Tempus, quod videtur, aeternum (Tempo que parece eterno)
Hoc est quod vivit post tragicum morsum (É o que ele vive desde a trágica mordida)
Sed in natali eius 666 tertia pars sanguinis sui vitam spoliabit (Mas no aniversário de 666 anos, um terço de seu sangue lhe roubará a vida)
Intrans templum voluntarie (Ao adentrar o templo voluntariamente)
Sanguis niger est qui tibi dabo omnes potestates (O sangue negro é o sangue que lhe dará todos os poderes)
ut tunc impleat propositum suum (Para então cumprir seu propósito)
et libera eos (E libertá-los deles)
A sala de reuniões da Ordem já estava preenchida pelas pessoas a quem Manuel havia convocado. Quando o ponteiro do relógio marcou às 19h em ponto, ali se materializou o vampiro. Manuel tinha pouco menos de 1,80, visualmente aparentava ter 55 anos e era forte. Seus cabelos eram longos e seu rosto no geral não era amigável; seu olhar parecia estar sempre atento, julgando tudo e todos. Não era à toa que ele era o Senhor da Ordem Romana, alguém que aos olhos do Conselho Italiano era capaz de coordenar a Ordem da melhor forma possível para os vampiros: com sabedoria e estratégia.
Dessa vez, porém, Manuel carregava no rosto um olhar divertido e observava os quatro ali, sentados à mesa. De seu lado direito, Victoria e Thomas; de seu lado esquerdo, Damiano e Ethan. Todos os quatro, visualmente, tinham cerca de 20 anos, apesar das idades distintas, e já haviam feito muitos trabalhos para a Ordem. Apesar disso, o mais presente ali sempre fora Damiano, a quem Manuel recrutara após sua mãe ser sugada por Massimo Moretti, o vampiro conhecido por ter fome de poder e ser contra o Acordo. O Templo da Ordem era a casa de Damiano.
– Eleonora, sirva sangue para os meus convidados – ordenou e se sentou na cadeira da ponta da mesa.
Assim foi feito. Era um presente àqueles vampiros poder beber sangue pela segunda vez na mesma semana, já que geralmente só sugavam uma pessoa a cada 7 dias, em respeito ao Acordo.
Os jovens ostentavam certa satisfação no rosto, com a exceção de Damiano, que tinha o mesmo olhar sério e frio desde antes de se saciar com o líquido vermelho escuro.
– Então, queridos, hoje os chamei aqui para uma oportunidade única que a Ordem Romana terá: a de ter todos os 12 poderes sob sua circunscrição.
Victoria, Thomas e Ethan se entreolharam com certa curiosidade e surpresa. Ninguém em Roma tinha o poder de cura, o poder dos 4 elementos ou o poder da morte.
– Todos conhecem a Profecia, ela é estudada junto à História dos Vampiros aqui no Templo.
– Mas muitos não acreditam nela, porque de 4 profecias da Sacerdotisa Décima, apenas 2 se cumpriram – Ethan complementou.
– Exato. Contudo, tenho minhas razões para acreditar que ela estava certa. É tudo uma questão de interpretação.
Manuel fez uma pausa para beber o líquido que estava em sua taça. Ao contrário dos outros, ele poderia beber sangue quando e onde quisesse, afinal de contas, era o Senhor da Ordem Romana. Os vampiros só poderiam coexistir com os humanos devido uma organização a qual ele era líder.
– Não podemos perder a chance de elevar a nossa vivência e fazer viver aquele que for útil e fazer morrer aquele que causar problemas à Ordem, como esses que vez ou outra tentam fazer insurreições.
Vic balançou a cabeça positivamente.
Como mágica, o retroprojetor foi ligado e a tela atrás de Manuel exibia o perfil de uma moça. Seus cabelos eram castanhos e longos e sua pele tinha um leve bronzeado, contrastando com os olhos de um negro intenso sob sobrancelhas espessas.
– A cada 50 anos nasce um novo sangue especial, e em 2001, nas maternidades de Roma, alguns vampiros descobriram a garota. Seu nome é Luna Coralina.
O Senhor da Ordem Romana se levantou.
– Tenho a honra de completar 666 anos de vida no dia 8 de setembro, mas é claro, o presente vai ser para todos – seus olhos sorriram. – Se aproximem da garota e a convençam de entrar no Templo na noite do dia 7. Por que vocês? Aquela coisa de quase sempre: faixa etária aparente compatível com a missão. Ah, e é claro – Manuel andou até ficar atrás de Damiano, pousando as mãos em seus ombros e dando um leve aperto. – Alguém espera por isso há muito tempo, não é, querido Damiano?
O rapaz se manteve imóvel, desconfortável demais para falar qualquer coisa.
Manuel tirou as mãos dali e voltou a andar pela sala.
– Como já disse, todos se beneficiarão dos meus poderes, mas vocês em especial poderão me pedir qualquer coisa se forem bem-sucedidos na missão.
– Estou dentro – Thomas disse.
– É claro que você está dentro – o homem disse de forma ríspida, olhando o garoto como desgosto. – Isso não é um pedido e você não iria gostar nada de me desobedecer, Thomas Raggi.
– Jamais, Senhor, era apenas um modo de falar.
Victoria não se conteve e revirou os olhos com a idiotice de seu "irmão". Manuel ignorou a última fala do loiro.
– Vocês já estão matriculados na mesma universidade que ela, mas apenas o Damiano está no mesmo curso. O resto de vocês fará apenas algumas matérias no mesmo colegiado. Não quero saber como vão trazê-la até aqui. Seduzam-na, virem amigos, inventem uma mentira, qualquer coisa! O importante é que na noite do dia 7 de setembro ela esteja no Templo.
Os vampiros assentiram.
– Nem todos os vampiros sabem dessa missão e é melhor que seja assim. Caso isso vaze, vocês terão de lidar com outros tentando sugar a garota antes da hora e adquirindo apenas um poder, perdendo todo o potencial que ela tem – ele jogou um objeto na mesa. – Nessa pasta tem um breve relatório sobre ela e a família: seus gostos, hobbies, ideologias, e tudo o mais – ele gesticulava com a mão direita. – Sejam discretos, essa é a missão mais importante desde o início da Ordem Romana. Tudo precisa correr como o planejado. Posso confiar em vocês?
– Sim – Victoria, Thomas e Ethan falaram em uníssono.
Damiano analisava o papel em suas mãos. Luna Coralina. Assim como sua mãe, ela tinha o sangue especial, e por causa desse maldito sangue poderoso sua progenitora havia sido sugada sem escrúpulos. Havia sido arrancada de sua vida normal, deixando para trás seu trabalho, seus livros na estante, seu piano, seus planos, seus sonhos... seu filho.
E ali estava ele num dilema. Luna também tinha a vida de uma jovem normal. Tinha suas particularidades como indivíduo, tinha amigos e tinha uma família. Tinha uma história a ser contada. Mas Damiano havia sofrido cerca de 200 anos para salvar sua mãe da hibernação. Tudo o que ele era e o que havia feito até ali girava em torno desse momento. Ele não podia pestanejar depois de tudo o que passou.
– Sim, Senhor – Damiano ergueu o olhar e Manuel sorriu.
OI, GENTE, O QUE VCS ACHARAM????? To muuuito animada pra essa fic, é a minha primeira fic misturando romance com fantasia, então por favor: take it easy on me! Esqueçam metade do que vocês sabem sobre vampiros, eu criei vampiros só meus kkkkkk o prólogo tá pequeno e não explico muita coisa porque quero ir desenvolvendo, acho mais interessante assim pra deixar com curiosidade hehe. Vai ter conteúdo explícito e alguns gatilhos, mas quando chegar a hora eu coloco o aviso! Me deem o feedback de vocês aqui ou no twitter, é muito importante pra mim <3 se puderem dar ideias também pra eu ver se posso encaixar, to aceitando tudo kkkkk como ainda to cheia de coisa da faculdade, acho que o próximo capítulo só sai com 2 semanas (lá pro dia 24, 25 ou 26). Por enquanto é isso, muito obrigada por lerem e até o próximo cap!

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Amandoti
FanficPara muitos, vampiros são apenas seres mitológicos cujas aparições se resumem aos materiais da cultura pop. A realidade, contudo, está longe disso: vampiros são reais, têm poderes e vivem entre os seres humanos, numa sociedade organizada assim como...