luos tnerapsnart

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Armin se mexia incontrolavelmente, tentando soltar as mãos daqueles médicos repulsivos. As juntas de seus ombros doíam pela forma com que seus braços eram puxados para trás, sentia o chão branco e gelado em seus pés descalços, seu corpo estava imundo e suas roupas não passavam de trapos, poderiam muito bem servir de pano de chão em algum outro momento. Seus olhos ardiam após ficar dias no escuro da masmorra subterrânea que o deixavam. Precisavam de três homens para que o carregasse até a ala dos "doentes", ou tortura como Armin gostava de pensar.

Ao cometerem o erro de deixarem que somente uma pessoa cuidasse do Arlert, esse homem apareceu morto e com pedaços de carne em seu corpo faltando.

Armin gritava com todo seu pulmão, fazendo com que todos por quem passasse olhasse-lhes com medo, até agitando alguns pacientes que se revoltavam pelo barulho, um completo caos. Ele parecia de fato um louco, mas ele não era. Ou pelo menos gostava de acreditar que não.

— Senhor Arlert, como sempre barulhento — O chefe de Rutlegde os parou.

Ao ver o rosto debochado e prepotente, Armin começou a se movimentar ainda mais para se soltar das mãos que o segurava, mas sem sucesso. O Doutor Floch lhe dava nojo dos pés a cabeça. Não apenas sua aparência era desgostosa, mas presenciar diversos abusos que aquele homem cometia com seus pacientes fazia com que olhar para ele se tornasse um ato repudiante.

— Oh, tanto tempo que não o vejo! — O homem disse chegando mais perto do Arlert. - Infelizmente precisei ir à Londrês. Acredita que querem te tirar de mim? Claro que não vou permitir que tirem você dos meus braços, querido.

— Senhor — pronunciou um dos enfermeiros que segurava Armin. — Não é recomendável que fique tão próximo dele, sabe como é perigoso.

Floch somente olhou para seu subordinado e riu.

— Nunca faria mal algum comigo, não é mesmo?! — Direcionava a voz infantil até o paciente, que observava o redor como um animal pronto para dar o bote. — Eu cuido muito bem dele, dou tudo que ele precisa...

Segundos. Somente alguns segundos foram necessários para que um grito alto e doloroso cortasse toda a "calma" que o salão do prédio emanava, todos os presentes se assustaram com o barulho alto e repentino, apenas se afastando do grupo que se mantinha próximo ao homem escandaloso.

Armin estava no chão, rindo com sua boca ensaguentada e um pedaço de carne pendida em seus dentes. Floch tinha suas roupas e jaleco, anteriormente brancos, manchados em uma quantidade generosa de sangue, que descia do pescoço do médico. Mesmo tentando estocar o sangue com sua mão, e falhando, a dor passava em sua espinha como uma facada constante. Quando os enfermeiros assustados pegaram Armin por seus braços, a carne do pescoço do homem já era mastigada com avidez e o temperamento do Arlert parecia ter melhorado pela forma menos agressiva que lutou com os homens que o segurava.

— LEVEM ESSE MERDA DAQUI, AGORA! — Floch gritava para seus subordinados, enquanto era socorrido por algumas enfermeiras que tentavam o ajudar com o machucado feio. O ódio era visível em seu rosto e seus olhos brilhavam em fúria. Armin apenas sorriu, realizado.

Armin foi puxado com força até a sala "especial" do lugar mais horrível que aquele asilo poderia abrigar. Pouco antes de passar pelos portões pesadas de aço inoxidável, Armin viu um conhecido, talvez algum faxineiro do hospital, olhar para ele com horror; Arlert apenas sorriu e acenou com a cabeça.

Ao entrarem em uma das poucas salas daquele corredor, ele foi jogado com força na cadeira fria de metal enferrujada. Seus membros sendo presos ao objeto com rapidez para que ele não fugisse, como outras vezes. Os azulejos, que deveriam ser de um tom claro de verde, estavam manchados de sangue seco, e quase não havia iluminação além das poucas lampadas que se mantinham acima da cabeça de Armin. O barulho da porta sendo fechada com força e logo um soco forte em seu rosto o trouxe para a realidade. Sua cabeça girou e sua visão embaçou, mas conseguiu ver Floch puxando seus cabelos loiros, fazendo com que se encarassem. O pescoço do homem estava coberto com uma faixa improvisada, mas já molhada pelo sangue escarlate da ferida funda.

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⏰ Última atualização: Dec 23, 2022 ⏰

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Armin in a Wonderful MadnessOnde histórias criam vida. Descubra agora