Linearidade passa longe de mim
Eu sou inconstante
Feito de instantes
Entre mim e meu eu de
Duas horas atrás
Há um abismo
exorbitante
Não fico muito tempo inerte
Não acumulo poeira nas estantes
Eu sou o verso da poesia
Que o poeta improvisa
E é tão inusitado
Que se torna excitante
Eu sou a obra-centro
Do museu mais importante
E aí de ti achar que pode
Ser mais em minha vida
Que mero
Coadjuvante
Para mim, sou o bastante.
