eu sou teu menino, teu amor arteiro, teu anjo caído. sou teu.

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Park Jimin. 1988.

Eu não consigo me mexer com a euforia de antes. Minhas pernas não são adeptas a malhação acadêmica, mas sinto-me como se estivesse feito muito esforço para isso. Elas estão cansadas, suadas, vermelhas e doloridas. Assim como todo meu corpo sensível nesta tarde, neste quarto e nesta cama.

Você entra ainda mais fundo em mim como se eu fosse deixá-lo para sempre. Você me toca como se eu pudesse virar pó entre teus dedos. Você sua como se fossemos exclusivamente dois sóis ardentes. E, principalmente, você mete em mim como nunca antes feito. Mais selvagem, raivoso, malvado, cheio de gana. Esta que me suga as energias, deixando-me mole em teus braços fortes, me preocupando em somente gemer baixinho no canto de sua orelha enquanto abraço-te, segurando o teu corpo, com o receio de desmaiar a qualquer segundo.

Desmaiar pela febre de excitação de meu corpo, ou pela disposição cruel que tu tens em me foder com tanta impiedade. Sinto que vou morrer, hyung... mas eu gosto. Eu gosto desse teu jeito perverso, dessa maneira safada que você adora expor para me ter do modo que estamos agora, sem controle, indo ao inferno. Eu gosto do ímpeto de tua força quando fazemos amor como dois animais no cio. Da quase ninfomania.

-— Você aguenta mais, não é, meu menino? Eu sei que aguenta... — me pergunta, rouco e faminto enquanto abre mais minha pernas, vendo tua própria porra esbranquiçada escorrer, melando os lençóis pela terceira vez.

Para você é divino, enlouquecedor, e eu não duvido que tu já tenha pintado um quadro de teu sêmen saindo de minha estrada vermelha que sofreu com tua brutalidade, lambuzando minhas pernas. Ah, sim, com certeza há, Jungkook-ssi... E eu já não sei mais se aguento... Mas sei que ainda te desejo. Aceno, levando meu dedo indicador para boca e mordendo-o quando sinto tu entrar outra vez, devagar...

Eu fecho os olhos, mais lágrimas saem deles, eram doloridas e cheias de tesão. Sinto você tocar meu rosto, descendo os dedos para minhas maçãs e acariciar ali. Elas estão rubras, suadas, lambidas, com marcas de teus dedos rudes, como todo resto de minha pele... Então é isso, hyung? Você gosta de me pintar com tuas mãos e dedos igualmente tintura teus quadros? Gosta quando me vê exausto e sem forças para me banhar depois de um sexo feroz como esse? Eu sei que se orgulha. Porque, cansado, eu desisto de voltar para casa e durmo nesta mesma cama, agarrado com você, e acordo te flagrando pintar-me outra vez, deitado em teus lençóis, nu e marcado. Eu sabia. Isso significa que eu sou teu. E tu já sabia muito antes de mim.

— Não tem como parar... — sussurraste lascivo ao encostar sua testa na minha. As duas mãos voltaram a apertar minha bunda, que ardia de teus tapas. — Você é porra de um vício e eu não consigo te deixar...

Eu também não conseguia. É muito bom para simplesmente encerrar. Ainda assim, eu mal havia começado a faculdade e faltei quase uma semana, porque meus dias são nessa cama, gritando teu nome, pedindo para que não pare, implorando para que vá mais forte mesmo dolorido e cansado. Talvez eu seja um maluco por teu pau, Jungkook hyung.

— Continue, senhor policial... — falei baixinho, entre soluços. — Continue me fazendo seu... — abri meus olhos e encontrei os seus negros, intensos, insanos... Me encarando com desejo, mas eu também conseguia ver teu carinho, tua vontade de me fazer ficar para sempre contigo e nunca ir-me.

A cada estocada, um gemido mudo escapa de meus lábios. Já não tenho voz, já não faço mais esforço, eu estou totalmente à mercê de seus comandos. Logo, não hesitei em abrir minha boca quando tu me beijas. Entretanto, é diferente, é lento, calmo, com paixão. Ela é teu gosto favorito, e eu não sei mais quem você seria se eu partisse para sempre, porque toda parte minha, é tua, como favorita ou como posse.

Eu sou teu menino, teu amor arteiro, teu anjo caído. Sou teu.

— Meu. — repete dentre tantas outras vezes em que foi dito ainda nessa transa. — Diga que é meu, amor. Que só eu tenho você e mais ninguém... — a tua voz é calma, mas eu sei que é exigente, ela ordena.

Mas eu me sinto incapaz de responder quando meu ventre repuxa, formigando, e eu gozo sem muita força. Meus olhos reviram, os braços cedem, e minhas pernas escorregam de teu quadril, mas tu continua. Eu me sinto tonto por alguns segundos, minha visão escurece, mas ainda posso sentir tudo... os lençóis da cama completamente úmidos de suor igualmente meus fios pretos embebidos grudados na testa, a atmosfera quente competindo com nossos corpos despudorados, minha pele ardendo em sensibilidade, minha entrada judiada piscando em volta do teu pau, e a tua boca mordendo meu ombro ao sentir a maneira potente que toda tua porra rojou dentro de mim... de novo.

Você me abraçou e permaneceu dentro. Mas eu não pude retribuir o mesmo, continuei molinho, alheio, quase desconectando-me do ambiente tamanha intensidade do quarto orgasmo seguido que tive. Mas eu senti você sair lentamente, ainda agarrado a mim. Eu gemi dolorido, remexendo-me na cama, tentando expulsá-lo mais rapidamente, contraindo meu canal sensível demais.

Tu desgruda de mim com dificuldade, como se não quisesse me soltar... Meus olhos fechados à exaustão me impedem de ver algo, então, tu me dá um beijo demorado em minha testa aquosa, depois em meu nariz, em minha boca, queixo e pescoço... Eu inalo profundamente e manhoso, sinalizando o quão eu gosto disso, assim, escuto teu riso nasal rouco.

Jungkook-ssi, queria que soubesse que não me arrependo em tentar roubar um girassol do teu jardim. Ouvia dizer que policiais não são piedosos para com os ladrões, e veja só, tu certamente não é, Jeon. E eu gosto tanto...

— Eu acabei com você... — sussurra, e seu tom é orgulhoso. — Tem noção de como é lindo? Na minha cama, nu para mim, suado, cansado e todo aberto enquanto minha porra está escorrendo... — sinto um dedo alisar minha entrada e ela contrai involuntariamente. Eu remexo outra vez, dengoso. — Tão sensível, meu bem...

Eu sorri inebriado e forcei meus olhos, abrindo-os devagar. Pedi por uma trégua, bem baixinho: — Me deixe dormir, hyung...

Tu sorriu também, genuinamente. Esse jeito que tu me olha diz muita coisa, Jungkook-ssi. Diz que quer cuidar de mim, me manter contigo. Diz que eu sou lindo todo melado de tua porra, com marcas de tua boca. E diz que me ama.

Antes de cair no sono eu te ouço sussurrar enquanto me acolhe mais em teus braços.

"Eu amo você... Fica comigo..."

Mas eu não fico. Sempre indo embora no outro dia e voltando pra ti toda tarde. Se me permitir eu posso roubar mais girassóis do teu jardim e contar quantas vezes tu poderás me punir de embriaguez prazerosa na tua cama. E, só assim, eu decida ficar.

Porque enquanto lúcidos, sabemos que nosso amor é impossível. Ele é a blasfêmia de uma sociedade alienada. Então, até lá, serei teu escondido, mas só teu.

fim.

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