Manhã

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O sol passa pela pequena fresta da janela, batendo em meus olhos com exatidão e me acordando lentamente. Dá para perceber pelos raios de luz que penetram o apartamento que será um dia fresco e ensolarado. Felizmente, é fim de semana, e posso aproveitar o dia com tranquilidade e sem preocupações.
Aos poucos, a claridade que infiltrou-se no cômodo vai me acordando, fazendo-me tomar consciência dos meus arredores. Porém, antes que eu consiga me espreguiçar e raciocinar, sinto um peso no lado contrário da cama e logo vejo no canto da minha visão os cabelos longos e cacheados de Pamela. Ela volta a se deitar do meu lado e puxa meu queixo para sua direção. Não foi preciso muita esforço, já que meu estado ainda era de pura sonolência. Dou um sorriso desajeitado, até então com os olhos praticamente fechados.
Pamela, insatisfeita com minha resposta despreocupada, aproxima-se mais e posiciona-se em cima de mim, me observando com seus olhos cintilantes cor de mel, como se eu fosse uma pedra preciosa nunca antes vista, a única luz que brilhasse nesse mundo. Ela inclina-se com cuidado para não colocar todo o seu peso em cima de mim e beija meus lábios, o gosto de sua boca relembrando a noite anterior e os cabelos compridos encostando em meus ombros. Consigo desenhar em minha mente as curvas de seu corpo e seu jeito exterior delicado que esconde a verdadeira mulher que é.
Retribuo o beijo, ainda atordoada por ter acabado de acordar, e trago seu rosto gracioso ainda mais para perto com minhas mãos em suas bochechas, já subindo meus dedos para a raiz de seus cachos. Pelo visto, a manhã ainda está longe de acabar.

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