- e se ela for embora eu to ferrada, ela é minha unica amiga, sabe? Não quero nem ver se algum dia ela tiver que ir embora - digo para Ana, a dona da cachorrinha que eu estava examinando a alguns minutos e agora estou fazendo carinho
- você é lgbt? - ela pergunta do nada, me pegando de surpresa
- uh... Sou lésbica. Por que a pergunta de repente? - pergunto rindo e ajeitando meus óculos - Se ta querendo me chamar para sair, é só chamar - brinco me balançando em minha cadeira
- olha não é uma má ideia - ela responde e rimos juntas - Mas falando sério agora, você gosta dessa tal de Eda né?
- eu? Gostando da foguinho? - comecei a rir - Não tem a menor chance disso ser verdade, pelo amor de deus
- será mesmo? Porque eu ja venho aqui a algumas semanas e desde que viramos "amigas", você só sabe falar dessa ai. E esses apelidos? Quem que chama a melhor amiga e apenas melhor amiga com apelido assim
- eu e ela - falei com cara de tédio
- mas só porque não são só apenas melhores amigas, acorda, Camila, ta na cara que você gosta dela. Seus olhos brilham quando fala dela - se levantou da cadeira e quase subiu na mesa que tinha entre nós para olhar nos meus olhos
- ta vendo, Chloe? Sua mãe ta ficando doida, eu ja te falei, se eu fosse você, eu internava - digo olhando para a poodle
- doida é a sua mãe - Ana diz saindo de cima da mesa
- é mesmo. Graças a Deus, ela e meu pai não vieram hoje me encher o saco
- eita, tenho que ir, me acompanha até la fora? Mas como assim? Seus pais vem no seu trabalho te encher o saco sobre o que?
- claro, não vou atender mais ninguém mesmo - levanto e entrego Chloe para Ana - Como eu te falei, eu sou lésbica e meus pais não aceitam isso muito bem, eles não sabem aonde eu moro e vem me encher o saco aqui, dizem eles que é coisa de jovem - falo enquanto andamos para fora do consultório
- caralho, que merda ein
- ah não... Eu e minha boca
- o que foi?
- os ditos cujos estão bem ali - apontei com a cabeça para a lanchonete que tem do lado da clínica, logo aonde eu como
- boa sorte, vai precisar
- valeu, Ana - respirei fundo e caminhei até lá - Hola papá, hola mamá - dei um beijo na bochecha deles e ja entrei na lanchonete para pedir minha comida - o sanduíche de sempre, Kevin - peço e vejo Kevin entrar para a cozinha
- ¡Hola hija! Cuanto tiempo no nos vemos - (Oi filha! há quanto tempo não nos vemos) minha mãe diz me seguindo
Realidade: faz só dois dias que eles não me enchem o saco. Tava bom demais para ser verdade.
- nem faz tanto tempo, mamá. Obrigado, Kevin - entreguei o dinheiro e peguei o sanduíche
- para nós faz sim, hija. Quando você se casar com um homem bom e tiver um filho, irá nos entender - escuto meu pai dizer e reviro meus olhos enquanto caminho até as mesas de fora
- o senhor sabe que eu consigo engravidar sem me casar ou ficar gravida sem ter uma relação com um homem, não sabem? Eu posso adotar ou fazer inseminação artificial - me sento e vejo eles se sentarem na minha frente
- nós sabemos mas também temos quase certeza que vai acontecer tudo o que seu papá disse, querida. Você só precisa largar essa moda de querer ser aberração - mordo o sanduíche mesmo com vontade de vomitar, vai começar tudo de novo.
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cold | au camileda
Fanfictiononde depois de anos, Camila e Eda se reecontram, mas agora, Camila não era mais a mesma. Ela estava mais fria e Eda queria entender o motivo dessa frieza. ou onde Camila, acabou esquecendo de esquecer Eda, depois que a mesma foi embora do mundo huma...