Capítulo 1

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AVISO: Pode conter gatilhos!

Esta obra não é DARK. No entanto, trata-se de um romance com a temática relacionada à máfia, então terá conteúdos sensíveis para alguns. Deixando claro que não compactuo com as cenas de violência que serão vistas a seguir, mas foi um livro que surgiu em minha mente e eu precisava compartilhar com vocês.


*

*

 

Matteo

Caminhei lentamente pelos corredores que me levariam até o filho da puta que havia feito merda com um carregamento importante que estávamos mandando para uma cidade vizinha.

Odiava que as coisas saíssem do meu controle, pois era naquele momento que eu tinha que agir, e sempre acabava com algum respingo de sangue voando em minha direção.

Eu tinha pessoas que faziam o trabalho sujo para mim, meus soldados sentiam-se até orgulhosos de poderem sujar as mãos por mim. Mas naquele caso, era algo que eu mesmo precisava estar presente.

Devia interrogar e matar quem ousava me trair. Deixar registrado que ninguém enganava Matteo Mancini, no caso eu, o chefe da Cosa Nostra, onde minha família já vinha gerindo aquele negócio há milhares de décadas.

Juan — um dos soldados —, abriu a porta da sala onde estava o nosso traidor, e permitiu que eu entrasse no lugar. O pequeno cômodo já estava uma sujeira, afinal meus homens não deixariam que a pequena presa escapasse sem algumas consequências.

Passei meus olhos pelo lugar e Carlo — o subchefe — estava parado em um canto com a expressão revoltada de sempre. Assim que me viu acenou com a cabeça em minha direção em forma de respeito.

— Então foi Luigi que entregou o nosso carregamento para a polícia? — indaguei, assim que vi o homem, quase esfolado vivo, sentado na cadeira de madeira no centro da sala com a luz parca.

Seu rosto estava quase irreconhecível, sangue jorrava por vários ferimentos, sua boca tinha alguns cortes. Provavelmente um pouco da tortura que meus homens fizeram com ele.

Luigi estava sem camisa e do seu peito também podíamos ver vários cortes e um pouco de sal jogado sobre os ferimentos. Meus homens não brincavam de torturar, eles amavam ver o sofrimento do outro, ainda mais quando era um traidor.

— Ele ainda não quis abrir a boca. Por isso, esperei que chegasse — Carlo comentou.

Assim que Luigi me viu, começou a implorar por sua vida e sussurrava que não havia feito nada.

— Não perderei muito tempo com você. Então, diga logo, porque nos entregou?

Era daquela forma que eu tratava um traidor. Sem piedade, sem remorso, sem pena alguma. Eu queria ver os seus miolos espalhados pelo chão, para que as pessoas que estivessem envolvidas com ele soubessem que o fim delas seria daquela forma.

— Eu juro, senhor. Eu não os entreguei.

— Luigi, não somos idiotas, nunca erramos. Para estar nessa cadeira, é porque já temos as provas suficientes que foi você que nos entregou, então abra logo a boca e diga o motivo de ter nos entregado?

Não alterei o nível da minha voz, pois não era necessário. O meu jeito calmo e pacífico, sempre deixava as pessoas com mais medo, e quando eu partia para um tom mais elevado de voz, elas ficavam tão nervosas, que chegavam a passar mal.

Afinal elas sabiam que era somente com um estalar de dedos meu, que elas morriam.

— Eu fui obrigado, senhor!

Era aquilo, os traidores nunca davam conta de mentirem por muito tempo na minha frente.

— Fiquei intrigado, o que um cordeirinho como você pode ter feito, para ser obrigado a entregar nosso carregamento?

Tinha certeza de que Luigi sabia que ele não sairia vivo daquele lugar, por isso, provavelmente já devia ter desistido de manter o segredo. Pois era só aquilo que o mantinha vivo... ainda.

— Senhor, promete para mim, que minha mãe ficará em segurança. Ela nem sabe que eu me envolvi com a máfia. Ela é inocente.

Cerrei meu cenho e esperei. Odiava quando colocavam a família no meio, afinal eu tinha a minha e sabia o quanto aquelas pessoas eram importantes para mim.

— Ameaçaram minha mãe de morte, senhor. Por isso, eu fiz o que me pediram e entreguei o carregamento de metanfetamina para a polícia.

— Claro! Isso já sabemos, só a parte da mãe que é novidade. Então, quem ameaçou a velhinha? — sussurrei.

Algumas lágrimas, com resquícios de sangue escorreram dos olhos de Luigi. Era só naquele momento que os infelizes ficavam desesperados. Quando sabiam que a morte estava perto.

Mas eles também ficavam cientes, que se não fizessem um serviço bem feito acabariam mortos, e como foi descoberto, a única saída que tinha para eles, era tentar fazerem algum acordo antes da morte.

— Foi o Ferrara, senhor. Não sei o que ele pretendia fazer, mas ele foi o homem que pediu para eu entregar o carregamento. E por isso, minha mãe ainda tá viva.

Ferrara, outro filho da puta, um banqueiro idiota que havia entrado há alguns anos como associado em nosso meio e agora estava me traindo.

Traindo a mim!

Quando a minha casa, tinha estendido-lhe a mão no momento em que mais precisou.

Eu mataria aquele desgraçado.

Peguei a pistola dentro do meu terno, destravei a arma e atirei no centro da cabeça de Luigi. Era assim que se resolviam as coisas e era assim que Ferrara acabaria.

— Verifiquem se a história da mãe é verdade. Se for levem-na para um asilo. Não a machuquem, a senhora não tem nada a ver com as merdas que esse idiota fez.

— E o que fazemos com o Ferrara? — Carlo indagou.

— O mesmo que fazemos com traidores.

— Ele tem uma filha.

— Quantos anos? — perguntei, pois se fosse menor de idade eu não faria nada com a menina.

— Vinte e três, pelo que sei.

— Bom, o Ferrara sabia das consequências, se ele quis colocar a vida de sua filha em risco o problema é dele. Levem-na para um de nossos bordéis. E traga o filho da puta para mim.

— Como quiser, chefe.

Saí da sala e caminhei para fora do lugar que fedia a mofo. Estava com ódio, mas sempre tentava me controlar para não descontar em todos, quando algum idiota tentava dar de esperto para cima de mim.

Entrei em meu carro e deixei que o motorista me conduzisse para o lugar que ele sabia que eu iria depois dali.

Minhavida era aquela e as pessoas tinham que aceitar, ainda mais quando entravam nomeio da vida de um chefe da máfia. 

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