Gossip ✞ (Minsung)

Capítulo Quatro.

 — Eaí, Jisung, terminou o mapa? — Christopher se aproximou, com seus companheiros atrás de si. O Han sorriu ladino, contrastando com suas olheiras quase profundas; resultado das noites mal dormidas sem Minho (e, também, por conta de seu trabalho).

— Terminei essa manhã! — entregou-lhe o que fora pedido.

— Impressionante, como sempre! — o capitão pirata analisou com cuidado, sorrindo satisfeito com o trabalho do garoto. Em seguida, tirou uma bolsa cheia de moedas do bolso da calça e entregou ao cartógrafo.

— Jisung, senti sua falta! — Felix o abraçou, com mais cautela que das outras vezes. Ele tinha medo de machucar ainda mais o outro rapaz; era como se ele fosse quebrar a qualquer momento — Você... pintou o cabelo?

O Han sorriu pequeno, passando as pontas dos dedos nos fios compridos. Não pela falta de corte, mas pela sua vontade de deixá-lo grande. Ele assentiu, sem dizer nada. O tom avermelhado que tinha nos fios agora, era graças a uma tinta de hibisco, feita por uma amiga cabeleireira de Sereen.

— Achei que fosse me deixar mais velho!

— Você não precisa disso, garoto. A juventude é uma virtude, sabia?

— Você parece um ancião falando assim, Capitão! — Felix torceu o nariz. Christopher gargalhou alto.

— Vá ajudar os outros a descer as cargas, preciso conversar com o Han!

Felix assentiu, intercalando o olhar entre os outros dois rapazes. Seu Capitão parecia confiante, já o outro, ansioso.

Passaram a caminhar lado a lado, até se afastarem o suficiente da tripulação e dos outros aldeões. O mais velho parou primeiro, segurando os ombros do adolescente e o fazendo olhar para si. Han engoliu em seco.

— Han Jisung!

— S-sim?

— Venha conosco!

— O quê?

— Vamos para o mar, atrás do Minho!

— Está louco? — ele arfou.

— Se chegarmos pela costa, certamente não irão nos ver durante o começo da noite! Podemos atacar o vilarejo e resgatar ele e a Senhorita Aylin!

Jisung engasgou de susto, tossindo sem parar enquanto o outro o acudia. Era uma ideia muito inusitada para ser dita desta forma.

— Sem chance, eu tenho pavor do mar! — Era verdade. Jisung, em uma conversa com Felix, descobriu que não tinha medo de navios, mas sim do mar. O que era muito pior, mas fazia muito mais sentido.

— Pretende ir como então? Montado num cavalo, como um príncipe encantado? Vai morrer se fizer isso!

— Não importa, é o único jeito! — Chris suspirou em resposta.

— Olha, eu sei que não é da minha conta, mas a Sereen me disse que vocês pretendem voltar para a cidade antes da próxima semana! — ele tirou uma garrafinha pequena do bolso, bebericando um pouco do conteúdo de cheiro forte. Algo alcoólico — Não quero te desencorajar, mas se vocês dois forem sozinhos, a chance de saírem vivos é quase nula. Seus poderes podem não ser suficientes, mesmo que sejam muitos fortes. Além disso, você só tem um mês treinando-os e isso... não é suficiente.

— Está sugerindo o quê?

— Minha tripulação está a disposição de vocês, como forma de pagamento pelo mapa anterior. Não terei dinheiro para pagá-lo, já que foi o mais caro e estamos passando por um perrengue, então deixo a minha oferta aberta a você.