Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Leio e releio a carta que escrevi a Victor. Não sei ao certo quando comecei a escrever assim, sem destino, ou melhor, quando comecei a escrever para um morto, só sei que o faço. É como escrever num vlog, faz-me sentir como se a minha vida fosse tão interessante ao ponto de alguém a quiser ler. Deixa-me mais leve também. Um pequeno desabafo que não vai preocupar ninguém.
Já é tarde, exatamente 01:15 da manhã, o reencontro com Oikawa tem me mantido acordada, quer eu queira, quer não. Hoje tenho que dormir, amanhã tenho aula de História da Arte e não posso definitivamente me atrasar. Se começar novamente a não ter uma rotina vou me prender a um ciclo vicioso, uma bola de neve.
09:45
O despertador tocou e eu não tinha vontade nenhuma de me levantar, como sempre. Pensei um pouco em matar a aula, mas é importante, é o primeiro dia do segundo semestre e eu tenho de aparecer, ainda pensam que eu sou uma drogada com pais ricos que pagam a faculdade para ela apenas a desperdiçar. Não quero mesmo ser vista assim.
Saio do meu apê com o livro "Tudo o que sei sobre f̶e̶s̶t̶a̶s̶, ̶e̶n̶c̶o̶n̶t̶r̶o̶s̶, ̶a̶m̶i̶g̶o̶s̶, ̶e̶m̶p̶r̶e̶g̶o̶s̶, ̶a̶ ̶v̶i̶d̶a̶, o amor - Dolly Alderton", eu tenho quase a certeza que vou me encontrar com Oikawa, neste momento tenho a certeza que ele já sabe que eu estou na mesma faculdade que ele. Pensando bem, a faculdade é imensa e mesmo que ele saiba onde eu tenho aulas, o 4º edifício, o de artes, vai ser quase impossível me encontrar. Existem demasiados alunos. Não é? Rio de nervoso ao pensar nisso.
Passo pelo Starbucks de mota e peço o habitual, milkshake de mirtilo com muito chantilly e chocolate. Sei que não é saudável, mas é a parte do dia onde só tenho de lidar com tentar não me sujar com a mistura doce e fofa. Depois estaciono a mota no estacionamento mais perto da faculdade vou a pé até à entrada, completamente distraída pela música alta nos meus auscultadores brancos.
TV GIRL - Hate yourself.
A câmara fotográfica pendurada no meu pescoço balançava enquanto eu andava e machucava um pouco o meu peito. Sony cybershot DSC- P200. A câmara velha a que eu já tinha me afeiçoado. Já podia a considerar uma nova parte do meu próprio corpo. Levava-a para todo o lado caso eu olhasse alguma coisa incrível, digna de se capturar. Essas fotografias me inspiravam a pintar. Às vezes pintava a imagem. E outras vezes apenas as apreciava.