Lados da moeda- Regulus Black

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  Até onde todos saibam, a maioria dos sonserinos não se envolviam com as outras casas. Era uma casa conhecida por compor famílias puristas de sangue como grande maioria dos alunos, o que fazia com que a casa da serpente seja muito mal vista. Com Regulus, apesar de 99,9% de suas atitudes serem para agradar sua família, ele não gostava de ser associado a esta fama.

  Ele estava acostumado com os dois lados da moeda: ser dos holofotes e das sombras. Quando estava em sua casa, era tratado como um rei, um semi-deus (se bobear, um deus). Já em Hogwarts, a luz que lhe iluminava se voltava para seu irmão Sirius, um grifinório popular, extrovertido, charmoso, tudo o que Regulus não era. Mesmo acostumado, ele não gostava nada disso. Não gostava de ser tratado como um rei por ser da nobre casa Black ou apenas como o caçula sem importância de um dos marotos. Ele só queria ser como qualquer outro estudante, tratado de forma normal por todos, viver como todos.

  Isso acabou fazendo com que Regulus se tornasse mais reservado, brilhando mais nos estudos do que na vida social. Apesar de não ser o modo de vida que ele queria, era o que conseguia amenizar um pouco sua frustração, então ele não se importou. Ele não ia as festas, preferia ficar na biblioteca ou perto do lago negro. Foi durante uma de suas sessões de solidão da biblioteca que ele lhe viu, uma corvina que era geralmente extrovertida, encostada em uma das estantes, em um lamento silencioso. Aquela visão, por alguma razão a qual ele desconhecia, fez seu coração se partir.

  Você era quase como Sirius, popular e extrovertida. Por onde passava, você brilhava e iluminava a todos, ajudava todos sempre com um sorriso no rosto, até mesmo o ajudou uma vez. Doeu nele ver você assim, mesmo ele não sendo próximo, então ele resolveu tentar ajudar.

  Regulus se aproximou de você com cuidado, se sentando ao seu lado no chão, colocando a mão cuidadosamente em seu ombro, arrancando uma expressão assustada de você.

  — Ei, tá tudo bem?

  Você estava assustada, jurava estar sozinha naquela biblioteca. Não esperava encontrar ninguém ali, mas ali estava Regulus, sentado ao seu lado, a olhando preocupado. Você limpou um pouco das lágrimas que insistiam em cair, dando um sorriso amarelo.

  — T-Tá sim, obrigada por perguntar.

  — Tem certeza?— Regulus pergunta, um silêncio se instala entre os dois. Você ainda estava em choque pelo comportamento do sonserino, não estava acostumada com isso.

— Eu...— Você acaba soltando um suspiro não conseguindo mais segurar as lágrimas.

— Se você não quiser conversar sobre, eu entendo.— Ele continua a olhando, o rosto expressando preocupação e compreensão.

  — Eu só... só estou cansada de toda essa merda. É sempre "S/N me ajude.", "S/N ajuda a todos." e ninguém faz questão de se perguntar se eu preciso de ajuda.— As lágrimas continuam a rolar enquanto você fazia o seu desabafo.— É sempre eu que tenho de ajudar, sempre tenho que engolir os meus problemas em prol dos outros. E-Eu... eu não aguento mais!

  Regulus ouvia atentamente a cada palavra que S/N dizia, sentindo a dor evidente em sua voz e observando as lágrimas brilharem contra o seu rosto, com o coração partido de ver você explodir, parecia ser algo que você guardou por muito tempo. Ele retirou sua capa e a colocou sobre seus ombros, fazendo você arregalar os olhos. Ele não dizia nada, apenas se aproximou e a abraçou, embalando sua cabeça em seu peito.

— Bem, se você precisar de um ombro amigo, pode me chamar.— Ele dá um sorriso compreensivo e você o abraça de volta, tornando a chorar até que toda a sua dor cesse.

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