0.9 : Oitavo mês

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O oitavo mês já estava batendo na porta e minha barriga parecia mais uma melancia gigante, meus pés viviam doendo e meu humor só piorava. E também venho o tesão e seu fiel amigo insegurança. Por ter medo de me machucar Eren não transava comigo fazia meses e meu corpo só mudava me fazendo pensar que suas negações era por que ele não sentia atração por mim, coisa essa que descobrir ser meras paranoias sem fundos.

— Amor, não vem comer? — Olhei para Eren que estava encostado na porta, eu tentava a todo custo esconder meu corpo embaixo do cobertor.

— Não estou com fome. — Lhe dei um sorriso amarelo, percebendo bem que não tinha colado, Eren me conhecia bem o suficiente para saber quando eu estava mentindo.

— Amor, você precisa comer, por você e pelos nossos filhos. — O desgraçado sabia que meu ponto fraco era falar de meus filhos, suspirei ainda com o lençol entre os dedos deixando apenas minha cabeça de fora.

— Tudo bem, eu vou comer depois. — De preferência quando você não estiver em casa, era isso que eu queria dizer, porém não queria despejar todas as minhas inseguranças idiotas no Eren.

— Bem, você que sabe. — Ele se aproximou da cama e deixou um beijo em minha testa. — Só não fique sem comer, estou indo na empresa, mas não demoro. — Recebi um selinho nos lábios antes dele se afastar e ir embora.

Só depois que eu percebi que ele não estava mais em casa, aí sim sai do quarto, devorei a comida que ele tinha deixado no fogão para mim, eu não merecia o Eren e mesmo sabendo disso eu era egoísta o suficiente para não deixar ele ir.

Assim que ouvir barulho de chave corri até o sofá onde novamente me escondi nos lençóis. Eren segurava algumas sacolas, primeiro ele venho até mim, me beijou e foi até a cozinha.

— Você comeu, que bom. — Pude ouvir sua voz um pouco longe já que ele estava na cozinha. Porém não demorou para eu ouvir passos e logo Eren estava na minha frente.

Ele tentou deitar ao meu lado porém não deixei, não queria que ele visse meu corpo, não queria aceitar que ele realmente não sentia mais nenhuma atração por mim daquela forma.

— O que aconteceu Levi? — Não tive coragem de olhar ele nos olhos, porém sua mão em meu queixo fez totalmente o contrário. — Eu percebi que você está estranho desde mais cedo, anda, me conta.

— Não é nada Eren. — Tentei desviar o olhar, porém sua mão continuou firme em meu queixo e seus olhos diziam perfeitamente que ele não não desistir, suspirei, decidido a falar logo de uma vez. — Eu... eu só. — Sem conseguir controlar, comecei a chorar e eu podia ver claramente o desespero no rosto de Eren, ele se deitou ao meu lado agora sem tendo eu para impedi-lo e logo fez com que eu deitasse por cima de si.

— Por favor meu amor, não chora. — Suas mãos traçaram algumas linhas imaginárias pelo meu rosto e isso arrancou sorrisos meus. — Me conta o que aconteceu, com calma, ok?!

— Tudo bem. — Respirei fundo tentando manter a cabeça no lugar, fechei os olhos algumas vezes, antes de falar. — É que, meu corpo não está como antes, eu não tenho mais um corpo magro e muito menos atlético. — Passei a mão pelos cabelos os puxando, porém a mão de Eren segurou a minha impedindo que eu pudesse continuar a puxar. — E eu pensei que você não sentia mais nenhuma atração por mim, afinal eu estou parecendo uma bola.

— Céus Levi. — Sua mão foi em direção a minha cintura e deu um leve aperta fazendo um formigamento bom naquela área. — Isso nunca passou pela minha cabeça, eu te amo do jeito que você é e não pelo seu corpo e outra eu te acho muito fofo com esse volume aqui. — Sua mão foi até minha barriga acariciando ela. — E saber que você está assim por que carrega filhos nossos, só deixa tudo ainda mais especial. O motivo para eu não ter mais tocado você daquela forma, é por que eu tenho medo de machucar você e eles.

— Você sendo todo um marido perfeito e eu aqui com minha paranoias ridículas. — Riu ironicamente escondendo meu rosto em seu ombro. — Eu sou um idiota mesmo.

— Não diga essas coisas, é normal ter inseguranças Levi, eu tenho e ainda tenho a ousadia de dizer que todo ser humano também tem. — Seus dedos faziam carinho em minhas barriga e minha cintura. — E pra mim você é o marido mais perfeito desse universo todo.

— Para de me deixar assim. — Bati levemente  seu peitoral apenas recebendo sua risada.

— Assim como? — Ele perguntou com a maior cara lavada e eu apenas ri deixando selares em seu pescoço, as inseguranças deram espaço para o carinho e amor que Eren sempre desmostrava.

— Todo boiola por você. — Eren riu ainda mais e eu podia ouvir sua risada por toda a vida e não cansaria nunca.

— Eu gosto de ver esse lado Levi boiola por mim. — Bati novamente de forma fraca em seu peito, só Eren conseguia afastar todo o caos dentro de mim e trazer coisas boas que todos julgam impossível de ter. — Não me deixa mais preocupado desse jeito tá, eu oensei que tinha feito algo errado, comprei até bolo.

— Pera, você ia tentar me comprar com comida? — Levantei meu rosto o olhando fixamente.

— Talvez, se eu dizer sim vai ficar bravo? — Sua mão veio até minha bochecha, enchendo meu rosto de beijos carinhosos.

— Não, admiro sua sabedoria. — Me deitei novamente em seu peito sentindo seu perfume, eu sempre amei o cheiro de Eren, desde do dia em que vi ele naquela loja de conveniências e pelo jeito nossos filhos também gostavam bastante já que todo vez que sentiam ficavam quietos.

Senti um chute no pé da barriga e quase vi estrelas, doía demais aquilo, Eren me olhou preocupado e ao colocar a mão em minha barriga, ele arregalou os olhos ao sentir o chute.

— Eles estão... ? — Eren parecia um pai babão e eu tinha certeza que ele era.

— Sim, faz parar Eren. — Choramiguei em seu ombro sentindo mais dor.

Para aquelas feras ficarem calmas foi preciso o Eren cantar e eu ainda diria que seu cheiro foi um ponto forte, logo depois Eren deixou que eu comesse um pouco do bolo, para compensar a dor e sem dúvidas eu tinha o melhor marido que alguém poderia ter.

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