Me arrumei ligeiro e parti para a empresa. Novamente fui atendida pela secretária que anunciou a minha chegada.
Os sócios e responsáveis pela empresa estavam animadíssimos.
- Pontual como sempre. Guardei o seu lugar Carla.
Sentar ao lado dela já não seria fácil. Engoli o meu desespero e sentei-me ao seu lado. Não deixei de sentir o aroma suave vindo de sua pele, um cheiro que estava carimbado e selado na minha memória, mas me contive e respirei fundo.
- Podemos começar?
Clarice introduziu a reunião e pediu para que eu explanasse mais sobre o projeto. Claro que ela não tirou os olhos de mim, mas eu agi normalmente.
Projeto organizado e brevemente colocado em prática, não há mais nada a fazer no Rio de Janeiro. Será?
No final da reunião conheci a Helen que parecia ser muito amiga da Clarice. Uma mulher alta, morena, que chamava atenção com seus lábios pintados de vermelho. Trocamos os contatos e ela me elogiou pela habilidade de criação.
Avistei a Clarice saindo da sala e me despedi de Helen.
- Clarice!
- Oi Carla. O que foi?
- Podemos conversar fora daqui?
- Não temos mais assuntos a tratar, não vejo razão para conversar.
- Por favor Clarice, quero muito conversar com você.
- Já que insiste. Talvez de noite eu vou ter um tempo livre. Me encontra no restaurante Tailandês 19h.
Sem esperar minha resposta, mais uma vez ela saiu. Continua a mesma dominadora de anos atrás.
- Oi Carla, ganhou elogios da minha esposa também? – Helen me surpreendeu. Não pode ser... Clarice e Helen são casadas?