Capítulo Dois.

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No dia seguinte, já estavam todos de pé antes mesmo de amanhecer. O cavalo de Sereen estava animado e bem descansado, se alimentando de uma boa quantidade de feno que a dona havia feito questão de dar uma fugida para comprar com um velho amigo de sua avó, fazendeiro há muitos anos e que, inclusive, foi quem vendeu a casa de fazenda para Aylin.

— Esqueceram de alguma coisa? — Aylin pergunta, resmungando pela força que fazia, tentando enfiar todos os cobertores de uma vez na carroça maior, que haviam trocado justamente para terem mais espaço. Minho gargalhou e foi ajudá-la com aquilo.

— Não esquecemos nada, mas a senhora, pelo visto, não é muito de fazer exercícios! — Riu contido, evitando fazer muito barulho. Parou no mesmo momento, porque levou um forte tapa na nuca.

— Você me conhece há algumas horas e já se acha o tal para fazer piadas assim, não é? — Reclamou entredentes — E não me chame de senhora... — Murmurou, semicerrando os olhos e se virando novamente, para terminar de acomodar os tecidos grossos e compridos, jogados de qualquer jeito na carroça.

— Tudo certo, já temos bastante comida, roupas e cobertores. — Sereen pontuou — Devemos pegar mais água? — Pareceu falar consigo mesma.

— Trinta garrafas de metal não são o suficiente para você? — A ruiva arqueou uma das sobrancelhas, cruzando os braços e se estressando um pouco mais quando a amiga pareceu tê-la ignorado.

— Quanto tempo vamos levar para chegar lá? — Jisung perguntou ainda sonolento fechando um casaco grosso, ao redor de seu tronco magro, que lhe fora oferecido. Minho fingiu arrumar seu cabelo escuro, apenas como desculpa para poder tocar no mais novo.

Mal podia acreditar que ainda estavam vivos.

— Com a velocidade que vamos usar, pelo menos um dia inteiro... — Sereen semicerrou os olhos para Aylin, como se esperasse uma confirmação —, mas acredito que vamos poder usar um pouco mais de velocidade agora, já que ainda está escuro.

— Isso se não tivermos complicações durante a viagem! — Aylin se afastou, indo para dentro de seu grande casarão, indo checar se faltava mais alguma coisa. Ou, quem sabe, se despedir.

— Me sinto culpado por fazerem vocês irem embora... — Jisung disse para Sereen e ela sorriu em sua direção — A senhorita Aylin parece muito apegada a esse lugar!

— Não devem se sentir culpados... — Ela começou, sorrindo para ambos os adolescentes —, nós já planejávamos nos mudar, mesmo! Mas vamos aproveitar que agora temos companhia e vocês precisam tanto quanto nós!

— Desculpe a pergunta, mas porque querem se mudar?

— Sabe, Minho, nós não nos identificamos com o pessoal desse lugar e, também... — Olhou ao redor, percebendo quando Aylin voltou e trancou a porta da casa, mas não vendo mais ninguém além deles —, estão começando uma caça às bruxas! — Sorriu, entristecida.

— Estamos prontos, vamos logo! — Aylin empurrou levemente a amiga para cima de seu cavalo branco e já bem alimentado.

Sereen subiu no animal de grande porte, enquanto os outros três se enfiaram na carroça, logo atrás. Aylin se encolheu em um canto pelo frio e estendeu um cobertor para os dois mais novos, que estavam de seu lado oposto. Eles se encolheram, juntinhos, e se cobriram quase que completamente.

— Vocês podem se cobrir completamente quando amanhecer, mas evitem ficar olhando ao redor, para evitarem ser reconhecidos do mesmo jeito! — Aylin disse um pouco séria, sem olhar para os garotos, ouvindo apenas um murmúrio em concordância.

Gossip ✞ (Minsung)Onde histórias criam vida. Descubra agora