma vez tentou perguntar o que estava acontecendo, mas todas as vezes que Natasha percebia que S/N falaria alguma coisa ela fazia um símbolo de silêncio com as mãos. Alguns minutos se passaram naquela situação, mas para S/N pareciam horas, ela estava chorando baixinho para não chamar atenção dos homens que estavam com elas, até que a porta da van abriu.

E foi naquele momento que toda a esperança sumiu, levando junto toda a inocência, ela foi separada de suas irmãs e começou a ser treinada na sala vermelha, aos poucos S/N passou a ser uma grande assassina, ela odiava aquilo, mas era impossível parar, Dreykov usava as viúvas como se elas fossem apenas objetos que ele usava como queria e no final poderia descartá-las rapidamente se fosse necessário, ele mudava a consciência delas, fazendo com que nem as próprias soubessem o que era elas e o que era Dreykov controlando-as.

Natasha Romanoff's Little SisterOnde histórias criam vida. Descubra agora