Olha o que o amor me faz;; Parte 1.

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*— Kihyunnie, — aquele timbre grave chama meu nome, ao meu lado — o que você acha do amor? *

— Do seu?

— Não necessariamente. Do amor em geral.

Eu suspirei. O que responder? Eu nunca fui um ser humano de sentir essas coisas, estou aprendendo o que é isso aos poucos. Admirando as estrelas sob o céu azul escuro e sereno, eu não me sinto apto a opinar sobre algo tão intenso.

— Ele é um filho da puta. — afirmo e o garoto riu.

— Não, Kihyunnie, assim não.

— Eu nunca tive uma experiência boa com isso, Chang, então, eu não consigo te dizer com exatidão.

— E sobre nós? Quero dizer, o que você acha sobre ser amado por alguém como eu?

— Você é como eu, Changkyun, não é como se você fosse um extraterrestre...

— Meu coração é quase um escravo do seu amor, Kihyunnie... — ele murmurou como se pra evitar sentir algo indesejado.

Eu virei o rosto e vi um menino olhando as estrelas, pensativo mas receoso, está analisando e escolhendo as palavras certas pra me dizer e isso vai acabar se tornando um martírio, eu sei como isso acontece e não é agradável.

— Por que diz isso?

— Porque é a verdade. De tanto negar, isso acabou me consumindo.

— Você sabe que eu gosto de você, porque sofrer por antecipação? Chang...

— Eu simplesmente não posso controlar, foram tempos difíceis demais.

— Se render aos erros do passado podendo escrever um futuro melhor é tolice, Chang, você sabe.

— Sabe o que eu estive pensando hoje de manhã?

— No quê?

*— Em como eu estou melhor sem você. *

Um pesadelo, pra variar. Coração apertado, lágrimas pelo rosto e os soluços baixos, por outro lado, meu corpo soluça junto e balança o colchão. Eu ouço Minhyuk reclamar atrás de mim, minutos antes de deixar o orgulho de lado e vir me “acodir”. Ele me sacode, mas sabe que não é o suficiente, até quase se pendurar sobre mim pra me acordar.

— Kihyun...? Kihyun. Kihyun! — meu corpo continua sendo sacudido até que eu me desvencilie de Minhyuk. Posso ouvir o suspiro que ele solta, pra tentar não se irritar com a minha atitude — Kihyun, por que está chorando?

Eu balanço a cabeça, não quero falar sobre isso, ainda mais com ele e Minhyuk respeita minha decisão. Ou talvez até saiba os meus motivos, mas prefere não confirmar.

Eu estou sofrendo tão profundamente que não tinha a menor ideia da intensidade. Apenas uma palavra. Uma simples frase pra destruir meu coração em pedacinhos pequenos e irrecuperáveis demais. Eu chego a considerar que não vou ser capaz de lidar com essa dor angustiante, é um inferno ter que sentir demais e em intensidades tão altas que, o único pensamento que ronda sua cabeça como saída é o fim de tudo, incluindo o da própria vida. Meu coração dói, lateja, se aperta e se contorce, assim como minha ansiedade me deixa durante minhas crises. Tudo isso por um único ser humano que me disse adeus para poupar a mim e minha mãe de um sofrimento ainda maior e, talvez, até pior. Embora eu esteja muito crente de que não exista sofrimento pior do que estou vivenciando atualmente.

Ele me disse que estava bem sem mim, será que realmente está? A conversa que tive com minha mãe algumas noites atrás retornou ao meu pensamento, ela me disse que eu iria buscar forças de lugares que eu jamais imaginaria encontrar, no entanto, o único lugar que deveria ter essa esperança, é o que me destruiu em um pesadelo. Eu estou acabado. Eu não quero continuar sentindo essa dor, essa tormenta é demais pra mim. Logo pra mim, o monstro que sempre esteve imune a essa doença chamada: sentimentos.

We Think ;; ChangKi - Segunda Temporada Onde histórias criam vida. Descubra agora