Não tenho namorado

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O aroma envolvente de baunilha e café me despertou, como se me chamasse de volta à vida após uma longa noite marcada pela chuva incessante e pelo frio cortante que se infiltrava pela pequena janela

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O aroma envolvente de baunilha e café me despertou, como se me chamasse de volta à vida após uma longa noite marcada pela chuva incessante e pelo frio cortante que se infiltrava pela pequena janela. O amanhecer não trazia mudanças significativas, mas havia uma sutileza no ar que fazia parecer que algo estava prestes a acontecer. Sento-me na cama macia, o lençol de algodão fresco acariciando minha pele. Minhas roupas do dia anterior estão cuidadosamente dobradas sobre o divã de couro próximo da porta, junto com minhas botas, encostadas na parede como se aguardassem pacientemente para me servir novamente.

O quarto é pequeno, mas sua simplicidade traz um aconchego inegável. A única janela revela o céu chuvoso, que, apesar da monotonia cinzenta, me oferece uma visão inesperada. O som da chuva batendo no telhado é quase musical, um lembrete de que, mesmo em dias nublados, a beleza pode se encontrar em detalhes. Nunca imaginei que observar o céu chuvoso pudesse ser tão reconfortante.

— Bom dia.

Pulo, o coração acelerando ao som da voz rouca que irrompe do silêncio. Dominic...

Ele está parado na porta, segurando uma xícara que exala o aroma do café fresco. Apenas uma calça de moletom cinza e meias brancas adornam seu corpo nu, e seu peito forte me lembra de um Deus grego que estudei nas aulas de arte. A visão dele me deixa sem palavras. Como ele pode ser tão incrivelmente bonito? Seu sorriso é um convite, e por um momento, sinto a tensão da noite anterior se dissipar.

— Suponho que você esteja com fome.

Ele se aproxima, a aura quente e sedutora que emana dele me envolve, como um cobertor aconchegante. Sinto um calor se espalhar pelo meu corpo, uma sensação que percorre minhas pernas, me deixando um pouco atordoada.

— Toma, espero que goste de café forte.

Ele me entrega a xícara e se senta ao meu lado na cama, a proximidade dele é eletrizante. Peço um gole do café, o calor do líquido contra minha garganta seca me faz lembrar do quanto jurei na madrugada nunca mais beber. A memória do vinho e da cerveja ainda ecoa em minha mente, trazendo um misto de vergonha e excitação.

— Obrigada.

As palavras saem balbuciadas, e eu sinto a vergonha me envolver.

— Você é bonita pra caramba.

A sinceridade na voz dele me faz sentir as bochechas queimarem, e um rubor toma conta do meu rosto.

— Não seja mentiroso.

Brinco, tentando desviar o foco.

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