Dulce Maria verificou as horas no relógio de pulso. Estava atrasada para o compromisso.Soltou ruidosamente o ar pela boca e, apertando o volante com força, pisou no acelerador, numa tentativa de recuperar o tempo perdido.
Aquele era um dia com gosto de bacon queimado. No entanto, amanhecera lindo demais. Céu azul, sol brilhante. Assim que abrira as cortinas do quarto, Dulce pensara que algo de maravilhoso aconteceria num dia como aquele. Isso, porém, fora antes de Charles, seu filho de seis anos, ter anunciado que queria dizer-lhe "algo de muito importante".
Estavam à mesa de café e Charles juntava uma colher de cereais ao leite.
- O pai de Billy Wilkins irá à feira cultural hoje - ele contou, com os olhos castanhos fixos no rosto da mãe.
De repente, o azul do céu tornou-se mais opaco, o sol menos brilhante. Dulce perdeu o apetite. Afagou os cabelos despenteados do menino.
Com a colher, Charles fazia círculos na tigela para misturar o leite e os cereais.
- Você vai, não é, mamãe? Você prometeu. Lembra-se?
Ela concordou com um gesto de cabeça, lutando contra o nó que se formara em sua garganta. O que mais desejava na vida, era proporcionar ao filho tudo o que ele necessitava. Mas, não tinha condições de dar-lhe tudo.
- Poderemos convidar Mandy - ela sugeriu.
Charles largou a colher ancorada nos cereais. Remexeu-se na cadeira.-As babás não combinam com feiras culturais - afirmou ele com ar sério. - O pai de Scott Miller irá na semana que vem.
-Entendo. E, você quer levar um pai também. É isso? - Seria melhor não ignorar a situação.
O menino não respondeu. Imóvel na cadeira, mordia o lábio, observando-a com olhos vivos, muito atento. Aquele era o momento que Dulce sempre temera. O dia em que seu filho se sentiria diferente. Excluído.
- Você acha que encontrará um pai para mim? - ele perguntou num fio de voz.
Não, Dulce teve ímpetos de gritar. Um dia, você também teve um pai, mas ele não nos quis, abandonou-nos. Não posso correr o risco de expor-nos, a você e a mim, ao mesmo tipo de mágoa e humilhação.
Claro, jamais poderia dizer tais coisas ao filho. Empenhara-se para fazer Charles acreditar que fora muito amado. Na verdade, bem que gostaria de encontrar um pai para ele. Fora exatamente o que sempre desejara em criança. Um pai para ela mesma. Era hora de enfrentar os fatos. Nem todos os casamentos eram baseados em sentimentos arrebatadores. Muitas pessoas se casavam por motivos mais práticos, como interesses comuns, benefícios mútuos, para garantirem um pai para seus filhos.
- Você acha que terei um pai, mamãe? - Charles perguntou de novo.
Dulce fitou-o longa e intensamente. Esquecera-se da xícara de café à sua frente.
- Ainda não sei, Charles. Vamos ver. Olhe, prometo pensar no assunto.
Ambos se calaram, refletindo nas palavras dela. De repente, voltaram à realidade, trazidos pela fumaça e pelo inconfundível cheiro de bacon queimado. Dulce levantou-se rápido, tentando salvar o que não tinha mais salvação. Charles correu para abrir a janela, mas Dulce ordenou-lhe que continuasse sentado, enquanto ela cuidava de tudo.
Era, realmente, um dia com gosto de bacon queimado. E, a partir de então, só piorara ainda mais.
Girando o volante, Dulce entrou numa alameda tortuosa. Depois de quinze minutos somente com arbustos e dentes-de-leão, concluiu que errara o caminho.
Correndo a mão pelos cabelos compridos, estacionou o carro e estudou o mapa que o Dr. Anderson rabiscara à mão. Olhando com mais atenção, percebeu que o número que imaginara ser um, na verdade, era sete, e que onde, a princípio lera Hiller Road, poderia ser interpretado por Ridden Road.
-Parece-resmungou,desanimada.
Começara o dia pensando que algo maravilhoso iria acontecer e, no entanto, estava a quilômetros de seu destino, tendo como única companhia os dentes-de-leão.Não sabia onde ficava a casa de Christopher Uckermann e, pior, teria que encontrar uma boa desculpa para justificar seu atraso. Péssimo começo, uma vez que fora prevenida de que o homem ficara furioso quando soubera que ela estava a caminho da casa dele Dulce estremeceu.
Não queria Christopher Uckermann como seu paciente, assim como ele não queria uma fisioterapeuta. O homem que fora o cirurgião mais importante do Southeastern Illinois Memorial, considerado um verdadeiro gênio.
O homem de dedos mágicos. Ela sentia muito pelas mãos dele feridas, pelo acidente que interrompera uma carreira brilhante e que tirara a vida da esposa e da filha dele, cerca de um ano atrás.
Mas, ela tinha uma agenda cheia de pacientes, pessoas que precisavam dela, que estavam no meio do tratamento.
Não tinha espaço para outro paciente, especialmente para alguém que, além de resistir ao tratamento terapêutico, precisaria de sessões por longo tempo. Pelo menos, fora o que ouvira de seu supervisor e do Dr. Anderson.
Dulce não ignorava que teria uma missão árdua pela frente.Primeiro capítulo amores ...
Vou terminar
*CASAMENTO POR CONTRATO*
nesse final de semana ..
Querem continuação da fanfic?
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Reciprocidade meus amores ...
Volteeeei com tudoooo
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🖤𝑨 𝑷𝒆𝒓𝒇𝒆𝒄𝒕 𝑭𝒂𝒕𝒉𝒆𝒓❤️ -->
RomanceSinopse : Cʜᴀʀʟᴇs ᴘʀᴇᴄɪsᴀ ᴅᴇ ᴜᴍ ᴘᴀɪ... Aʟɢᴜᴇ́ᴍ ᴘᴀʀᴀ ʟᴇᴠᴀ́-ʟᴏ ᴀ̀ ғᴇɪʀᴀ ᴄᴜʟᴛᴜʀᴀʟ. Aʟɢᴜᴇ́ᴍ ǫᴜᴇ ɴᴀ̃ᴏ ᴛᴇɴʜᴀ ᴍᴇᴅᴏ ᴅᴇ ᴍᴏɴsᴛʀᴏs. Aʟɢᴜᴇ́ᴍ ǫᴜᴇ ᴛᴀᴍʙᴇ́ᴍ ᴀᴍᴇ sᴜᴀ ᴍᴀ̃ᴇ ᴇ ᴀ ғᴀᴄ̧ᴀ ғᴇʟɪᴢ. Mᴀs ɴᴀ̃ᴏ sᴇʀᴀ́ ғᴀ́ᴄɪʟ ᴇɴᴄᴏɴᴛʀᴀʀ ᴏ ᴘᴀɪ ᴘᴇʀғᴇɪᴛᴏ. Pᴏʀ ɪssᴏ, Cʜᴀʀʟᴇs ғᴇᴢ ᴜᴍᴀ ʟɪsᴛ...