Capítulo 22

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Andrew


O dia tinha amanhecido cinza, não era mais um daqueles dias bonitos no qual eu me deitava na grama ao lado dela ou jogava hóquei por diversão com meus amigos, na verdade era o dia mais estranho da minha vida, acho que nunca me senti assim em anos, nem quando descobrir oque minha mãe fazia ao meu irmão, ou quando eu percebi que já tinha idade o suficiente para perceber que minha casa era um lugar abusivo e tóxico.

Em poucas horas tudo tinha conseguido dá errado, eu não tinha mais ela comigo e também não tinha mais meu melhor amigo, eu deveria ter atendido a ligação mais cedo, deveria ter escutado quando ele me parou na mesa do bar me pedindo 5 minutos, talvez eu tivesse conseguido ajudar, talvez eu tivesse chegado a tempo, bem antes do gatilho ser disparado. O corpo do Levi foi encontrado horas depois que eu saí do bar, ele estava na rua de trás no meio de uma poça de sangue. Levi chegou ao pronto socorro com vida, ele estava vivo e eu não pude estar do lado dele, eu não consegui me sentar lá e ver ele morrer, eu não consegui estar lá sem pensar que eu sabia que não iria  ver ele melhorar, eu não pude dar adeus. Levi passou seus últimos segundos em dor constante, ele sentiu o mundo nas costas dele sem ninguém lá ao seu lado para dizer que tudo ficaria bem, talvez se eu não tivesse saído para ir atrás dela... talvez se eu tivesse esperado os malditos 5 minutos, ele estaria vivo, ele não teria sido mais uma das vítimas, ele não teria levado o mesmo fim que sua mãe e irmã.
 
O velório dele foi a coisa mais bizarra do mundo, fizemos isso no ringue, ele odiava hóquei mas que se foda ele não estava mais vivo para reclamar, não estava mais vivo para opinar a onde séria o velório dele. Vincent não apareceu no velório ou deu sinal de vida, eu sabia que ele tava se perguntando oque ia ser agora, éramos nós 3 contra o mundo. Se eu pudesse eu teria levado a bala por ele, eu teria salvo ele. Olho para a Loly no outro lado do ringue, ela estava calada, não chorava, uma vez ouvir ela dizer que para uma menininha órfã ela não tinha muita opção de vida, a dor sempre iria acompanhá-la e eu me senti mal, me sentir muito mal por que de todos nós aqui Loly era a que mais merecia ser feliz. Mas ela não teria mais isso por que ela não tinha mais o Levi. Paro ao lado de Loly e aconchego ela sobre meus braços. Sempre fomos próximos ela e Riley foram as primeiras pessoas que eu conheci quando me mudei para cá, Loly sempre esteve comigo e agora ela precisava de mim e eu estaria aqui por ela quando ela desabasse.
 
– Eu não estava com ele por que... — escuto a mesma engolir a seco, ela tinha algo importante pra falar e eu sabia que oque fosse iria me deixar fodidamente mal . – Eu estava fazendo um teste de gravidez Andrew...eu estava ligando para ele para ele saber, ele sempre sabia de tudo, mas quem atendeu não foi ele... Quando me disseram que ele tinha morrido o teste estava na minha mão... ele morreu na hora que eu soube que estava esperando um filho dele Pat. — Aperto ela mais forte sobre meus braços.
Você não está sozinha querida Loly, nem você nem essa criança está sozinha querida Loly

– Vamos consegui loira, vou te ajudar, Vincent vai te ajudar, não dou a mínima pelo oque vão achar mas essa criança e você vão ficar bem. — digo com convicção,  ela merecia ser feliz, – Eu assumo como minha se você quiser

– Mas a Kay... Você tem ela Andrew e ela é minha amiga. — Reviro os olhos cansado de tudo ter que ser voltado a Kayla, eu odiava ela nada disso iria mudar sabíamos disso quando se conhecemos.

– Ela não tem direito de opinar sobre nada, odeio ela Loly, sabe disso ela sendo a sua amiga ou não ainda é uma filha da puta egoísta. — me afasto da Loly, colocando as mãos no bolso atrás do cantil de bebida, olho em volta para saber se não teria nada ligado a mídia ali, mas tudo oque eu encontro é uma figura conhecida em um canto, não me lembrava o nome dela e não gostava de ter ela aqui, dou um gole na  minha bebida desviando o olhar por alguns segundos e nesses poucos segundos foi o tempo para a moça sumir –Diga adeus ao Levi por mim.

E com isso eu fui embora, sem nem olhar para trás, odiava velórios, principalmente quando as pessoas que eu amava eram os mortos da vez, eu me arrependeria disso, eu sabia que me arrependeria,  ir embora sem se despedir dele me fazia parecer egoísta, mas eu não iria conseguir ficar mais nenhum segundo naquele lugar. Nada me faria se arrepender mais do que ter conhecido ela ou de nunca ter lutado essa luta com ele. Me pego lembrando de uma das vezes que fomos a um karaokê, ele amava esse Lance de cantar e tocar. Naquele dia ele tinha cantando Rolling in the de deep era uma música favorita dele e só agora eu entendia o por que, acho que em algum momento a gente poderia ter tido tudo.

Os dias foram ficando mais estranhos, as vezes eu me pegava chorando enquanto tomava banho, não de saudades ou de remosso, mas sim por que eu ainda era humano, ainda tinha que ter emoções e por que ele era quem me ajudava a segurar elas, o Vincent estava a dias sumido, como se só existisse um fantasma, por um lado era isso que existia, éramos ligados de uma forma tão intensa que não funcionamos sem está juntos, era por isso que eles são como meus irmãos, mas agora era cada um por si

Que droga Levi por que diabos você teve que levar um tiro?

Depois de 2 semanas da morte do Levi eu assinei o contrato com Vegas, eu não tinha mais nada me prendendo em Raleigh, não tinha mais nada me prendendo nos Carolina Hurricanes. Quando eu entreguei minha carta de saída para o Rod eu pude ver a decepção na cara dele, ele sabia que eu estava desistindo de novo, ele também sabia que eu odiava a filha dele. Desde que ela foi embora a gente ainda se esbarra por alguns momentos, ela continua vindo para os treinos, ela continua vivendo como se nada tivesse acontecido, as vezes eu me perguntava se a mente dela em algum momento pesou, se em algum momento ela se arrependeu,se ela estava feliz com a decisão que tomou mas era óbvio que sim, ela amava ele e ele amava o fato de ter ela como troféu.

No mês seguinte eu me mudei para Nevada e comecei com o time Novo fiquei decepcionado quando me dizeram que eu teria que pegar um número novo para a minha camisa, fiquei bravo quando falaram que eu tinha que me desapegar e esquecer que um dia eu jogava na mesma linha que o 17 e o 18, e quando eu cheguei em casa eu chorei, chorei por saber que o 17 nunca mais voltaria para jogar com a gente, chorei sabendo que a minha última lembrança deles foi um selinho antes de sair do bar, chorei me lembrando dela, me odiei por pensar nela e querer está com ela e então eu enchi a minha cara até está bêbado o suficiente para dormir.

No mês seguinte a Loly veio passar um tempo comigo, a barriga já estava começando a aparecer, ela estava entrando no 5 mês mas se recusava a ver qualquer coisa relacionada ao bebê, ela estava no automático, as vezes eu pegava ela chorando na frente do espelho, as vezes eu via o quão foda era pra ela comer, as vezes ela chamava por ele de noite, os sonhos dela sempre terminavam com ele voltando pra casa e descobrindo do bebê, as vezes eu via que ela estava morrendo por dentro, as vezes eu percebia que ver o bebê crescer dentro dela machucava ela, as vezes eu abraçava ela em meio a uma crise e ela só me pedia para trazer o Levi de volta pra ela, ela implorava para te ele de volta, ela implorava tanto quanto eu.

Semanas antes do mês acabar a Loly foi embora, uma parte minha não queria que ela fosse mas ela me prometeu que estava indo para cuida do bebê, mas eu sabia que ela estava indo por que essa semana substituiram o lugar do Levi no time, sabia que ela estava indo por que ela tinha esperanças de que um dia ele volte e isso me machucava, ver ela assim me machucava por que ele não voltaria nem as existisse um deus ele voltaria.

Dois dias depois minha vida estava uma bagunça de novo, ver a notícia de que o Michael estava em um relacionamento sério novamente me dá medo, medo de saber que eu pedir ela para sempre, as vezes eu recebia ligações dela, as vezes eu atendia mas não falávamos nada e então eu me lembrava de todas as promessas, me lembrava de quando ela disse que ficaria comigo eternamente e então só aí eu falava tudo oque estava entalado, eu machucava ela com palavra até escutar ela chorar.



// Aí Gal com muita dor no coração a gente se despede do Levi, ainda vamos ver muito dele vivo no livro do Vincent e vamos chorar muito com as lembranças dele no livro da Loly.

Ver a loly sofrer parte meu coração aaaaa só dor sabe??

Não se esqueçam de votar e me dizer oque acharam do cap

Vejo vocês na quinta amores

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Lᴀsᴛ GᴀᴍᴇOnde histórias criam vida. Descubra agora