Nós Duas (Adaptado)

IV

— Tenha um bom dia, filha! — disse a mãe de Juliette após estacionar o SUV na porta do colégio.

— Obrigado mãe. Desejo o mesmo pra senhora.— disse pegando a mochila no banco de trás do carro e beijando o rosto da sua mãe logo em seguida.

— Ué, nada de reclamação?

— Hoje não, mãe. — disse sorrindo enquanto saia do carro de sua mãe. — Tchau. — bateu a porta do carro e seguiu andando em direção à entrada do colégio.

Durante o percurso até a entrada do colégio, Juliette resolveu passar os olhos pelo estacionamento, em uma tentativa de ver se encontrava o carro de Rodolffo ou de um dos amigos dele estacionado entre os demais carros.

Juliette fazia isso todos os dias. Essa era a forma que encontrou de se preparar psicologicamente para que Rodolffo é sua trupe mirabolante do mal poderia vir lhe fazer durante a manhã. Raro era o dia em que eles não faziam nada.

— Procurando alguém? — disse Sarah com curiosidade após repentinamente aparecer e começar a caminhar ao lado de Juliette.

— Seu namorado. — disse em um tom entristecido que fez o coração de Sarah encolher.

— Ele não virá a semana toda. — Juliette deu de ombros com a notícia. — Nem ele é nem os amigos dele. — Acrescentou. O coração de Juliette quase parou. O desespero tomou conta do seu corpo. Ela Concerteza sabia o motivo de Rodolffo e seus amigos não vir a semana toda. — Ele foi suspenso, Juliette. — Juliette parou subitamente e passou a encarar Sarah. — Ele foi suspenso pelo oque ele fez com você dessa última vez.

— Acho que isso explica parte dos olhares que estão lançando em nossa direção. — Disse olhando em volta. — Você sabe como descobriram? — Disse enquanto se sentava em sua carteira.

— Ele só falou que no dia seguinte, ele, os amigos dele e os responsáveis por eles foram chamados aqui no colégio para uma reunião. O diretor Rolland mostrou o vídeos do estacionamento e o resto você já sabe... Isso prova que eu não estava envolvida.

— Seu namorado e os amigos dele irão voltar em algum momento, irão voltar achando que eu os dedurei e irão voltar, com certeza, com sede de vingança incalculável e você querendo provar que não estava envolvida? Que egoísta. — Juliette estava incrédula. Sarah engoliu seco.

— Não é isso que eu quis dizer. Também me preocupo...

— Por favor, não perca seu tempo tentando me explicar ou provar alguma coisa. — Interrompeu. — Já sei o bastante sobre você. É o suficiente para querer distância. — Juliette levantou-se com a sua mochila na mão e saiu em direção a saída da sala.

—Me desculpe, Juliette. Por favor. — Implorou Sarah, mas não obteve nenhuma resposta.

•••

O sinal tocou anunciando o início do intervalo. Sarah levantou-se e seguiu em direção ao pátio. Ela havia passado as primeiras aulas triste pela agressividade que Juliette vinha demonstrando a ela, oque era então, bem estranho. Em outras circunstâncias, jamais se chatearia com o tratamento, pelo contrário. Tudo oque ela queria era Juliette por perto, mesmo que somente ali presente, em silêncio. Outras vezes queria ficar próxima a ela, abraçá-la, tocá-la e toda vez que se lembrava da mão de Juliette apertando a sua cintura, o seu coração batia fora do ritmo e então, um desejo tomava conta do seu corpo.

— Você me parece apática, Sah.— Disse Pocah se sentando de frente para ela em uma das mesas do refeitório. — Está tudo bem? Aposto que foi aquele babaca do Rodolffo.