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pós a vitória do meu primeiro caso no tribunal, que trouxe muito dinheiro para o escritório Brother's in Law, fui designado para um caso pró-bono. A mulher a quem irei representar está processando a empresa na qual trabalhava e que foi demitida. Segundo a cliente, ela era a melhor vendedora da loja e o único motivo para ter sido demitida foi o fato de ter recusado as investidas do seu chefe.
Geralmente, advogados iniciantes não curtem pegar casos pró-bono, mas eu não vejo problema algum em puxar o saco dos meus superiores pegando um caso em que todos os outros advogados se esquivam.
Além disso, essa é a forma que encontrei para manter a mente ocupada. Depois da conversa de hoje de manhã com Alicia, fiquei me sentindo um lixo, e eu não gosto desse sentimento. Nunca tive grandes dramas em minha vida e passar por essa situação constrangedora com uma garota me deixou bem desanimado. Envergonhado também!
Sei que cultivei uma péssima fama no passado, mas isso não significa que eu ainda seja o mesmo de antes. Não sou um idiota sem sentimentos e eu realmente gostava de Alicia. Mas se ela prefere me rotular e continuar a pensar que ainda sou o adolescente mulherengo de antes, então eu devo parar de me iludir e esquecê-la.
O problema é que eu não consigo parar de pensar nela, no seu sorriso, nos seus olhos brilhantes, em suas mãos macias quando ela tocava meus braços e gargalhava. A gargalhada dela é alta e estridente, daquelas que contagia. Só não me contagiou hoje de manhã quando ela estava rindo de mim. Me senti um idiota quando quem deveria se sentir envergonhada era ela.
Sai de dentro da minha cabeça, Alicia!
Saindo do trabalho, entro em contato com uma das profissionais que costumo contratar quando estou estressado e preciso ser entretido. Nunca entendi o preconceito que a sociedade tem com as garotas de programa. Elas são profissionais, se mantêm sempre limpas, com os exames de DST em dia, e eu não preciso me preocupar com os sentimentos delas.
Tenho consciência que na faculdade magoei muitas meninas e às vezes até penso que eu poderia ter feito diferente. Mas agora, na vida adulta, na vida real, sou completamente honesto com as mulheres com quem saio.
Não é que eu queira ser um solteirão que mantém relacionamentos casuais, é que estou tão focado em minha carreira, que não tenho tempo para conhecer mulheres. Exceto aquelas pelas quais corro o risco de me apaixonar. Nunca fui um cara romântico porque eu nunca me apaixonei de verdade, mas tenho certeza que se isso acontecesse, se eu me apaixonasse, eu seria o cara mais trouxa do planeta, daqueles que ficam babando pela mulher e faz tudo no mundo para vê-la feliz.
— Dylan, querido, foi um prazer fazer negócios com você — Rosy diz, sorrindo e caminhando em direção ao sofá onde está sua bolsa.
— Digo o mesmo, meu bem. — Vou até ela para lhe dar um beijo de despedida quando ouço a campainha.
Caminho em direção ao quarto para buscar uma roupa, já que estou apenas de toalha após ter tomado uma ducha, e sou surpreendido com uma voz conhecida.
Rosy atendeu a porta, já que estava de saída, e encontrou Alicia. Uma onda de felicidade me invade ao perceber que Ali veio até mim, mas logo isso passa ao notar sua expressão julgadora ao ver uma mulher saindo do meu apartamento.
— Desculpa ter vindo sem avisar. Posso voltar depois.
— Sem problemas, pode entrar.
— Não quero incomodar. Percebi que você estava bem ocupado — ela alfineta.
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Flores Pra Você [DEGUSTAÇÃO]
RomanceAlicia Edmonds viveu os melhores anos de sua vida quando estava na faculdade: um namorado encantador, uma colega de quarto que se tornou sua melhor amiga, e muitas festas para se divertir. Naquele tempo, ela sabia exatamente o que queria da vida. O...