Capítulo ÚNICO

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- Eu estou louco pra te beijar já faz muito tempo.

- M-mas, você é gay!

- Sim, eu sou. E amo meu namorado. Pensar em traí-lo é tão horripilante que nunca sequer passou pela minha cabeça. Com mulher, então... jamais houve essa possibilidade, desde que eu me entendo por gente. Mas você... Esses seus olhos, sua boca... Me deixam desejoso.

- Não acredito. Você está excitado?!

- Se você colocar a mão nele de novo vai ter que me dar mais do que beijo.

- Isso não pode ser sério.

- Pare de olhar para os lados. Não tem ninguém prestando atenção na gente. Não se importou com isso ao me apertar lá embaixo. Sou seu pupilo e sou gay, esqueceu?

- Foi muito rápido e você não está nem um pouco gay agora, se você quer saber.

- Eu posso ser muito homem se eu quiser. Se você quer saber.

- Um selinho?

- É.

- Eu vou me arrepender disso, tenho certeza...

- Ei! Isso não valeu!

- Mas era um “selinho” que você queria, não?

- Mas isso não foi justo. Me pegou de surpresa e nem ficou tão “selado” assim. Você mal encostou sua boca na minha.

- Jace...

- Ah! Aqui está você, Lenna! Olá, Jace.

- Olá, Margareth.

- Oi.

- Lenna, sua secretária está precisando daquele remedinho que você sabe qual é.

- Deixa eu ver. Sempre tenho um na minha bolsa.

- Não está encontrando? Acho que vi uma cartela na gavetinha de sua mesa outro dia.

- Pois é. Vou buscar e levo pra ela num instante, Margareth.

- Obrigada. Vou avisá-la. Até mais.

- Aonde você pensa que vai, Jace?

- Vou com você.

- Não, Jace. Vá aproveitar a festa com seus amigos que muito provavelmente você também não irá mais ver.

- Já aproveitei muito com eles durante todo o ano. Eles vão sobreviver sem mim.

- Nem pense em fazer gracinhas aqui dentro do elevador. Tem uma câmera enorme bem de frente para nós.

- É incrível como forças não físicas podem interferir em nossos atos.

- Fique aqui. Volto num segundo.

- Você sempre erra o interruptor.

- Eu disse pra você ficar lá fora. E... a luz da luminária me deixa ver exatamente o que eu preciso no momento.

- A mim também.

- Jace, por favor...

- Ah, qual é, Lenna! Essa era a oportunidade que precisávamos. Você teve de vir à sua sala a pedido de sua chefe. Ninguém vai poder falar nada. E eu, só vim para acompanhá-la nesse corredor escuro e deserto de hoje.

- Aqui. Achei! Agora vamos...

- Só um selinho, Lenna. Um presente de despedida. Que mal tem?

- Por que você quer tanto isso? Não entendo...

Despedida Despida (Conto erótico)Onde histórias criam vida. Descubra agora