Qual é o seu maior sonho?
Pode me contar! Não se preocupe, estou em uma situação bastante complicada... Bem, não consegui cumprir a promessa que fiz, não consegui proteger meus amigos e o pior de tudo... eu nem vou conseguir me redimir.
O por que, você pergunta. Bem, por que eu estou morrendo, ou talvez, eu já esteja morto. Eu sou um jovem sem sonhos, sem motivos para seguir em frente, mas foi me dada uma missão.
E eu falhei.
Mas eu não sou assim tão miserável! Eu tive uma vida ruim, mas tive bons amigos. Já o mundo em que eu vivo, não é um bom local para se viver. Digamos que Arét seja complicada.
Um mundo, dividido em cinco reinos:
O reino dos Humanos, a minha raça, uma raça que quer o poder acima de tudo, uma raça que escraviza as outras raças, e até pessoas de seu próprio sangue. Os humanos, não prestam.
O reino dos Elfos, um tanto quanto egoístas. Só pensam neles mesmos, não toleram que se mesclem com o seu sangue, e vivem eternamente em seu reino fechado longe de tudo e todos. Os Elfos, não prestam.
O reino dos Anões, donos da mais alta tecnologia de Arét, mas completamente esquecidos em baixo da terra, e com certeza eles nem se importam com isso. Por que eu só conheci um, a minha vida toda. Os Anões não prestam.
O reino dos Dracônico, lagartos humanoides e sedentos por sangue, divididos em várias tribos e travando uma guerra eterna entre eles mesmos, e as outras raças. Nem tente convencer um, por que você não vai conseguir. Os Dracônico não prestam.
O reino dos Deuses... esquecidos, abandonados, poderosos e egoístas! Eles são assim, esqueceram de Arét e de toda desgraça que existe aqui! Cegos que não veem o preconceito e a escravidão de pessoas que eles criaram e deixaram para trás! E pode ter certeza... que eles não prestam!
Nenhum desses cinco reinos prestam. São um bando de egoístas, eu queria mudar isso, mas é um objetivo impossível, para alguém tão pequeno.
Agora, sente-se, fique confortável, vou lhe contar, do caminho que percorri, até minha morte.
Meu nome, é Hanzel Bellator. Eu tenho dezesseis anos humanos, e sou um humano órfão, abandonado em um orfanato pobre, de uma vila pobre e distante do castelo do rei dos humanos.
Eu sempre tive uma vida miserável, passei fome muitas vezes, era raro quando me sentia satisfeitos. Não tive uma boa educação, mas eu também não sou burro, aprendi a ler e a adquirir conhecimento através dos livros que tinha acesso. Mas ninguém se importa com a vida de um órfão, ninguém quer adotar um órfão, eles não nos odeiam e nem gostam de nós. Apenas não tem a infraestrutura familiar suficiente para receber um novo integrante. Não aqui.
Eu agora estou escondido na carroça de um comerciante. Jogado no meio dessas mercadorias, e olhando para o céu estrelado de Arét. Sempre gostei de olhar as estrelas, as duas luas no céu e os pequenos pontinhos amarelos ao redor delas, sempre me trouxe o pouco de paz que eu mereço.
Não me veja como um príncipe, meu cabelo é cacheado e preto, não sou muito magro, sou até meio gordinho, o que é impressionante para onde eu cresci, minha pele é escura. Não como os viajantes que passam por aqui, mas nem tão claras como os nobres e donos dessa vila. Sou um meio termo, ou como eles gostam de chamar, um mestiço, entre o branco e o preto. Mas eu nego isso, vejo a minha pele como um símbolo e uma esperança. Acho que puxamos apenas o que tem de bom das duas cores, e unimos em uma só. Eu gosto de pensar assim.
Minhas roupas com certeza não são de gala, minha calça é preta e tem pequenos rasgos no joelho, minha camiseta que antes era branca, já está quase amarela mesmo limpa, meu sapato... não vou descrever que um dos meus dedos saem para fora. Mas, isso vai mudar.
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Tártaruz - O desafiante da morte
FantasyArréter, um mundo onde varias raças inteligentes vivem juntas, pelo menos era essa a ideia. Mas infelizmente, eu e você sabemos que as coisas não funcionam assim. Cinco Raças soberanas que escravizam as outras e tomam toda a liberdade para se auto...