Capítulo 5

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Depois de almoçarmos, fomos para a espreguiçadeira pegar sol, mas em nenhum momento Sarah proferiu mais de 3 palavras a mim.

Eu não entendo, se ela me chamou pra cá, por quê está estranha comigo? Não faz sentido. Se fosse pra ser assim, ela poderia ter me deixado lá mesmo.

Resolvi me levantar pois já estava entediada de ficar ali. Entrei na grande casa e fui a procura da Mari.

Entrei na cozinha e não a achei, entrei na dispensa e não a achei novamente. Onde essa garota se meteu?

Eu realmente teria que perguntar a Sarah?

Suspirei e saí de casa, indo de encontro a Sarah que estava de óculos escuros, deitada na espreguiçadeira.

- Sarah? - Perguntei enquanto tampava seu sol.

- Oi.

- Você sabe onde eu posso encontrar a Mari? Não a vejo em lugar nenhum.

- Tem dois quartos atrás da escada, o dela é o da direita.

- Obrigada. - Disse e saí sem esperar resposta, indo a tal porta que eu nunca tinha observado que existia.

Bati 3 vezes, e minutos depois a porra se abriu.

- Foi mal, eu estava me vestindo, acabei de sair do banho e com certeza não seria agradável te receber de toalha. Entra! - Mari disse com um sorriso desajeitado e logo saiu da frente para que eu passasse.

- É, com certeza não seria. - Falei rindo enquanto entrava.

- Por que veio aqui?

- Queria conversar com alguém. - Disse me sentando em sua cama.

- Mas e Sarah? - Ela me olhou com uma feição confusa.

- Ela está estranha, sei lá, depois de mais cedo ela não fala direito comigo mais. - Dei de ombros.

- O que houve?

- Meio que... Ah - Suspirei. - Quase rolou algo, não sei explicar, mas foi assim... Eu me afoguei na piscina e ela me puxou para a superfície, só que quando eu encarei ela, nós estávamos a centímetros de distância, então nós ficamos nos encarando e meio que rolou um clima, sabe? Depois ela disse que era melhor a gente almoçar, e agora ela não fala comigo direito. - Sorri tristemente.

- Wow, meu Deus. - Ela fez cara de surpresa. - Ela gosta de você, cara. Ela tá confusa, é isso!

- Que nada, a Sarah é hétero, e eu também. - Ri nervosa.

- Essas garotas são suspeitas... - Mari sussurrou mas eu acabei ouvindo.

- Vá se lascar, vá. - Mostrei o dedo do meio a ela.

Ela apenas riu e pegou sua escova, e começou a escovar seus cabelos enquanto me encarava.

- Sabia que você é a primeira pessoa que a Sarah traz aqui? - Fui pega totalmente de surpresa.

- O que? - Isso fez-me sentir especial, e um sorriso bobo logo tomou conta dos meus lábios.

- Sim, ela nunca trouxe ninguém além da família.

- Meu Deus! - Proferi mas logo tapei minha boca pela animação que foi dada a minha frase sem querer. - Mas... Quem é a família dela?

- O pai dela é um diretor de filmes bem conhecido nos Estados Unidos e aqui no Brasil, inclusive ele dirigiu alguns filmes muito famosos. Ele mora em San Diego, por isso não vem muito aqui, mas ele vem todo ano, quase uma vez por mês. - Ela deixou sua escova na escrivaninha e deitou-se na cama. - A mãe dela é aposentada, trabalhava na polícia. Mas eles não são divorciados, eles moram juntos lá, só que a mãe dela as vezes passa dois meses aqui. - Quanta informação, pensei. - O irmão da Sarah é um gato, ele se chama Tom, tem 20 anos, é modelo. Ele e a Sarah não se dão tão bem, são próximos mas não concordam nas mesmas coisas, então acaba sempre gerando intriga. Se a Sarah não te querer, fica com ele. - Ela riu.

Mentes Conectadas - Sariette.Onde histórias criam vida. Descubra agora