Capítulo I.

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- Já chega, Blaze! - Emma disse abrindo as cortinas. Via a luz do sol invadir meu quarto, piscava os olhos algumas vezes para me acostumar com a luz. - Você não vai ficar mais nem um minuto nesse quarto. - disse ela vindo até mim. - Tá fedendo a bebida e cigarro. Credo, Blaze, como você aguenta isso? - Emma cobri-o o nariz com a mão, me fazendo revirar os olhos. Tampei meu rosto com os lençóis na esperança de que Emma saísse de meu quarto, o que não aconteceu pois ela tirou os lençóis de meu rosto. - Blaze! - ela gritou. - Levanta daí. Eu tenho uma coisa muito importante pra te falar, e isso vai te deixar muito empolgada. - revirei os olhos novamente.

- Nada vai me deixar empolgada, Emma. - ela se sentou na cama me olhando um pouco decepcionada - Me deixa em paz curtindo a minha vida de depressiva e futura suicida.

- Não, eu não vou te deixar em paz enquanto você não levantar dessa cama.

- Não vou levantar daqui . Desencana, não levanto dessa cama nem que você me arraste. - disse ouvindo Emma bufar.

- Tudo bem, se você não quis por bem, vai ser por mal. - Revirei os olhos e então senti Emma começar a puxar o lençol da cama tentando tira-lo de mim. Bufei com tal ato e comecei a reclamar. Mais foi em vão pois ela conseguiu tirar o lençol de mim. Fiquei sentada na cama enquanto ela me olhava com cara de tédio.

- Tá me olhando assim por que? - bufei irritada.

- Você não pode ficar nessa cama pelo resto da sua vida, Blaze. - Emma voltou a se sentar na cama de frente pra mim - Já se passaram 9 meses, Blaze. 9 meses que você só fica trancada nesse quarto, e só sai a noite pra ir a boates e beber até não aguentar ficar mais em pé. E eu já estou cansada de te ver assim, o tempo inteiro aqui dentro e...

- Não, Emma, chega. - a interrompi - Não estou afim de ouvir sermões a essa hora. - A verdade é que eu não ia a boates e muito menos bebia até cair. Eu só saia e ficava vagando pela noite. O máximo que eu fazia era fumar alguns cigarros. E quando voltava, me fingia de bêbada para que Emma não me enchesse o saco me perguntando aonde eu estava, e o que eu estava fazendo.

- Tá! Eu não vou mais te encher o saco. - Emma se levantou da cama - Só estou aqui pra te avisar, que NÓS estamos nos mudando para Atlanta, ainda hoje - ela disse dando ênfase no "NÓS". Nós?! Mas, pera aí. Nós quem?

- Quando você diz "Nós" - fiz aspas com os dedos - você está se referindo a você, seus ursinhos e seus pais, certo? - falei esperando que a resposta dela fosse sim, e ao mesmo tempo, não.

- Não. Eu estou me referindo a você e eu. - ela sorriu e eu fiquei olhando pra ela sem entender nada. Ela percebeu a minha expressão, revirou os olhos e disse - Nós vamos para Atlanta, Blaze! - mas o quê?

- Opa, Opa, Opa! - falei acabando com a felicidade dela - E quem disse que EU vou pra Atlanta? - ela desfez o sorriso do rosto e cruzou os braços.

- Ah, qual é, Blaze. Nós somos doidas pra conhecer Atlanta, desde que nos conhecemos. Lembra que fazíamos planos direto de deixar Nova Jersey e ir pra Atlanta? - concordei com a cabeça - Então! Eu estive conversando com os meus pais esses dias sobre irmos morar lá, pois isso faria bem tanto pra mim, quanto pra você, e então, eles concordaram. Ontem eles tiveram um tempo livre, então resolveram ir pra Atlanta, pra procurar um lugar pra nós morarmos, e então, eles acharam uma perto da casa de uma amiga deles lá, e disse que a casa é perfeita pra nós. Eles me ligaram um pouco antes de te acordar e eu vim correndo pra te acordar e te contar essa novidade. - Ouvia tudo o que Emma dizia, sem falar nada, apenas tentando me animar com a ideia. Sempre fui louca pra conhecer Atlanta, e agora nós vamos morar lá! Por mais que Emma tenha tomado essa decisão sem mim, eu até que estava um pouco animada com isso. - Pensa só... - Emma disse sonhadora. - nós duas, juntas, morando sozinhas. Longe de qualquer pessoa que possa atrapalhar nossas decisões. Indo a boates, rachas, bebendo a noite toda. Conhecendo garotos novos - ela disse dando um sorriso malicioso, me fazendo rir pelo nariz. - Vai ser uma maravilha! - ela se jogou na minha cama de barriga pra cima suspirando alto - Meus pais não irão nos incomodar.

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