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Daniel arrumou o travesseiro se retirando em seguida. Logo ele voltou com uma bandeja e se sentou.

-o que tem aí?- ele mostrou- me uma salada e mais algumas coisas.- finalmente vou comer, me dá aqui.

-é para mim...- eu o olhei surpreso.- sua comida já vira.- bufei encostando-me no apoio da maca.

-imbecil.- disse bravo enquanto esperava, logo uma mulher entrou com uma bandeja, nela havia uma sopa, uma colher, e sei lá mais o que.- não quero comer isso!- a mulher me olhou.- que?

-bom... É a única coisa que tem senhor.- suspirei Pegando a colher.- boa refeição...- ela saiu e eu olhei o Daniel.

-nao... Você vai comer a comida do hospital! Eles tem uma dieta em específico.- mostrei o dedo do meio pra ele colocando uma colher de sopa na boca, era a coisa mais nojenta que já teria comido.

Estava com um gosto estranho, gosto de legumes cozidos, que raiva

Tomei aquilo rápido como se estivesse sem comer a anos, assim que terminei suspirei olhando um potinho de gelatina, peguei o mesmo comecei a comer, até que não era tão ruim.

-troca de acompanhantes.- meu pai disse entrando, Daniel beijou minha cabeça saindo, meu pai se sentou na cadeira e então me olhou.- como está se sentindo?

-normal.- disse terminando de comer a gelatina.- acha que irei ficar como o vovô?- meu pai negou passando a mão em minha cabeça.- pai, estou com tumores por todo o corpo.

-eu sei... Mas... Você... Precisa se cuidar.- eu concordei passando a mão no rosto.- eu te amo filhão... Por mais que não nos damos tão bem, eu te amo.- eu olhei ele.

-esta se despedindo de mim?- ele negou.- cara, eu não vou morrer... Eu espero...- disse fraquejando a voz.

-voce não vai.- ele disse passando a mão em minha cabeça.- deite um pouco, deve ser cansativo ficar o tempo todo com esse soro.- olhei para a mangueirinha no meu braço.- dói?- neguei.

-pai...- eu olhei ele.- será... Daniel vai me deixar?- ele negou.

-daniel ficou o tempo todo com você dês de ontem.- eu concordei suspirando.- não se preocupe filho... Ele te ama.- eu concordei triste.

-com licença.- uma senhoria entrou.- vim retirar o soro.- ela sorriu para mim, senti ódio daqueles dentes amarelos.

-tira logo!- disse arrogante.- vai!- ela tirou e então saiu.- odeio esse hospital.

-logo você vai ter alta.- meu pai disse fazendo carinho em meus cabelos, eu olhei ele e suspirei.- calma filho

-como quer que eu tenha calma? Eu estou em uma cama de péssima qualidade! Com gente tendo que cuidar de mim!.- ele suspirou.

A médica entrou novamente e nos olhou.

-entao... O que decidiram?

-enzo fará todos os tratamentos.- meu pai disse e eu revirei os olhos, ela concordou.

-quando tempo tenho de vida?- perguntei a olhando

-quer que eu seja sincera?- eu concordei.- três meses.- aquilo foi como se uma arma tivesse me atirado várias vezes, meu coração disparou.- mas se tudo correr bem você viverá muito ainda.- eu a olhei pedindo com os olhos para que saísse, assim que a mesma saiu e olhei meu pai.

-pode me deixar sozinho?- ele concordou saindo, eu comecei a chorar enquanto pensava em tudo que estava acontecendo, e de como minha vida estava toda fudida.

Ouvi a porta se abrir e limpei as lágrimas rapidamente, olhei para porta e vi uma enfermeira.

-a médica te deu alta... Ela vai encaminhar você para o hospital de câncer.- eu concordei ela sorriu e então saiu, as lágrimas saíam novamente, me fazendo questionar o por que daquilo, minha vontade era de gritar e mandar deus se fuder por estar fazendo isso comigo.

Mas provavelmente assim que a médica falou com meus pais eles se animaram e então todos entraram no quarto, limpei meus olhos respirando tentando controlar para que não percebessem que eu estava chorando.

-voce vai para casa.- minha mãe disse sorrindo, eu concordei.- não está feliz?

-estou...- a olhei.- estou muito.- dei um sorriso falso, Daniel veio até mim me abraçando.

-vou pegar sua roupa, só um minuto.- meu pai disse beijando minha testa saindo em seguida, Daniel me ajudou a ir ao banheiro, olhei-me no espelho vendo meu semblante triste, mas eu ainda era tão bonito, meus olhos não pareciam tão brilhantes como eram antes, mas ainda tinham um ar de esperança, Daniel saiu e voltou com a minha roupa, troquei rápido.

-vamos logo.- disse saindo do banheiro.- não aguento mais esse hospital de pobre.- eles negaram e logo estavamos chegando em casa.

-eu preciso ir...- Daniel disse me beijando.

-nao... Vamos tranzar.- disse no ouvido dele, ele me olhou estranho.- que foi?

-voce... Tá doente!.

-isso não me impede de fazer sexo!- disse bravo.- vai!...- ele suspirou concordando.- papai, estou me sentindo meio cansado, Daniel vai me ajudar lá no quarto.- eles concordaram e eu subi com o dani.

Comecei a beijar o pescoço dele quando nos sentamos na cama, ele me colocou sobre o colo do mesmo e então começou a desabotoar minha calça, senti um pouco de dor na região onde ficava me intestino.

-espera...- disse parando um pouco, segurei as minhas mãos em sua perna sentindo que iria vomitar.- ah...- eu dei um gemido de dor ao sentir aquela dor estranha vir mais forte, as vezes eu sentia ela, mas não como hoje.

-o que foi?- ele perguntou preocupado.

-nada... É só que...- senti a dor mais forte.- dói muito...

-vem...- ele me pegou no colo indo para o banheiro comigo.- vamos, eu vou te dar um banho e aí você vai no médico.

-nao... De novo não.- disse quase chorando de dor.- eu não quero ir lá...- ele me abraçou e começou a me despir ligando a banheira.

-mas..- eu neguei olhando ele.- o que foi meu amor?

-... Não me sinto bem...- abaixei a cabeça.- naquele lugar... É como se eu não fosse mais viver.- ele abaixou do meu lado me dando um beijo.- eu tenho três meses de vida Dani...

-então vamos fazer uma lista do que você quer fazer nesses três meses.- ele disse beijando minha bochecha.- apesar de eu saber que você vai viver bem mais.- ele disse no meu ouvido e eu dei um leve sorriso.

-obrigado.- ele beijou minha boca.- eu te amo

-tambem te amo.

----------------------------------------------------------------------autora- é isso ae.

Gosto de estrelinhas e comentários.

meu último soproOnde histórias criam vida. Descubra agora