Lᴀsᴛ Gᴀᴍᴇ

Capitulo 1

Kayla

O dia não era um dos melhores, tudo ao meu redor estava desabando a 24 horas atrás minha mãe havia ido embora, ela nunca tinha sido um exemplo pra mim, sempre dizia que um dia ela iria arrumar coisa melhor para a vida dela e eu teria que ficar no passado, a vida de uma criança não deveria ser assim, eu cresci sentindo a culpa dos atos passados dela sobre mim e isso me fez quem eu sou hoje.

Abro a garrafa de vodka enquanto batia com força a porta do armário da cozinha, sozinha com a porra de uma carta, quem ela pensava que era?? As faturas do hospital não paravam de chegar, em apenas 24 horas ela conseguiu destruir minha vida toda

"𝑉𝑜𝑐𝑒̂ 𝑣𝑎𝑖 𝑡𝑒𝑟 𝑞𝑢𝑒 𝑠𝑒 𝑣𝑖𝑟𝑎𝑟 𝑠𝑜𝑧𝑖𝑛ℎ𝑎 𝑎𝑔𝑜𝑟𝑎 𝑘𝑎𝑦𝑙𝑎, 𝑑𝑒𝑖𝑥𝑒𝑖 𝑢𝑚 𝑟𝑒𝑐𝑎𝑑𝑜 𝑛𝑜 𝑡𝑒𝑙𝑒𝑓𝑜𝑛𝑒 𝑑𝑜 𝑠𝑒𝑢 𝑝𝑎𝑖 𝑏𝑜𝑚 𝑞𝑢𝑒𝑚 𝑒𝑢 𝑎𝑐ℎ𝑜 𝑞𝑢𝑒 𝑒̇ 𝑠𝑒𝑢 𝑝𝑎𝑖, 𝑓𝑎𝑙𝑒𝑖 𝑞𝑢𝑒 𝑠𝑒 𝑒𝑙𝑒 𝑞𝑢𝑖𝑠𝑒𝑠𝑠𝑒 𝑒𝑙𝑒 𝑡𝑒𝑟𝑖𝑎 𝑠𝑢𝑎 𝑔𝑢𝑎𝑟𝑑𝑎 𝑎𝑔𝑜𝑟𝑎, 𝑠𝑒𝑗𝑎 𝑏𝑜𝑎𝑧𝑖𝑛ℎ𝑎 𝑞𝑢𝑒𝑟𝑖𝑑𝑎 𝑜𝑢 𝑣𝑎𝑖 𝑎𝑐𝑎𝑏𝑎𝑟 𝑛𝑎 𝑚𝑒𝑠𝑚𝑎 𝑚𝑒𝑟𝑑𝑎 𝑞𝑢𝑒 𝑒𝑢 𝑎𝑐𝑎𝑏𝑒𝑖 𝑓𝑎𝑧𝑒𝑛𝑑𝑜 𝑛𝑎 𝑠𝑢𝑎 𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑡𝑒 𝑝𝑎𝑟𝑖𝑛𝑑𝑜
        𝑐𝑜𝑚 𝑎𝑚𝑜𝑟 𝑚𝑎𝑚𝑎̃𝑒"

Viro a garrafa de vodka dando mais um gole enorme, "com amor mamãe" solto uma risada sarcástica lendo de novo a carta, fico assim intercalando minha atenção entre encher a minha cara e ler a carta, minha atenção foi tirada quando meu telefone tocou, limpei a minha boca já me sentindo um pouco bêbada, deixo a garrafa em qualquer lugar e atendo o telefone já prevendo que seria a minha mãe.

– Se ligou atrás de dinheiro eu não tenho, porra Você sabe na situação que me deixou? Sabe mãe? — ninguém tinha falado nada ainda, mas eu soube que não era minha mãe quando escutei o suspiro forte do outro lado da linha. – alô?

– Olá Kayla certo? — ele pigarreia antes de processeguir a fala - me chamo Rod Briand'Amour e acho que sou seu pai..

— travo assim que escuto tudo oque ele diz, meu pai? Essa coisa não poderia ficar mais estranha

– Foi minha mãe que pediu para você ligar? Olha sério não precisa se preocupar em nada ok? Não preciso de um pai agora na verdade nunca precisei nem de uma mãe — estava pronta para desligar quando escuto uma vozinha no fundo da ligação e depois outro longo suspiro.

– Emma ainda não sabemos se você vai ter uma irmã mais velha, vá brincar com o Patrick — a voz dele soa um pouco distante do telefone – desculpe minha filha Emma veio me falar e....

– você tem uma filha, pra que quer recorrer a uma estranha que você nem sabe que é do seu sangue? — eu não podia deixar ele fazer seja lá oque ele estava tentando fazer – por favor Rod meu dia já está ruim o suficiente, não posso permitir que fique pior estragando seu dia. A linha fica em silêncio por um instante mas então a voz dele soa do outro lado

– sim eu quero recorrer a uma estranha, sua mãe já te abandonou e você nunca teve um pai, não vou deixar você sozinha Kayla, olhe as mensagens e me passe seu email vou te enviar uma passagem para North Carolina, você vai ficar aqui por umas semana até fazermos o teste e se conhecermos, se der positivo para você ser minha filha você se muda pra cá, quero fazer as coisas direito, eu me lembro da sua mãe mas não sabia da gravidez e se você realmente for minha filha eu vou ser seu pai, vou te dar um lar e uma vida melhor.

Não respondo ele, apenas desligo o telefone me sentindo sufocada, eu nunca tive um lar, nunca tive essa sensação, eu nunca passei de nada a não ser um problema na vida de todo mundo que conviveu comigo, sinto meus olhos marejarem, talvez dessa vez deixar que isso me domine seja o melhor, essa sensação de esquecimento e confusão, talvez deixar a vida me socar de todos os lados seja o melhor pra mim.

༄...༄

Uma semana avia se passado e durante ela eu vínhamos conversando ele estava mesmo disposto a cuidar de mim, não que eu precisasse de cuidados eu faria 20 daqui a 3 meses em breve eu seria quase legalmente adulta e não precisaria ser mais um problema de ninguém além de mim mesma.

Saio do ônibus segurando a minha mochila com toda a minha força, tinha aprendido uma coisa, nunca saia sem seu kit conforto e bom o meu era aquela mochila, procuro com os olhos pela rodoviária o Rod, ele tinha me mandado uma foto dele mas deixou claro que eu já deveria ter visto ele em alguma lugar, eu não me lembrava de ter esbarrado com ele na rua e nem de ter encontrado com ele anos atrás, Quando eu o encontro eu tenho um leve choque, ele não estava sozinho Emma estava com ele oque tornaria isso bem mais difícil do que eu esperava

– Papai Papai essa que é a minha irmã ? — escuto a garotinha cantarola baixinho para o Rod como se tivesse ganhado na loteria..mal sabia ela que eu não era isso tudo.

– Oi..eu sou a Kayla, acho que vocês já me conhecem. — os olhos da garotinha se encheram de esperança como se eu fosse realmente um prêmio

– Oioi Kayla me chamo Emma, acho que somos irmãs, papai não me explicou muito bem, ele só disse que seríamos eu você e ele agora, espero que goste de mim por que eu já gosto muito de você — dou um breve sorriso de lado, ela era parecida comigo quando pequena, eu gostava muito de falar até perceber que incomodava

– Claro que eu gosto de você Emma. — olho para o Rod ele estava tentando achar palavras ou jeito de se comunicar comigo. – espero que a minha presença não incomode — evitei de tocar sobre a mãe de Emma, Rod havia me contado do falecimento da esposa enquanto eu estava no ônibus e pediu para eu deixar isso bem distante já que a pequena Emma estava se recuperando por agora

– Vamos meninas? Emma você ainda tem aula hoje ainda e a Kayla precisa ir comigo fazer a consulta — a garotinha olho para o pai um pouco tristonha mas concordou com a cabeça.

O caminho para a escola de Emma foi estranhamente quieto, eu achava que tinha algo a ver com Valéria mas Rod não confirmou isso apenas continuou em silêncio e tenso mesmo depois que estávamos apenas nos dois no carro, assim que chegamos na clínica eu tinha tido um dejavu, não é a primeira vez que passo por isso minha mãe já tentou da esse golpe em alguns caras do passado dela que tinham muita grana hoje em dia mas eu não sabia que se era mesmo isso com o Rod, ele aparentava ser padrão estadunidense/ francês

– A sua mãe foi o amor da minha vida antes de Valéria — ele quebra o silêncio entre nós me passando esse informação um pouco inútil pra mim.

– Sinto muito, ninguém deveria ter minha mãe por perto.

– Oque ela fez para você? Antes de ir embora? — Rio sem ânimo com a pergunta dele mas não me dou o trabalho de responder detalhadamente.

– Muita coisa Rod...Muita coisa.

Não muito tempo depois já tínhamos relacionado o teste, acho que depois de hoje tudo mudaria, minha vida, minha cabeça, tudo.
Saímos do consultório com os papéis sobre a mão do Rod, ele estava tão apreensivo quanto eu mas bem já estava aqui agora eu precisava saber
Olho para o Rod logo depois de olhar para o pedaço de papel.

– Deu positivo Rod, eu sou realmente a sua filha...

Me desculpem pelo os erros de escrita gente, eu tô recomendando a escrever hoje então sejam bonzinhos comigo pfvrrr kkkkkk

// Próximo cap vai ter pov do Andrew então se preparem...