O Arauto da Morte

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— Crystal? Crystal, ainda está aí? A irmã perguntou preocupada.

— Estou, eu acho que ... Eu preciso ir Christie. Sua voz parecia confusa e atordoada.

— Você vai ficar bem? Está me deixando preocupada.

— Eu estou bem, só estou ... assustada com a notícia mas eu vou ficar bem.

— Tem certeza? Christie insistiu.

— Tenho, presta atenção nas aulas. Não fique preocupada comigo atoa.

— Você é minha irmã! A única coisa que eu faço da vida é me preocupar com você. Vê se cuida, está bem?

— Sim mamãe! Crystal brincou, tentando aliviar a tensão, mais em relação à ela mesma do que à irmã.

— Eu vejo você em casa então. Christie disse dando um sorriso tímido. Elas enceraram a chamada, Crystal abaixou e pegou a garrafa. O Técnico entrou no gelo com o celular na mão.

— Você sabia que...

— Marcos morreu? Acabei de saber. Ela disse.

— Você o conhecia?

— Não, nos falamos ontem na saída do restaurante. Trocamos meia dúzia de palavras mas me pareceu uma ótima pessoa. Crystal disse tentando não parecer assustada.

— De fato, era tão jovem também! Mas é como minha avó costumava dizer, para morrer é preciso apenas estar vivo. Bem, já que está aquecida nós já podemos começar, inicie com os crossovers e depois vamos aos satos. Ele disse.

— Estaduais! Ela disse.

— Estaduais! Ele concordou. Referindo-se ao campeonato Estadual Olimpico.

Na faculdade, Chistie passou parte da aula pensativa, havia algo de errado e ela sabia disso. Era realmente dificil tirar a atenção dela, apenas problemas de familia tinham esse poder. Christie era focada e concentrada nos estudos, mas as coisas iriam mudar um pouco.

Assim que os estudantes foram liberados para o almoço ela seguiu direto à biblioteca, obviamente por ser o lugar mais silencioso da Western. Ela pegou seus  materiais e começou a desenhar, estava concentrada na folha de tom amarelado, os fones estavam no ouvido. Era algo que Christie aprecisava fazer, apenas ficar sozinha, não por opção, mas já que a irmã precisava estar longe ela se acostumou a ficar sozinha e infelizmente era boa nisso. Mas não por muoto tempo.

— O que está desenhando? Perguntou Jake atrás dela. Christie não tinha percebido sua presença ali, assustou-se imediatamente derrubando os lápis no chão. Jake sentiu-se culpado por tê-la assustado.

— Droga! Ela resmungou se abaixando para pegar tudo.

— Desculpa. Eu não quis te assustar. Ele disse desconcertado, se sentando ao lado dela e pegando alguns lápis.

— A culpa não foi sua. Eu sou um ... desastre. Ela murmurou.

— Eu sinto muito.

— Está tudo bem, relaxa. Ela disse colocando sobre a mesa.

— Então, Está desenhando o quê? Ele perguntou colocando a mochila sobre a mesa e debruçando a cabeça sobre ela, ele começou a brincar com um dos lápis em cima da mesa, amassando de leve seus próprios lábios, com olhos fixos nela. Christie ficou alguns segundos em silêncio olhando para os traços perfeitos do rosto dele. Sem duvida, na opinião dela, Jake era o rapaz mais bonito e charmoso que ela já havia visto, o primeiro que conseguiu mexer com ela o suficiente para repensar suas prioridades.

— Uma Orquídia fantasma. Ela disse.

— Gosta de flores?

— Eu adoro! A minha favorita é a Flor de ...

Under The Water - EM ANDAMENTOOnde histórias criam vida. Descubra agora