Capítulo 3

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Matteo

— Como assim não acharam?

— Procuramos por todos os lados e não o encontramos, chefe.

— Carlo, eu quero aquele filho da puta hoje. Quero arrancar os olhos dele, lentamente e depois eu o mato.

Eles haviam voltado só com a filha do Ferrara, mas não com o vagabundo que tinha que pagar por todas as merdas que fez.

— O que a menina disse sobre o pai?

— Nada de importante.

— Já a mandaram para o bordel?

— Tivemos que sedá-la, ela nos deu um pouco de problema.

Neguei com a cabeça e quase revirei meus olhos, mas precisava saber onde estava o Ferrara, pois estava com ódio dele e ainda tinha que saber o motivo de ter me traído.

— Para onde a levaram?

— Para o puteiro da Chiara.

Levantei-me da poltrona em que estava e caminhei até o casaco do meu terno, assim que o coloquei, ordenei:

— Mandem preparar meu carro, eu mesmo interrogarei essa menina. Provavelmente vocês deixaram alguma coisa passar.

— Chefe, nós...

Encarei Carlo e ordenei:

— Prepare o meu carro.

— Sim, senhor.

Meus homens nunca iam contra mim, somente Carlo que às vezes tentava me falar algo, no entanto não me importava com sua opinião. Ainda mais quando eu queria fazer algo. Eu precisava saber onde aquele filho da puta do Ferrara havia se metido e nada melhor do que sua filha para me informar.

Ela podia até tentar enganar meus homens, porém eu sabia muito bem que ela sabia o paradeiro de seu pai. Até parece que cairia em um papinho inocente desse.

— Senhor, seu carro está pronto — Carlo anunciou, assim que voltou a abrir a porta do escritório.

Assenti, peguei o copo de uísque, que estava inacabado à minha frente e tomei em um único gole o líquido de cor âmbar. Após depositar o copo em seu lugar, saí do escritório e caminhei sem pressa até meu carro.

Eu era o tipo de homem que sabia que tinha todo o tempo do mundo. Então, não precisava em nenhum momento sair apressado para lugar algum. Eu podia me considerar quase o dono do mundo ou algo do tipo.

Afinal, mandava em todos ao meu redor, então por qual motivo me preocuparia em sair apressado para ver a filha de um traidor?

Saí dos meus devaneios, assim que entrei no carro e o motorista começou a me conduzir pelos caminhos da Sicília. Aquela cidade era minha e eu me sentia completamente o rei daquele lugar.

Assim que estacionamos em frente ao bordel da Chiara, respirei fundo e saí do carro. Teria que encarar algumas coisas das quais estava farto, mas para descobrir o que eu queria, teria que fazer o pequeno sacrifício de entrar naquele lugar.

Comecei a caminhar e alguns dos meus soldados vieram ao meu lado, sem contar que Carlo — como era o subchefe —, começou a me acompanhar e enquanto percorremos o caminho ele indagou:

— Onde está Stefan?

Fechei meus olhos por alguns segundos, não querendo pensar naquela pergunta, pois já havia dois dias que não via aquele idiota. E sendo meu consigliere, eu tinha que saber onde havia se metido, mas não. Com Stefan as coisas nunca foram fáceis. E podia imaginar que ele poderia ser muito bem encontrado dentro daquela merda de bordel.

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