Nosso Mundo - A História Escrita Por Uma Ninguém

CONTOS DO PASSADO - 3

MAY
Á 122 luas atrás.......

A fada fêmea ruiva me chamava atenção, o corpo curvilíneo, a pele clara, as feições delicadas e os olhos azuis brilhando na noite. Ela era mais baixa do que eu. Usava uma roupa não muito justa e parecia calma. Seria fácil terminar esse trabalho. Eu apenas precisava deixá-la inconsciente e buscar o que quero. Simples!
Invandi a casa quebrando as janelas, a fêmea abre as asas e segura uma adaga com muita dificuldade. Eu corro até ela e amarro uma corrente em seu pescoço, ferro, suas asas fortes a puxavam mas eu retiro a adaga de sua mão e prefuro seu braço. Ela caí no chão e eu soco seu rosto até o sangue escorrer e o coração bater mais devagar. Sua magia á curaria aos poucos então tinha que agir rápido.
Eu revirava as gavetas de sua grande cômoda. Elas estavam repletas de roupas, papéis e documentos, mas o que eu queria não estava lá. Fui até sua cozinha, retirei tudo do armário espalhando suas coisas pelo chão. Encontrei finalmente uma caixa parecida com á qual me descreveram. Dentro dela o amuleto que eu não tenho ideia do que faz.
Apenas coloquei dentro de meu bolso e saltei para a outra árvore. Dela então saltei para o chão e saí correndo evitando a luz da lua e me escondendo nas sombras. Não estava longe da cachoeira onde encontraria a sereia que terminaria o trabalho.
Eu desviava de galhos no chão e saltava os morros, corria o mais rápido que podia. E deixava o barulho da água me guiar seguindo por um atalho que eu não conhecia. O cheiro do orvalho e o vento fresco, eu conhecia sim aquele lugar. Sabia exatamente para onde estava indo, só não me recordava desse caminho. Deixei com que meus sentidos tomassem controle total do meu corpo e me guiar com as recordações. O lago de Guxie, onde deságua uma cachoeira.
Cheguei rápido!
A água cristalina, o ar úmido e o cheiro doce pairando por todo lado, o mesmo lugar, familiar desde que me entendo por gente.
A sereia logo saltou para fora. Seus cabelos ondulados, dourados com algumas mechas brancas brilhavam á luz da lua cheia e os olhos castanhos claros lindos como duas avelãs, sua pele pálida, uma sereia aparentemente jovem. Com certeza ficará diferente quando crescer, sereias mudam, até as caudas mudam de cor. Gostaria de vê-la quando crescer, talvez um dia eu á veja de fato.

- Você deve ser quem entregará isso - digo mostrando á caixa - á quem me contratou.

- Eu mesma. Agora me dê a caixa.

- Primeiro meu pagamento! - exijo.

A sereia estende as barras de ouro e moedas de prata pelo chão e eu lhe entrego á caixa. Ela pega e mergulha de volta nadando com pressa.
Pego meu pagamento e o distribuo pelos bolsos de minha jaqueta. Foi ótimo ter ouvido sobre essa oportunidade. Um macho de minha espécie comentou com outro sobre o serviço, porém eu fui mais rápida.
Com o que consegui hoje posso me virar muito bem.
Levaria algum tempo para conseguir gastar tudo e começarei hoje!
Tudo aquilo para uma pessoa só, eu poderia comprar muita coisa. Uma recompensa generosa para o trabalho trivial que executei essa noite.
Seria suficiente, mas não eficiente se eu parasse para refletir. De qualquer maneira, nada que alguns furtos rápidos não resolvam.
E o dinheiro agora era o máximo de felicidade que eu poderia sonhar em ter.
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