O banquete

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 Jane é de uma família falida

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 Jane é de uma família falida. Um dia já foram os mais ricos e cobiçados. Hoje vivem apenas de aparências.

Jane já conheceu marqueses e barões demasiados para a sua idade. Todos interessadíssimos em desposá-la, mas sempre rejeitados com um aceno de cabeça. Naquela época os pais a ouviam falar de amor verdadeiro e concordavam com a sua escolha de espera. Agora o amor verdadeiro já não é mais cogitado. Eles querem que ela se case o mais rápido possível.

Duque Fitzwilliam, o homem mais nobre depois da excelentíssima realeza, cortejou Jane duas vezes nos dois últimos bailes. Eles dançaram em ambos e conversaram. Aparentemente, ele era um bom moço. Rico, um pouco mais velho que Jane, lindo e engraçado. O homem perfeito para aceitar um pedido de casamento. Decerto que Jane não o amava, todavia ele era perfeito demais para ser rejeitado. Portanto, concordou com os pais em não dispensá-lo, assim como fez com os outros pretendentes de posses.

Na grande casa, seus amados pais prepararam um banquete e convidou o duque, sua família e amigos para saborear a bela noite. A jovem colocara o vestido mais luxuoso da sociedade – seu pai gastou tudo que lhe sobrou nesse vestido porque achava que assim o duque não teria olhos para mais nenhuma outra donzela. Ela foi coberta por um longo vestuário de seda da cor do momento: verde. Escolheu colares e mais colares de pérolas cobrindo todo o seu pescoço e ambos os pulsos, e anéis com pedra de esmeralda – herança de família que a senhora sua mãe não quis se desfazer. Ingeriu arsênico para que seu rosto ficasse mais belo e brilhante. Por conta da abolição do uso de cosmético feito pela rainha Viane, Jane teve que mordiscar a boca e tapear as bochechar para ficarem com o aspecto rosado que tanto os rapazolas gostavam.

Os convidados ficaram boquiabertos quando Jane desceu. Chuvas de elogios foram o que não faltou, deixando assim sua família orgulhosa. Jane também ficara orgulhosa de si.

O duque a tirou para dançar. Eles riram e, no final do baile, ele pediu a sua mão. A senhora sua mãe chorara de emoção; o senhor seu pai dizia 'sim' sem parar. Iriam se casar e sair da miséria escondida.

Jane estava feliz. Os recém-casados eram o casal do momento. Comentados e invejados por todos.

Estavam empolgados para o primeiro filho. No entanto, ela teve dificuldades para engravidar, passando o primeiro ano sem dar o que o duque mais esperava: o herdeiro.

Com essa frustração, o duque começou a mostrar leves mudanças de tratamento. Ele não é mais como antes. Agora só sabe gritar e a repreender. Jane não aguentava mais ter que o ouvir chamá-la de inútil. Ele, quando não a procurava para brigar, procurava para tê-la em sua cama. A felicidade da mulher foi sugada de uma só vez. Ele a desprezava e ela passou o odiar calada.

O fio de alegria que conquistava era quando andava no jardim. Perambulava por lá todos os dias até ser impossibilitada de ir. A tristeza já não a permitia mais caminhar. À beira da morte, o último pedido da duquesa era ver o jardim. Posta em uma cadeira de rodas, a empregada a levou. Pediu para ficar sozinha para que chorasse sem julgamentos.

O RELÓGIO TIQUE TAQUE, MEIA NOITEOnde histórias criam vida. Descubra agora