Capítulo 13

8K 807 432
                                    

 
Não revisado

Éramos apenas duas pessoas com algo queimando entre elas, bastava esperar para ver que o fogo não é algo que se possa controlar e o que ele escolhe consumir em chamas não é de nossa escolha.

Amélia Parker:

 Minha semana passou rápido ou talvez a correria com o projeto tenha dado essa impressão. Anthony e eu corríamos de um lado para o outro, adicionando, modificando, melhorando o projeto e fora do escritório quando não estávamos no meu apartamento íamos para sua casa.

 Geralmente começava com alguma desavença em relação a um detalhe, quando nos dávamos conta estávamos no chão, no sofá e a penúltima foi na bancada da cozinha.

  Não havia parado para realmente pensar em que caminho estava indo, depois da pequena conversa no início da semana quando surtei e o deixei sozinho, prometi a mim mesma não recuar, não construir um muro entre nós mas também não nomear essa agitação no peito que sinto toda vez que ele sorri ou quando acha que estou exausta demais para perceber que ele sente o cheiro dos meus cabelos e em seguida beija a meu pescoço, como um ritual sempre que vai se despedir de mim. 

Ele nunca ficava, eu também não. E estava funcionando, por mais que algo na minha mente quisesse pedir pra ele ficar…

 Como era sábado levantei mais tarde que o habitual e respondi as mensagens que ignorei durante a semana, quando estava prestes a fazer algo para comer o nome da minha mãe brilha na tela.

“Oi mãe” - Digo animada - “Como está?”

“Vejo que alguém viu um passarinho verde logo cedo” - Ela diz - “Estou bem querida”

“E o papai?” - Pergunto 

“Estou bem querida” - Ouço a voz dele ao fundo - “Já aviso que está no viva voz!”

“Obrigado papai” - Fico meio sem jeito - “Posso saber o motivo?”

“Amélia!!!” - Ouço a voz e reconheço como a da irmã de Anthony, Daya, na mesma hora sei o que está acontecendo - “Sua mãe nos convidou para o brunch!”

“Não era um chá da tarde?” - pergunto meio sem jeito, absorvendo o susto e então ouço as risadas.

“Querida, adoraríamos que nos acompanhasse” - Agora é a mãe de Anthony, posso reconhecer a voz aveludada que pode cortar qualquer um - “Sei que vocês andam trabalhando muito, quase não se desgrudam e como meu filho está ocupado, gostaríamos da sua companhia”

“Sr. Hasting, eu realmente gostaria. Mas tenho muito a…” - Tento inventar uma desculpa, mas sou cortada.

“Venha ver seus pobres  e velhos pais, Amélia!” - Minha mãe grita 

“Diana, venha ou sua mãe irá enlouquecer a todos” - Meu pai fala e eu suspiro, me dou por vencida.

“Estou aí em uma hora” - Falo e logo desligo.

 Aproveito que estou com o celular na mão e resolvo ligar para Anthony, mas ele não atende. Certo, já que não tinha saída só restava aceitar e me arrumar para encontrar elas.

[...]

 Quando cheguei na casa da minha mãe fui recebida por três mulheres levemente alteradas por algumas mimosas e depois de comermos ficamos no jardim.

 Meu pai me serve uma mimosa e senta-se ao lado da minha mãe.

“Sabe Amélia, fico feliz de te conhecer" - Elizabeth diz com um sorriso, parecendo mais reflexiva.

Um Acordo VantajosoOnde histórias criam vida. Descubra agora